terça-feira, 30 de janeiro de 2018

ARQUITECTURA AO CENTRO #46



CLÍNICA DENTÁRIA
TORRES VEDRAS, TORRES VEDRAS

Miguel Marques Venâncio
B. Pedrosa, V. Vázque, M. Álvarez, T. Palos
MMV Arquitecto
2012

O desafio é baseado na re-interpretação de uma clínica dentária, na busca de uma nova clareza e carácter espacial.
O local é localizado no primeiro andar de um edifício no centro de Torres Vedras.
O espaço precisava de uma nova imagem para provocar uma nova atmosfera, novas sensações.
O desejo de criar um espaço de destaque na cidade, mais pausado, contemplativo, um espaço de reflexão, levando à descoberta da importância do silêncio e de espaços aparentemente vazios, porém cheios de vida.
Uma experimentação onde a selecção de materiais é sustentada pela nobreza dos materiais. Esta experimentação é realizada essencialmente com o elemento imaterial de arquitectura, que é o espaço. O trabalho com o espaço é determinado pela percepção, caminhos, luz, reflexos, transparências, fluidez. A massa composta por uma base simples de vidros reciclados, potencializa as reflexões e as vibrações da luz, criando uma percepção do espaço que está em constante mutação.
A busca de um espaço atemporal, com a plenitude dos sentidos, onde a luz é filtrada de maneiras diferentes, dá poesia aos espaços, dignificando-os.

site: mmvarquitecto.com

ver mais sobre o projecto:
archdaily.com
archdaily.com.br
archello.com
archilovers.com
architizer.com
dezeen.com
homify.pt
marzua.blogspot.pt
plataformaarquitectura.cl
ultimasreportagens.com

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

ARQUITECTURA AO CENTRO #45



REABILITAÇÃO E AMPLIAÇÃO DO SALÃO PAROQUIAL DO JUNCAL
PORTO DE MÓS, JUNCAL

Jordana Tomé e Victor Quaresma
Inês Oliveira
atelier Jordana Tomé Victor Quaresma
2014

Local
O Salão Paroquial localiza-se no largo de São Miguel, espaço público mais importante da Vila do Juncal. Em contraponto à Igreja de São Miguel que domina o largo do alto da escadaria, a fachada principal do Salão impõe-se na parte baixa do Largo. A fachada posterior implantada a uma cota inferior faz fronteira com terras de hortas e pomares.

Existente
O Salão Paroquial desempenhou um papel fundamental na vida sócio-cultural da comunidade do Juncal, desde o início do século XX: infantário, local público de refeições comunitárias, escola, sala de espectáculos para cinema e teatro. Estas diferentes apropriações originaram pequenas e sucessivas alterações que diminuíram a qualidade e dignidade do edifício. Nos anos 60 foi acrescentado um piso para o balcão e a zona de palco que hoje conserva. Em 2012, o edifício encontrava-se visivelmente degradado pelo que houve a necessidade urgente na sua recuperação.

Programa
Recuperar e requalificar o edifício existente e os seus espaços exteriores, recuperando a sua função de espaço recreativo e cultural adaptado às exigências actuais por parte da população e da legislação vigente. O programa requeria duas salas polivalentes – o salão original e outra sala para acolher as diversas actividades culturais e de lazer, instalações sanitárias e balneários, uma copa de apoio aos funcionários e um estrutura pergolar para um toldo exterior.

