sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

ARQUITECTURA AO CENTRO #38



CASA CC
LEIRIA, MOURÕES

Sandrine Maia e Susana Venâncio
Cubic Office
2010

Inserida numa área residencial com um forte crescimento na última década, a casa CC está inserida num lote de 2.000 m2, desfrutando de uma exposição solar generosa e com proximidade com a Serra e a Cidade. A análise das formas tradicionais construídas, os padrões de uso e códigos de desenvolvimento levaram a uma estratégia de fornecer uma interpretação contemporânea dos volumes. Com as directrizes de design locais que requerem telhado inclinado, formou-se a nova arquitectura, surgindo das formas reconhecíveis tradicionalmente triangulares associadas aos telhados de quatro águas.
Um forte volume cinza escuro, onde as aberturas são esculpidas criando entradas de luz e pátios, melhoram a intensificação das relações com o exterior e especialmente com a luz do Sul e Oeste. As formas de dobragem criam um dossel que fornece sombreamento no verão e permite que o sol do Norte penetre no espaço para aquecimento passivo no Inverno, e o desenho da cobertura aumenta a capacidade de recolha de água.
O corpo da garagem foi integrado na casa, criando um pátio de serviço no lado Oeste e uma passagem protegida para a entrada da casa, permitindo que o lado Sul fosse ocupado pelo bloco da entrada.
A casa é dividida em dois andares e meio, sendo o piso intermédio destinado ao hall e garagem. No andar inferior temos as salas, cozinha, lavandaria e escritório, o nível superior é mais íntimo com as áreas reservadas, trazendo um terraço ajardinado a Oeste como benefício.

site: cubicoffice.pt

ver mais sobre o projecto:
archilovers.com
architizer.com
sanindusa.pt

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

ARQUITECTURA AO CENTRO #37



PALHEIROS DE SÃO DÂMASO
OFICINAS DE ARQUEOLOGIA E RESIDÊNCIA DE ESTUDANTES
IDANHA-A-NOVA, IDANHA-A-VELHA

Alexandre Alves Costa e Sérgio Fernandez
Atelier 15
1999

A necessidade de se montar uma estrutura de apoio aos trabalhos arqueológicos levou a Câmara Municipal a programar a reutilização de um grupo de palheiros situados na Rua de São Dâmaso, aparentemente implantados do lado exterior da muralha, não visível nesse local. Deveria, ainda, prever-se, para além dos espaços laboratoriais, a existência de um dormitório, uma pequena cozinha, zona de estar, instalações sanitárias e banho. O levantamento fornecido permitiu avaliar da viabilidade do programa proposto para o local.
Nesta perspectiva, foram iniciados os trabalhos de pesquisa arqueológica que vieram a determinar alterações de fundo na situação de partida, tornando o projecto muito mais complexo mas, também, muito mais rico de implicações formais e de conteúdo. De facto, o aparecimento, no interior dos palheiros, da base da muralha romana, incluindo um torreão semicircular, uma área do seu extradorso mostrando um belíssimo aparelho e, ainda, vestígios de outras construções e enterramentos, provocaram uma drástica reconsideração do projecto que se tinha afigurado de resolução muito simples.
Apesar de se considerar que a maior parte dos vestígios poderiam ser de novo encobertos, mantendo-se a área a que correspondem como área utilizável, a superfície da muralha romana que, essa sim, deveria ficar aparente, corresponde a uma importante parcela a subtrair à área total.
A ideia do projecto baseou-se na tentativa de formalizar duas intenções que, sem serem contraditórias, deveriam manter alguma autonomia. A primeira foi a de restaurar a imagem exterior dos palheiros, mantendo a sua modulação interna através das paredes transversais que os separam. A imagem global destes palheiros é uma imagem serena, com continuidade a norte e a sul, apenas com pequenas variações de escala, correspondente a um uso de infra-estrutura rural que manteve durante muitos anos e que, ainda, corresponde ao carácter dominante da aldeia. A segunda é, não só manter visível a base da muralha, como figurar no seu exterior o seu volume, a sua escala, o seu desenho. Prolongando virtualmente a muralha, até ao limite previsível da sua altura, revestida de cobre, bem distinto da pedra, dando dela como que uma imagem cenográfica, nunca confundível com um restauro que mimetizasse a sua construção primitiva. Visível por dentro, a continuidade da base da muralha vai obrigar a abrir as paredes que separaram as diversas unidades dos palheiros, permitindo a comunicação interior, sem destruir completamente a prévia sectorização dos espaços.
O programa proposto inicialmente veio a ser ligeiramente comprimido, dada a exiguidade de área disponível, apesar da ocupação, em piso, correspondente ao “interior da muralha”. Assim, no rés-do-chão, foi possível criar quatro espaços laboratoriais. A porta do extremo sul do conjunto dos palheiros, assinalada por alguns degraus que estabelecem a ligação directa entre o exterior e a cota da muralha, constitui o acesso, por escada, ao andar de cima. Este, cuja área corresponde à projecção da base da muralha e desenha exteriormente a sua volumetria, será ocupado pelo programa residencial. O pavimento deste piso tem um rasgo, com correspondência na cobertura, que permite uma entrada de luz zenital que incidirá privilegiadamente sobre a base romana, enfatizando a sua forma e a textura dos materiais que a constituem.
A cobertura será visitável pelo exterior, como remate de um passeio pedestre de visita à aldeia. Daqui se desfruta de uma interessante panorâmica sobre o Rio Ponsul e a sua ponte romana, bem como sobre um vasto território da outra margem.
Foi gratificante terem-se encontrado, posteriormente, imagens semelhantes à desejada em construções realizadas em Lugo ou Leon. Imagens que, certamente, estariam subconscientemente memorizadas e que, mais do que confirmação posterior, devem ter estado na própria origem da ideia.