Proposta
Na sala principal de espectáculos e respectivo balcão é mantida a sua estrutura espacial e requalificadas as suas características formais e construtivas originais através da reconstrução de caixilharias e portas em madeira, pavimento em soalho, tecto em madeira pintada e boca de cena reinterpretando de acordo com o tempo presente mas mantendo a identidade/memória do edifício.
Foi instalada uma bancada amovível na zona da plateia e colocado um conjunto de cadeiras que melhoram o uso e visibilidade e conferem conforto e dignidade à sala.
A maior transformação ao nível da renovação foi feita no piso da cave e nos espaços exteriores. Ao nível da cave do edifício existente, exíguos compartimentos transformam-se numa ampla sala polivalente, balneários e arrumos. Nesta sala polivalente, o pé direito é aumentado onde o lambril em azulejo denuncia a escavação. É devolvida e incrementada a luz natural e ventilação transversal através da demolição de alguns acrescentos e introdução de novos vãos. Estes novos vãos, janelas de sacada, multiplicam a relação entre o interior e exterior.
A ampliação, no interior, acomoda as instalações sanitárias e a copa/ bar que estabelece uma relação franca com o exterior. A ampliação, no exterior, permite transformar a rampa existente em dois novos espaços: um adro à cota superior do largo com acesso à sala principal e um pátio à cota inferior. Estes espaços são ligados por uma escada e unificados por uma pérgola metálica

site: jtvq-atelier.com

ver mais sobre o projecto:
archdaily.com.br
architizer.com
arquinfad.org
divisare.com
encomenda.oasrs.org
espacodearquitetura.com
formascriticas.blogspot.pt
homify.pt
metalocus.es
municipio-portodemos.pt

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

PROJECTAR EM ALVAIÁZERE


A Delegação do Centro da Ordem dos Arquitectos continua a promover a itinerância da actividade PROJECTAR, que desta vez vai estar em Alvaiázere, no próximo dia 15 de Fevereiro, para a sexagésima segunda sessão, na qual será possível rever o documentário Charles Rennie Mackintosh, Um Homem Moderno no auditório da Biblioteca Municipal, pelas 19h00.



Mais informações em breve.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

ARQUITECTURA AO CENTRO #44



IGREJA DE NOSSA SENHORA DAS NECESSIDADES
LEIRIA, CHÃS

Célia Faria e Inês Cortesão
com Marco dos Santos, Liliana Pereira
Bica Arquitectos
2011

O Silêncio como linguagem

A intervenção tem por base um edifício construído no centro de uma aldeia, localizada nas proximidades da cidade de Leiria, cujo interior se encontrava em tosco. Este novo edifício veio substituir a antiga igreja, recentemente demolida, que já não comportava o elevado número de crentes que existe actualmente na aldeia e que aos domingos e em dias festivos se desloca a este espaço de culto.
Partimos da ideia de construir o Silêncio: num mundo cheio de ruído, a igreja representa uma pausa, um momento de paz e de reflexão. A escolha dos materiais no seu estado de verdade absoluta, a depuração das formas convencionais, a forma de moldar a luz natural e artificial e o despojamento do espaço de ornamentação narrativa, procuram, através de normas essenciais da arquitectura, as propriedades universais dos sentidos e do espírito.
A Assembleia desenvolve-se em forma de anfiteatro à volta do Presbitério, lugar onde é transmitida a palavra de Deus e onde está colocado Cristo. A sua presença física está representada numa cruz em latão polido, sobre uma cruz feita de luz, um rasgo recortado na parede, ao centro do Presbitério.
A parede frontal, como um longo retábulo, é composto por um grande painel rendilhado em madeira de ácer: uma composição vertical de finos prumos de madeira e linhas de luz, numa interpretação contemporânea da técnica da talha dourada, usada no retábulo da antiga igreja. A eleição da madeira também utilizada no revestimento do pavimento e nos bancos, confere temperatura ao espaço.
A partir dos recortes do alçado curvo, construímos o tecto e introduzimos iluminação zenital e artificial, ligando cada um desses recortes aos vãos situados sobre o altar. O desenho do tecto expressa uma tensão formal que se assemelha a um ostensório e procura reforçar a imagem de luz divina, ao convergir o nosso olhar para o ponto cardeal onde o sol nasce e se espalha por todo o espaço.
Para as celebrações diárias, foi criada uma pequena capela de forma curva, como uma Ábside, contígua à Assembleia. A inclinação do tecto da Assembleia prolonga-se na capela mas não toca na parede do altar, permitindo que a luz entre e se espalhe, enfatizando o momento solene.

site: bicaarquitectos.com

ver mais sobre o projecto:
archdaily.com
archdaily.com.br
archello.com
plataformaarquitectura.cl
ultimasreportagens.com

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

ARQUITECTURA AO CENTRO #43



CONDOMÍNIO VIGIAS DA ARRIBA
TORRES VEDRAS, SANTA CRUZ

Isabel Guardado e Rui Cardoso
A.As Arquitectos Associados
2009

O projecto apresentado tem uma área de implantação total de aproximadamente 4.385 m2 e uma área bruta de construção de 5.055 m2.
A proposta é composta por três conjuntos de edifícios em regime de propriedade horizontal, totalizando 31 fogos.
O primeiro conjunto é constituído por 13 fracções destinadas a habitação unifamiliar em dois pisos com pátio (tipo A), e tipologia T3, interligados entre si por um embasamento contínuo que lhes dá acesso e que os "solta" do terreno existente. Este conjunto totaliza uma área de implantação de 2.587 m2.

Os outros, totalizam 18 fracções (tipo B) com dois pisos e tipologia T3 e dispõem-se ao longo de dois edifícios funcionalmente interligados entre si através de um plateau sobreelevado, e destinam-se a habitação unifamiliar.
O conjunto destas fracções totaliza uma área de implantação de 1.775 m2.

A proposta pretende dar resposta às seguintes intenções:
- execução de um empreendimento de qualidade urbanística e arquitectónica;
- construção com densidade inferior ao máximo prevista no P.D.M.;
- construção do nº mínimo de fogos que permitam a viabilidade da operação:
- salvaguardar as espécies vegetais características existentes na área da arriba e as características morfológicas do local;
- melhorar o acesso existente à Praia da Vigia criando condições para que este seja possível em condições de maior segurança para todos os utentes;
- criar uma zona comum ajardinada, de lazer e fruição;
- estabelecer do ponto de vista arquitectónico e urbanístico, uma melhor relação entre o conjunto dos edifícios e destes com a configuração do terreno;
- criar uma relação mais interessante dos fogos existentes na banda, com a vista de mar e com a área ajardinada;
- impedir o acesso franco a toda a frente do terreno, aumentando assim a área a salvaguardar de protecção à arriba.

site: aas.pt

ver mais sobre o projecto:
archilovers.com
facebook.com/pg/AAsArquitectosAssociados
ultimasreportagens.com

domingo, 14 de janeiro de 2018

ARQUITECTURA AO CENTRO #42



CASA EM PEDRÓGÃO
TORRES NOVAS, PEDRÓGÃO

Paulo Henrique Durão
Daniel Gil Tomé, José António Martins, Nelson Mercê Aranha
Phyd Arquitectura
2008

abaixo do solo, sobre o ar

"A minha relação com o tempo é, antes de mais, muito particular tentando exprimi-lo de uma maneira gráfica; entendo o tempo como uma grande tela, uma tela imensa, onde os acontecimentos se projectam todos, desde os primeiros até aos agora mesmo. Nessa tela, tudo está ao lado de tudo, numa espécie de caos, como se o tempo fosse comprimido e além de comprimido espalmado, sobre essa superfície; e como se os acontecimentos, os factos, as pessoas, tudo isso aparecesse ali não diacronicamente arrumado, mas numa outra arrumação caótica, na qual depois seria preciso encontrar um sentido." (Reis, Carlos . in Diálogos com José Saramago, Editorial Caminho 1998)