site: ---

ver mais sobre o projecto:
estudogeral.sib.uc.pt
guiasdearquitectura.com
patrimoniocultural.gov.pt
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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

ARQUITECTURA AO CENTRO #36



CASA GMG
TORRES VEDRAS, TORRES VEDRAS

Pedro Gadanho
com Sara Silva Natária
Pedro Gadanho
2010

Um homem cuja cabeça de facto explodiu atraiu a restrita e ávida atenção dos tablóides locais e regionais no início dos anos oitenta. Ele era um artista desconhecido, até alegar que foi minimalista, conceptual e pop, tudo antes desses movimentos. Sua fantástica e assustadora história ganhou espaço na música pop alternativa por volta de 1982. Como a música que o imortalizou diz, o roteirista o seguia onde fosse, o autor de telenovelas o acompanhava usando suas jóias no horário nobre.
Como relatou para o seu colega de bar Jim Ballard, aos doze anos ele pediu ao seu pai que lhe construísse uma versão gigante das pílulas que tomava para a epilepsia para que se lembrasse das convulsões sempre eminentes. Ele instalou esta no canto de seu quarto, para depois ser convertida numa das suas diversas latrinas personalizadas. Esse objecto expandido foi posicionado ao lado de uma grande maleta poliédrica que usava como "armário-e-museu-de-miniaturas" para as suas primeiras produções escultóricas. Esse foi o início de um estranho universo desfraldado num apartamento do fim do século XIX de outro modo banal.
Pessoas passavam na rua onde esta casa anonimamente se localizava e permaneciam alheias às estranhas experiências conduzidas no seu interior. Ele fazia objectos ampliados que dispunha absurdamente de acordo com as suas crescentes necessidades imaginárias. Ele duplicou escadarias e criou novos pavimentos inteiros. Ele escavou novos cômodos subterrâneos e criou uma piscina longa e estreita. Ele transformou quartos em anfiteatros que seriam depois transformados em bibliotecas. Ele converteu poços de elevador vazios em monstruosos violões de uma corda. Ele replicou espaços até fantasmagóricas, infinitas perspectivas.
Ele assassinou tipologias e ressuscitou-as novamente em novas formas híbridas. Ele soldou o novo no velho e o estranho no ordinário. Para seu minúsculo, absurdo espaço onde pensar erigiu uma alta estrutura de assento num corredor, próximo de uma janela pequena e alta. A inadequada abertura pertencia tanto a cenários obsoletos da era espacial quanto a dramas expressionistas alemães retro-futuristas. Ali era o lugar onde manteria os seus pensamentos mornos. Ele famosamente alega que David Lynch inventou a sua abominável Mulher do Aquecedor após o visitar nos anos setenta enquanto estava no seu pequeno estúdio.
O homem cuja cabeça se expandiu nunca sentiu necessidade de abandonar o seu laboratório. Ele raramente recebia pessoas. Na última vez que permitiu que alguém fotografasse os seus domínios, a casa ainda estava bastante vazia. Segundo a lenda, ele seguiu criando tantos objectos que a casa se tornou impenetrável e labiríntica. Ele seguiu mudando espaços até eles se tornarem retorcidos e piranesianos. A casa deveria ser ocupada por todo o seu repertório, até que a sua cabeça não pudesse mais conter a proliferação cancerosa das suas ideias. Logo antes de morrer, o homem cuja cabeça se expandiu pensou que deveria ter processado David Lynch, Damien Hirst e Mark E. Smith.
(Traduzido por Murilo Arruda / archdaily.com.br)

site: facebook.com/pedro.gadanho

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domingo, 17 de dezembro de 2017

ARQUITECTURA AO CENTRO #35



REQUALIFICAÇÃO DA FÁBRICA DE RESINAGEM PARA NÚCLEO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO MUSEU DO VIDRO
MARINHA GRANDE, MARINHA GRANDE

Roberto Cremascoli, Edison Okumura e Marta Rodrigues
COR Arquitectos
2013

A relevância da estrutura a ser requalificada - o Mercado, de enorme importância histórica e quase uma passagem diária obrigatória -, a existência de várias áreas verdes e o programa funcional previsto para o lugar (escritórios, comércios, um museu e um auditório) definiram o conceito básico do projecto: uma aproximação à composição original do edifício. Foi decidido, então, descobrir o pátio central e locar parte do programa no subsolo.
O pátio central foi transformado em uma grande "praça pública" interna que pode receber diferentes usos; além da óbvia função de servir com uma área de socialização aberta ele pode abrigar eventos culturais e desportivos.
A intervenção principal consiste na construção de um novo edifício (NAC - Contemporary Art Nucleus), que "envolve" o antigo e se torna um símbolo da cidade. Essa nova edificação se materializa sob a forma de uma caixa de vidro, símbolo material da Marinha Grande, capital nacional do vidro.

site: corarquitectos.com

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quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

ARQUITECTURA AO CENTRO #34



MODERNIZAÇÃO DA ESCOLA SECUNDÁRIA DOMINGOS SEQUEIRA
LEIRIA, LEIRIA

Francisco Amaral Pólvora,
Bernardo Campos Pereira e José Amaral Pólvora
com Júlio Senra, Pedro Viana, Diogo Andrade e Sousa, Nuno Lucas, Ana Rita Oliveira, Pedro Prata
BFJ Arquitectos
2010

O projeto de modernização da Escola Secundária Domingos Sequeira faz parte do programa de modernização das escolas do ensino secundário promovido pela Parque Escolar, EPE, e pode ser resumido nas seguintes opções:
1. Construção de um novo edifício que vai funcionar como nova entrada na escola e que pela sua localização e configuração funcione como rótula e interligação dos edifícios existentes. Este novo edifício vai integrar os espaços de utilização diária que permitam uma maior integração e interacção entre os diferentes utilizadores da escola, criando uma nova centralidade. Para além dos espaços administrativos e de direcção vai integrar a nova biblioteca e centro de recursos da escola em conjunto com espaços com vocação mais lúdica como sejam: a loja de conveniência, a reprografia, a associação de estudantes e a cafetaria que vai funcionar em complemento com o actual refeitório;
O Átrio central da escola é um espaço amplo com iluminação natural que serve de ponto de encontro para a comunidade escolar. Todo o átrio é decorado por pinturas feitas pelos próprios alunos da escola.
2. Remodelação dos edifícios existentes de forma a valorizar e potenciar as suas qualidades a nível espacial e construtivo, garantido a satisfação das atuais exigências de conforto, segurança e acessibilidade;
3. Construção de um novo campo de jogos coberto com instalações desportivas de apoio (balneários, vestiários e espaços de apoio);
4. Remodelação dos espaços exteriores da escola e separação entre zonas de acesso pedonal e zonas de acesso automóvel estacionamento.

site: bfj.pt

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domingo, 10 de dezembro de 2017

PROJECTAR COM CARME PINÓS



A próxima sessão dupla da actividade PROJECTAR termina com um documentário sobre o cemitério de Igualada, próximo de Barcelona, da dupla de arquitectos catalães, Enric Miralles e Carme Pinós, que terá lugar no Auditório Municipal de Proença-a-Nova no dia 14 de Dezembro, pelas 19h00.