Esta ideia de tempo, TEMPO PLANO, descrito pelas palavras de Saramago, é possivelmente o grande sonho que tentámos construir. Essa Ideia, da Arquitectura enquanto instrumento de captação de sítios, topografias, paisagens, usos e pessoas. Na qual o projecto desempenha apenas a missão de reter e dispor, organizar usos e qualidades do próprio sítio. Um TEMPO PLANO, arrumado pela topografia, arrumado pela função, arrumado pela qualificação do espaço. Dormir encaixado no solo, estar entre solo e ar, estar no exterior na paisagem.
Plano Horizontal onde tudo acontece, que sentiu a necessidade de compreender como se poderia construir uma casa que conseguisse capturar o sítio e as vivências. Que sentiu a necessidade de encontrar uma ligação lógica entre todas as coisas, ainda, que não pareçam ser de ali. Construir uma Casa, na qual se entra, a partir da cobertura, em que se cai, nessa descida contínua em direcção ao interior, de tudo o que existe.
Viver abaixo do solo, sobre o ar.

Viver dentro da matéria, entre a paisagem.

Como se a Casa, construísse sempre uma verdade e a sua oposição. Numa relação entre a leveza e o peso, essa antítese, essa ilusão gravítica, que sempre alimentou os sonhos dos Arquitectos ao longo da história da Arquitectura. E que sucessivamente conheceu as limitações da técnica, como limite ao sonho. Também esta casa quer construir a leveza, com o peso próprio da matéria, que a técnica do seu tempo lhe impõe.

site: phydarquitectura.com

ver mais sobre o projecto:
archdaily.com
archdaily.com.br
archello.com
archilovers.com
architizer.com
arqa.com
dezeen.com
divisare.com
formascriticas.blogspot.pt
habitarportugal.org
homify.pt
montsezamorano.com
plataformaarquitectura.cl

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

PROJECTAR #61


A actividade PROJECTAR abre o novo ano no Bombarral, com a 61.ª sessão que nos convida a rever um documentário sobre um dos mais importantes arquitectos do século XX, Frank Lloyd Wright, já exibido na 10.ª sessão na Chamusca em Abril de 2013, e terá lugar no auditório da Biblioteca Municipal, no dia 18 de Janeiro, pelas 19h00.



O documentário intitulado A Arquitectura de Frank Lloyd Wright foi realizado pelo documentarista escocês Murray Grigor em 1983, e recebeu vários prémios entre os quais uma "Citação do American Institute of Architects" a primeira a ser atribuída a um cineasta:

Uma refinada e abrangente pesquisa sobre a vida e carreira de Wright, desde a sua aprendizagem com Louis Sullivan em Chicago até aos seus últimos dias em Taliesin no Wisconsin. Incluindo raras gravações das reflexões do próprio Wright sobre o seu trabalho e sobre os princípios que o guiaram, o filme combina um belo trabalho de câmara com pormenores de época para captar os edifícios que continuam a despertar respeito e admiração ainda hoje. Além de o filme apresentar Wright como um pioneiro da moradia de desenho funcional, também mostra os seus projectos utópicos como as casas auto-construídas "Usonian automatic" e um avançado protótipo para uma residência solar. Narrado pela neta de Wright, a actriz Anne Baxter.




Com estas sessões propõe-se esta Delegação da Ordem dos Arquitectos exibir documentários de Arquitectura, como forma de divulgar a vida e obra de arquitectos com importância na história e teoria da arquitectura, nacional e internacional, de várias épocas e movimentos, e assim contribuir para o enriquecimento da cultura arquitectónica na nossa região.

Estas sessões destinam-se, para além dos arquitectos da região, a outros técnicos e a todas as pessoas com curiosidade e interesse nestes temas, sendo de acesso livre mas limitadas à lotação do auditório da Biblioteca Municipal do Bombarral, que está disponível para o efeito.

Apoio:
Município do Bombarral

PROGRAMA:

18 de Janeiro, 19h00
Auditório da Biblioteca Municipal, Bombarral
A Arquitectura de
FRANK LLOYD WRIGHT

(1983, Murray Grigor, 72')

ARQUITECTURA AO CENTRO #41



ESTAÇÃO DE CANOAGEM DE ALVEGA
ABRANTES, ALVEGA

Andreia Salavessa e Tiago Mota Saraiva
Vera João, Ana Luísa Cunha, Rita Aguiar Rodrigues, Carine Pimenta, João Afonso Almeida, Mariana Simões, João Torres, Sophia Walk
Ateliermob
2014

Na praia fluvial de Alvega, com a mesma área e volume da anterior construção, localiza-se o novo edifício da Estação de Canoagem. A sua proximidade ao rio Tejo, numa zona regularmente inundada durante o Inverno, determinou a sua posição no terreno, elevado do chão – aumentando a permeabilidade do terreno – e o revestimento das suas paredes, com uma solução de perfis de plástico reciclado negro, com bom desempenho ao choque de objectos que possam ser transportados pelo rio e, simultaneamente, permeável à força da água.
Internamente dividido em três corpos, que poderão ter gestão diferenciada, o volume é constituído por uma cafetaria, área de depósito de embarcações e balneários de apoio à praia.
A área de esplanada, churrasco e a escadaria, potencialmente utilizável como anfiteatro, constituem espaços de apoio à utilização de carácter comunitário que já ocorria no local.

site: ateliermob.com

ver mais sobre o projecto:
archdaily.com
archdaily.com.br
archello.com
francisconogueira.com
habitarportugal.org
metalocus.es
plataformaarquitectura.cl
workingwiththe99.com

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

PROJECTAR NO BOMBARRAL

A primeira etapa da itinerância da actividade PROJECTAR deste ano vai ter lugar no Bombarral, no próximo dia 18 de Janeiro, para a sexagésima primeira sessão, na qual será possível rever o documentário A Arquitectura de Frank Lloyd Wright no auditório da Biblioteca Municipal, pelas 19h00.


Mais informações em breve.

sábado, 6 de janeiro de 2018

ARQUITECTURA AO CENTRO #40



IGREJA DA SANTÍSSIMA TRINDADE
OURÉM, FÁTIMA

Alexandros Tombazis
com Stavros Gyftopoulos e Sofia Paraskevopoulo
Meletitiki – Alexandros N. Tombazis and Associates Architects
Paula Santos e Joana Delgado
com Cristina Canotilho, Bárbara Sandri, António Feio, Nuno Silva, Ricardo Granja, Joaquim Santana, Vasco Novais e Augusta Lopes
Paula Santos, Arquitectura
2007

RESUMO DO PROJECTO
Pedia-se o projecto de uma igreja, que servisse também como um espaço de reunião para cerca de 9000 pessoas sentadas. A lógica da definição deste tamanho foi a de criar um espaço fechado que pudesse servir para missas e outras funções, para essa quantidade de pessoas, num domingo normal principalmente com mau tempo. Além disso, o espaço deverá ser divisível em duas partes, uma mais pequena para 3000 pessoas, para que, quando houver menos pessoas, não se tenha uma sensação de vazio.
A seguir à sala principal existem várias capelas de vários tamanhos para 200 a 600 pessoas e instalações de apoio (cabinas, salas de espera, etc.) e confessionários que permitissem confissões diariamente em várias línguas. Também deverá existir um salão polivalente para cerca de 1500 pessoas. Finalmente, deverão ser incluídas no projecto todas as áreas de apoio necessárias para possibilitar a transmissão televisiva, tanto dentro como fora da igreja.
Um condição estabelecida nas instruções do concurso foi que se este fosse ganho por um estrangeiro, ele ou ela colaboraria com uma equipa portuguesa de arquitectos e engenheiros para a fase final do projecto e supervisão da construção. Assim, a equipa de Paula Santos, arquitecta do Porto, juntou-se à equipa vencedora. (...)