CARME PINÓS (1954- )

Carme Pinós i Desplat, nasceu em Barcelona a 23 de Junho de 1954, filha de Tomas Pinós, médico e director de Patologia Digestiva no Hospital de Sant Pau de Barcelona, que a teve com a idade de sessenta anos.

Estudou na Escola Técnica Superior de Arquitectura (ETSAB) da Universitat Politècnica de Catalunya (UPC), completando o curso em 1979 e onde regressou em 1981 para estudar urbanismo. Enquanto estudante, ajudou a sua mãe a dirigir a propriedade agrícola que tinham em Balaguer (Lleida).

Em 1984, após vários prémios em concursos de arquitectura, fundou um gabinete em Barcelona com o seu marido, o arquitecto Enric Miralles, que conduziram juntos até à sua separação, em 1991.

Destacam-se desta parceria os projectos para o cemitério de Igualada (1985-1994), o Centro Social de Hostalets de Balenyà, Barcelona (1986-1992), o colégio interno em Morella, Castelló (1986-1993), e as pérgolas do Passeig Nova Icària, na Vila Olímpica de Barcelona (1990-1992).

Em 1991 fundou o seu próprio gabinete Estudio Carme Pinós, onde continuou a desenvolver vários projectos iniciados na anterior parceria e que se demarca a partir de 1996, quando vence o concurso para o Passeio marítimo de Torrevieja, Alicante (1996-1999).

Entre os seus projectos mais relevantes destacam-se o Instituto de Educação Secundária La Serra, Mollerussa (2001), o Parque Ses Estacions e a Praça Espanya em Palma de Maiorca (2002), as Torres Cubo e Cubo II em Guadalajara, México (2005 e 2014), ou a Escola Primária Lluís Vives em Castelldefels, Barcelona (2006).

E mais recentemente, o edifício Departement 4 para a Vienna University of Economics and Business, Viena (2013), o Centro Cultural e de Exposições CaixaForum de Zaragoza (2014), o Crematório do Cemitério de Igualada (2016), o conjunto de intervenções em torno da Plaza de la Gardunya, incluindo esta, a Escola Massana, um edifício de apartamentos e a fachada posterior do Mercado de La Boqueria, em Barcelona (2015-em curso), e o Plano Geral do centro histórico de Saint Dizier, França (em curso), incluindo diversas intervenções em espaços públicos.

Carme Pinós concilia a sua actividade como arquitecta com o ensino. Neste campo, foi professora convidada na University of Illinois at Urbana-Champaign, E.U.A. (1994-1995), na Kunstakademie de Dusseldorf, Alemanha (1996-1997), na Columbia University de Nova Iorque, (1999), na École Polytechnique Fédérale de Lausanne, Suiça (2001-2002), na Harvard University Graduate School of Design (2003), na Accademia di Archittetura di Mendrisio, Suiça (2005-2006), na Università di Roma Tre, Itália (2007-2008), na Università Iuav di Venezia, Itália (2016), e na Berkeley University, Estados Unidos (2018).

Foi distinguida, entre outros, com os Prémios FAD em 1987 e em 1991, com o Prémio Nacional de Arquitectura de Espanha em 1995, o Primeiro Prémio do Conselho Superior de Arquitectos de Espanha na IX Bienal Espanhola de Arquitectura e Urbanismo e o Prémio Nacional de Arquitectura e Espaço Urbano do Departamento de Cultura da Generalitat da Catalunha em 2008. Foi nomeada Honorary Fellowship do American Institute of Architects em 2011 e International Fellowship do Royal Institute of British Architects em 2013.

Em 2016 foi distinguida com o Prémio Berkeley-Rupp de Berkeley University of California, pela sua contribuição na promoção da mulher na arquitectura e o seu compromisso com a comunidade, e com a Neutra Medal for Professional Excellence da California State Polytechnic University of Pomona, em reconhecimento pela sua trajectória profissional.

O seu trabalho tem sido exposto em várias galerias, museus e universidades, incluíndo a Kunstakademie em Estugarda (1995), o Architektur-Hochschule em Aachen (1995), a University of Illinois at Urbana-Champaign (1994), a Galeria AAM em Roma (1996), a Galeria Urania em Barcelona (1996), a Eight Plan Gallery em Nova Iorque, o Museu de Arte Contemporânea de Porto Rico (1997), a Fundação COAM de Madrid (1997) e os Colégios de Arquitectos de Ibiza (1996), Valência e Galiza (1997) e o Pavilhão de Espanha na Bienal de Arquitectura de Veneza (2006).

O Centro Pompidou adquiriu as maquetes dos projectos Caixaforum Zaragoza, do Hotel Pizota no México, e da Maison de l’Algérie de Paris, e desde 2006 a maquete da Torre Cubo faz parte da colecção permanente do MOMA.


Caixa Fórum, Zaragoza


Informações sobre os documentários aqui.
Mapa de localização do local onde decorrerá a sessão aqui.

Apoio:
Município de Proença-a-Nova

PROGRAMA:

14 de Dezembro, 19h00
Auditório Municipal, Proença-a-Nova
A Pirâmide do Rei Djoser em Saqqara
IMHOTEP

(2008, Stan Neumann, 26')
O Cemitério de Igualada
ENRIC MIRALLES & CARME PINÓS

(2010, Richard Copans, 26')

sábado, 9 de dezembro de 2017

PROJECTAR COM ENRIC MIRALLES



A próxima sessão dupla da actividade PROJECTAR termina com um documentário sobre o cemitério de Igualada, próximo de Barcelona, da dupla de arquitectos catalães, Enric Miralles e Carme Pinós, que terá lugar no Auditório Municipal de Proença-a-Nova no dia 14 de Dezembro, pelas 19h00.

ENRIC MIRALLES (1955-2000)

Enric Miralles Moya, nasceu em Barcelona a 12 de Fevereiro de 1955. Estudou na Escola Técnica Superior de Arquitectura (ETSAB) da Universitat Politècnica de Catalunya (UPC), completando o curso em 1978. Ainda estudante, de 1973 a 1978, trabalhou no gabinete dos arquitectos Albert Viaplana e Helio Piñón.

Em 1984, após vários prémios em concursos de arquitectura, fundou um gabinete em Barcelona com a sua primeira mulher, a arquitecta Carme Pinós, que conduziram juntos até à sua separação, em 1991.

Destacam-se desta parceria os projectos para o cemitério de Igualada (1985-1994), o Centro Social de Hostalets de Balenyà, Barcelona (1986-1992), o colégio interno em Morella, Castelló (1986-1993), e as pérgolas do Passeig Nova Icària, na Vila Olímpica de Barcelona (1990-1992).

Em 1993 Enric Miralles fundou um novo gabinete com a sua segunda mulher, a arquitecta italiana Benedetta Tagliabue, com o nome "EMBT Architects", que ela continuou sob o mesmo nome após a sua morte.

Os mais importantes projectos deste período foram a reconversão do Mercado de Santa Caterina, em Barcelona (1997-2001), o Edifício para o Parlamento da Escócia em Edimburgo (1998-2002) e a Torre Mare Nostrum para a sede da companhia Gas Natural, em Barcelona (1999-2006).

Enric Miralles foi professor na ETSAB a partir de 1985. Durante 1990 foi o responsável pela cadeira de Desenho Conceptual na Städelschule in Frankfurt am Main, na Alemanha. Em 1993 recebeu o convite da Universidade de Harvard para ocupar a cátedra Kenzo Tange. Ensinou como professor convidado na Columbia University em Nova Iorque, na Princeton University em New Jersey, na Architectural Association em Londres, no Berlage Instituut em Roterdão, na Mackintosh School of Architecture em Glasgow e nas Universidades de Buenos Aires e da Cidade do México.

Foi distinguido com os Prémios FAD em 1985 e em 1991, com o Prémio Nacional de Arquitectura de Espanha em 1995, com o Leão de Ouro da Bienal de Veneza em 1996. Após a sua morte, em 2002, com o "Bouwprijs" da Holanda, e em 2005 com o Prémio Stirling do Royal Institute of British Architects (RIBA) pelo Edifício do Parlamento Escocês.

Enric Miralles faleceu a 3 de Julho de 2000 em San Feliu de Codinas, Barcelona, vítima de um tumor cerebral.