ABORDAGEM AO PROJECTO
A forma circular do edifício é o resultado de duas importantes considerações. Por um lado, a forma, que mais do que qualquer outra permite a grande aproximação e melhores ângulos de visão das pessoas para o centro de actividade )o Altar - Presbitério) muito semelhante aos teatros gregos ou romanos da Antiguidade. Ao mesmo tempo, é a forma que mais economiza espaço, uma consideração importante dado o número de pessoas e o tamanho necessário para o salão. Por outro lado, a nova igreja deverá ficar localizada dentro do grande espaço aberto obstruindo a vista do Centro Pastoral a partir do principal recinto de oração. É o círculo que permite maior fluidez de pessoas em seu redor.
Combinado com o plano circular do edifício está o segundo elemento principal do projecto que são as duas vigas gémeas de betão norte-sul que abrangem o círculo. De novo, estas servem dois propósitos, funcionam (juntamente com o muro de betão circular em volta do perímetro) como principal elemento de apoio da estrutura da cobertura, e marcam também o eixo central e a direcção do movimento e das procissões da Basílica existente e do recinto de oração ao ar livre para a igreja e para o altar. As duas vigas centrais organizam também toda a composição de uma forma tripartida numa extensão simbólica da Santíssima Trindade à qual a igreja é dedicada.
O terceiro elemento principal do projecto de toda a composição é a inclinação das duas vigas e da cobertura que são mais baixos na entrada norte e mais altos na entrada sul sobre o presbitério. Para além do simbolismo que isto implica, guia também a visão para a vastidão e a infinidade do céu, de acordo com o declive ascendente do chão em frente à igreja.
O quarto elemento do projecto é a criação de um edifício no qual a sustentabilidade, a iluminação natural e a ventilação terão um papel fundamental. Isto não se deve apenas a razões ecológicas e de poupança de energia, mas também a criar um ambiente suave, discreto e agradável que convide à oração e à contemplação. Deste modo, a iluminação zenital da luz do dia entra no espaço ao longo do eixo principal, acentuando o caminho principal da procissão, enquanto os dois lados semicirculares do plano são suportadas por vigas metálicas sob a forma de uma cobertura em shed virada a norte que apresenta uma iluminação constante mais fria ao espaço inferior. A shed é invisível a partir do interior uma vez que várias membranas translúcidas estão penduradas por baixo. As janelas viradas a norte podem ser escurecidas por meio de persianas eléctricas móveis controladas por um programa informático que permite várias configurações de iluminação. A introdução cuidadosa da luz do dia é também possível em diferentes outra zonas como sobre o Presbitério, na entrada principal, nas capelas, etc.. Foram levados a cabo vários e extensos estudos de acústica (essencialmente por meios electroacústicos) devido a particularidades do projecto.
A quinta e última consideração importante do projecto foi o objectivo de oferecer uma síntese de um local único e histórico de peregrinação que é Fátima, e uma nova igreja com todos os requisitos actuais, de forma a que realce o antigo, o novo e o eterno.