Reconversão do Mercado de Santa Caterina, Barcelona


Informações sobre os documentários aqui.
Mapa de localização do local onde decorrerá a sessão aqui.

Apoio:
Município de Proença-a-Nova

PROGRAMA:

14 de Dezembro, 19h00
Auditório Municipal, Proença-a-Nova
A Pirâmide do Rei Djoser em Saqqara
IMHOTEP

(2008, Stan Neumann, 26')
O Cemitério de Igualada
ENRIC MIRALLES & CARME PINÓS

(2010, Richard Copans, 26')

ARQUITECTURA AO CENTRO #33



CASA VIDIGAL
LEIRIA, VIDIGAL

Joel Esperança e Ruben Vaz
Romeu Sousa (designer)
Frederico Louçano, Margarida Carrilho, Hugo Rainho
Contaminar Arquitectos
2010

Esta habitação unifamiliar está implantada num terreno quase triangular, junto a uma via rápida que atravessa uma extensa área verde, perto da cidade de Leiria.
A casa compõe-se por dois volumes que se intersectam em ângulo fechado, acompanhando a forma do lote. O volume maior, tem uma geometria marcada por linhas oblíquas, que se vão elevando do terreno. A escada, no ponto de intersecção, é a geradora dessa volumetria de três pisos, onde se organizam diferentes funcionalidades: em baixo, o estacionamento e arrumos na cave; em cima, as áreas sociais - sala no piso térreo e uma mezzanine no piso superior.
O outro volume, de menor dimensão, parece planar no ar. Uma caixa branca, ao nível do primeiro piso, está assente sobre a espessura de um bloco de concreto pigmentado de cinzento escuro, o que lhe confere essa sensação de leveza. O piso elevado acolhe a área privada, com três quartos, e o piso térreo contém a cozinha, aberta sobre uma área exterior coberta com zona de apoio.
A sala é o núcleo central da Casa Vidigal, expandindo-se sobre a envolvente através dos grandes vãos que dão forma às suas paredes. A vivência dos espaços é bastante fluída, com um interior inundado de luz natural.
(Traduzido por Victor Delaqua / archdaily.com.br)

site: contaminar.pt

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sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

PROJECTAR COM IMHOTEP



A próxima sessão dupla da actividade PROJECTAR inicia-se com um documentário sobre a pirâmide de degraus em Saqqara, no Egipto, atribuída ao primeiro arquitecto conhecido, Imhotep, e terá lugar no Auditório Municipal de Proença-a-Nova no dia 14 de Dezembro, pelas 19h00.

IMHOTEP (século XXVII a.C., ca. 2655-2600 a.C.)

Imhotep, também referido como Immutef, Im-hotep ou Ii-em-Hotep, que literalmente significa "aquele que vem em paz", é considerado o primeiro arquitecto, engenheiro e médico da história antiga.

Historicamente pouco se sabe da sua vida, mas foi um dos poucos mortais a serem ilustrados como parte de uma estátua de um faraó. Serviu o faraó Djoser, da Terceira Dinastia, como Chanceler do Rei do Baixo Egipto, Primeiro na linhagem do Rei do Alto Egipto, Administrador do Grande Palácio, Nobre Hereditário, Sumo Sacerdote de Heliópolis, Construtor, Carpinteiro-Chefe, Escultor-Chefe, e Feitor-Chefe de Vasos, conforme consta numa inscrição na base de uma estátua de Djoser.

É-lhe atribuída a construção do complexo funerário de Saqqara para o faraó Djoser, no qual se inclui a pirâmide de degraus, a mais antiga pirâmide do mundo, embora esta estrutura não seja verdadeiramente uma pirâmide, pois resulta da sobreposição de cinco andares sobre a mastaba original, uma forma de túmulo egípcio antiga, formando seis degraus.

Terá sobrevivido ao faraó Djoser, como o testemunha uma inscrição na pirâmide inacabada de Sekhemkhet, que por isso também lhe é atribuída, outra pirâmide de degraus, que não foi terminada provavelmente devido ao curto reinado deste faraó.

Para além da invenção da pirâmide de degraus como túmulo, também lhe é atribuída a generalização da utilização da pedra talhada na construção de templos e túmulos funerários, bem como ter sido o primeiro a utilizar colunas de pedra como elementos portantes na arquitectura.

Foi um dos pouquíssimos plebeus a serem deificados após a morte, associado a Tot, deus do conhecimento e da escrita. na Época Baixa é divinizado e venerado sobretudo em Deir el-Bahari. O seu apogeu dá-se em Mênfis, onde destrona Nefertum para ser o filho do poderoso Ptá. Mais tarde ainda, acaba por o ultrapassar e recebe o título de deus de Mênfis, relegando Ptá para segundo plano.

Desconhece-se a localização do túmulo que Imhotep terá construído para si próprio, cuidadosamente dissimulado, apesar dos esforços para o encontrar, sendo consensual que está escondido algures em Saqqara.

Actualmente é referido como polímata, poeta, juiz, engenheiro, mago, escriba, astrónomo, astrólogo, e especialmente médico. Estes títulos resultam das lendas que floresceram nos milénios após a sua morte, e não em registos históricos. Nenhum texto seu contemporâneo menciona estas capacidades assim como nenhum menciona o seu nome nos primeiros 1.200 anos que se seguiram à sua morte.


Pirâmide de Djoser, Saqqara


Informações sobre os documentários aqui.
Mapa de localização do local onde decorrerá a sessão aqui.

Apoio:
Município de Proença-a-Nova

PROGRAMA:

14 de Dezembro, 19h00
Auditório Municipal, Proença-a-Nova
A Pirâmide do Rei Djoser em Saqqara
IMHOTEP

(2008, Stan Neumann, 26')
O Cemitério de Igualada
ENRIC MIRALLES & CARME PINÓS

(2010, Richard Copans, 26')

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

ARQUITECTURA AO CENTRO #32



CENTRO DE VISITANTES DO CASTELO DE POMBAL
POMBAL, POMBAL

Luís Miguel Correia, Nelson Mota e Susana Constantino
COMOCO Arquitectos
2014

O Castelo de Pombal é um testemunho do poder do tempo como actor principal na transformação do ambiente construído. O lugar tem sido sucessivamente ocupado desde o tempo do império romano e desde então já desempenhou vários papeis e foi palco de várias práticas espaciais e sociais. Evoluiu desde uma pequena comunidade no topo da colina até se assumir como uma estrutura militar vital numa rede defensiva à escala do território. Finalmente, nos últimos tempos, ganhou o estatuto de destino turístico e marca identitária para toda a região. Depois do projecto da Reorganização da Encosta da Castelo de Pombal, os Comoco Arquitectos foram encarregues de elaborar o projecto de um Centro de Visitantes no interior do castelo, incluindo os arranjos exteriores do recinto e a revitalização das instalações da Torre de Menagem.
O maior desafio do projecto esteve na definição de uma estratégia que não fosse ostensiva nem submissa em relação às múltiplas camadas de história que convivem no interior do recinto muralhado. Ou seja, era necessário encontrar uma posição adequada entre os vários artefactos que existem naquele espaço, na sua maioria ruínas, mas que são partes de uma memória colectiva que se pretende preservar e, mais ainda, realçar.
A estratégia de intervenção dividiu-se em três componentes. No projecto de arranjos exteriores, os pavimentos em calçada existentes foram consolidados e postos a descoberto e o restante espaço foi preenchido com gravilha; Na revitalização da Torre de Menagem foram introduzidas alterações pontuais no volume em aço corten e desenhado o mobiliário para o espaço servir como espaço expositivo. No entanto, o desafio mais complexo foi a introdução de um novo volume para servir de Centro de Visitantes que devia incluir o espaço de recepção, uma sala negra para projecções virtuais da história do castelo e uma área de arrumos.
Com um recinto relativamente reduzido (1200 m2) e povoado de inúmeros elementos, introduzir um novo volume significava uma inevitável confrontação com os elementos existentes que definem aquele espaço. Esta circunstância tornou-se, no entanto, o elemento fundamental para desenvolver o projecto: o novo volume devia ter uma certa ambiguidade. Por um lado devia fundir-se com os elementos existentes do recinto do castelo e, por outro, devia assumir-se como uma nova camada colocada sobre as pré-existências. Em síntese, procurou-se um diálogo criativo com a situação “as found”, tentando tirar partido da nova construção para activar experiências espaciais que se encontravam dormentes.
O programa foi compactado para dimensões mínimas e o volume desenhado de um modo tal que o tornasse num dispositivo espacial inspirado na tectónica do castelo, principalmente nas escadas que articulam as plataformas existentes no recinto. Na realidade, o novo volume cria ele próprio uma nova plataforma que possibilita o acesso ao nível da janela manuelina aberta na muralha.
A proposta para o Centro de Visitantes do Castelo de Pombal procura estabelecer uma deliberada condição de ambiguidade definindo um espaço liminar que recria a experiência espacial do castelo como um elemento de controlo sobre a paisagem e, ao mesmo tempo, como um local de abrigo.