DESCRIÇÃO DO PROJECTO
O projecto é desenvolvido basicamente em dois níveis, um ao nível do solo e outro no nível subterrâneo. Na parte sul da igreja existe um acesso de serviço e um acesso VIP a partir do túnel subterrâneo. Do lado norte existem várias capelas e confessionários subterrâneos ao longo de um corredor de 150 m, de forma a que a sua presença não obstrua a visão da igreja a partir ada praça principal. Pode aceder-se às capelas por trás, por outro corredor a ser usado sobretudo pelo clero. Outra característica do subterrâneo é uma sala 45,30 x 32,40 m multi-funções localizada sob a entrada principal da igreja. Entre esta sala e o corredor existem dois lagos pouco profundos a céu aberto que simbolizam o baptismo e que oferecem a estas áreas luz do dia e uma sensação de serenidade. O público pode aceder à cave através de duas escadarias internas de cada lado do nártex da entrada principal, duas grandes escadarias adjacentes aos dois lagos e duas grandes rampas que ligam o espaço aberto do rés-do-chão de cada lado da igreja ao corredor principal no subterrâneo. Estas rampas são cuneiformes, mais largas numa ponta do que na outra, criando um efeito de trompe l'oeil de perspectivas alongadas ou afuniladas. Existem vários espaços secundários, instalações sanitárias e M/E no nível subterrâneo.
O acesso à igreja pelo rés-do-chão pode ser feito por 13 pontos diferentes (também por razões de segurança). A entrada principal é criada através de um grande átrio em reentrância em frente à igreja. A parte superior desta fachada principal será adornada com painéis de bronze descrevendo os Mistérios do Rosário, enquanto a parte inferior será de vidro com inscrições serigrafadas (legíveis do interior e do exterior) criando um grau de transparência e continuidade entre a área aberta de oração e a igreja em si. Existem mais 12 entradas (seis de cada lado ), cada par conduzindo aos níveis correspondentes do chão inclinado da igreja.
Existem 8563 lugares sentados em filas circulares, separados por grupos pelos necessários corredores. O Presbitério fica numa plataforma elevada em níveis diferentes com acesso por degraus de ambos os lados. Uma parede curva de 50 m serve como pano de fundo. O altar será um monólito de mármore de 3,60 x 1,90 x 0,90. O restante mobiliário do Presbitério será em mármore "Branco do Mar" da mesma cor do chão ou em madeira de cerejeira. Foi dada uma especial atenção à iluminação durante o dia e à iluminação de recurso. Na parede direita frontal existe uma grande concavidade para o coro e um órgão.
As paredes, que criam as entradas laterais, foram desenhadas, por razões acústicas, de uma maneira absorvente. Por cima das entradas e em níveis diferentes são colocadas as cabinas necessárias para o visionamento e transmissão para TV e imprensa.
Criou-se uma parede curva revestida a madeira com 2 m de altura que segue a forma dos assentos, separando a parte da frente da parte traseira que se estende ao longo do corredor principal até à entrada. Esta parede pode ser descida electricamente em secção desaparecendo dentro do chão da igreja. A função desta parede é escurecer visualmente uma grande parte do espaço quando não necessário, permitindo 3000 lugares sentados na frente adjacente ao Presbitério para ser usada como uma entidade separada.
A parede posterior é feita em módulos de GRC por razões acústicas.

(excerto de "Igreja da Santíssima Trindade", Alexandros Tombazis, in Arquitectura Ibérica, Ano IV, Setembro 2007, Caleidoscópio, Edição e Artes Gráficas)

site: tombazis.com

ver mais sobre o projecto:
lightplan.pt
paulasantos-arquitectura.com
proap.pt
revolvy.com
santarem.360portugal.com
secil-group.com
ultimasreportagens.com

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

ARQUITECTURA AO CENTRO #39



AMPLIAÇÃO DA POUSADA DE JUVENTUDE DE PENHAS DA SAÚDE
COVILHÃ, PENHAS DA SAÚDE

Paulo Street e Hugo Guerreiro
com André Antunes e Bruno Marcelino
ComA, Architecture and Design
2008

Na paisagem única das Penhas da Saúde, o desafio era projectar um novo edifício low cost complementar ao edifício “mãe” da Pousada da juventude Penhas da Saúde, capaz de dar resposta às necessidades de um público jovem mais exigente.
Apoiado em dois princípios fundamentais – dialogar com o edifício existente e com a arquitectura local – o novo edifício adopta uma localização ergonomicamente estratégica: suficientemente próxima para se relacionar com o edifício e distante o suficiente para se assumir como volume independente capaz de reinterpretar formal e plasticamente a arquitectura do sítio.
A implantação garante-lhe um estatuto de edifício de entrada ao mesmo tempo que assegura a total visibilidade e protagonismo do edifício principal. Assente numa plataforma/ promontório exterior, o programa desenvolve-se em dois pisos, vinte e quatro quartos e uma sala de convívio comum, com 695 m2, demonstrando a simplicidade de todo o conjunto.

site: coma.com.pt

ver mais sobre o projecto:
archdaily.com
archdaily.com.br
dezeen.com
habitarportugal.org
ngphoto.com.pt
plataformaarquitectura.cl