site: comoco.eu

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sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

ARQUITECTURA AO CENTRO #31



COMPLEXO ESCOLAR DO FURADOURO
ÓBIDOS, AMOREIRA

Cláudio Sat
Pedro Cancela, Gisela Ferreira, Ricardo Porfírio
Cláudio Sat, Unipessoal, lda
2008

Este complexo possui uma área construída de 6512 m² e ocupa um terreno que possui um suave declive para o sul, com uma excelente exposição solar. Antes da intervenção havia um denso bosque de eucaliptos, no centro deste havia uma clareira de formato triangular. Esta troca de informações sugeriu a proposta da arquitectura do edifício, que foi estruturado em torno de um pátio triangular, um espaço tranquilo, protegido do movimento da Autoestrada Nacional.
A proposta demonstra o agrupamento de três blocos (sistemas): o bloco pedagógico, formado pela administração, salas de aula e especiais voltadas para o oeste; o bloco de desportos, incluindo os vestiários, um pavilhão de jogos ao ar livre orientados para o leste; e, por último, o bloco social, numa posição central, formado pela sala do dentista, uma sala multiusos e outra de música, o restaurante e o bar.
O complexo, em geral, está articulado pelo átrio principal, localizado no eixo da fachada norte. A partir daí existe a opção para seguir em direcção aos espaços de desportos ou dos sistemas de ensino. Depois de entrar no átrio principal, à direita é vista a entrada com a recepção. Deste ponto podemos ir até à papelaria e o conjunto do centro de recursos, que funcionam como espaços dinâmicos nesta área, e em seguida as salas de aula e/ou especiais.
O centro de recursos é uma sala de aula especial, que é o espaço que mais se aproxima do átrio principal, facilitando o uso destas instalações pelos utentes mais diversos. Como é o caso dos blocos das salas de aula, onde também existe a possibilidade de expansão para o pátio onde os alunos podem realizar actividades ao ar livre. Pode-se dizer que o sistema social constitui um “centro cultural” pequeno, levando em consideração as características dos espaços que o compõem e os acessos que o limitam (o átrio principal e o átrio do pavilhão), factores que determinam uma grande autonomia funcional, o que significa que os seus subsistemas podem ser utilizados pela população, sem interferir no funcionamento normal das actividades específicas pedagógicas e desportivas da escola.
Igual ao complexo da escola Alvito, o restaurante e o bar pode ser ampliado como um terraço com vista para o pátio central, de modo que os utentes possam desfrutar dos espectáculos que venham a ocorrer no exterior da sala de usos múltiplos.
O salão multifuncional também se caracteriza por uma grande abertura para o sul, a qual se relaciona com o espaço interior com as melhores vistas da paisagem circundante. No lado norte, há outra janela que permite a iluminação e ventilação do espaço, sendo que existe um sistema de persianas que permite que estas áreas possam ser fechadas e escurecidas. No primeiro andar, na mesma forma que o Complexo dos Arcos, estão agrupados o sistema administrativo e quatro salas de aula, com saída para um pátio de jogos conectado com o átrio central por uma rampa, que ao mesmo tempo conecta as classes com uma zona coberta de recreação ao ar livre.
O sistema desportivo define a borda oriental do complexo com o pavilhão formado pelo subsistema principal. Agrupados em torno deste, está o átrio do pavilhão, e, as proporções de comprimento e largura, as quais correm ao longo do eixo Norte-Sul relacionando-se com o pavilhão, vestiários, salas multiusos, o bar e o restaurante. A área do campo de jogos completa o sistema.
Os espaços ao ar livre incluem recreios, área de acesso, que se apresenta para o átrio principal, estendendo-se para o átrio do pavilhão, o pátio central, que delimita o bloco social, ao oeste pelo bloco pedagógico que está aberto para o sul, com uma rampa que conecta o pátio de recreações ao nível 1.

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