sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

ARQUITECTURA AO CENTRO #38



CASA CC
LEIRIA, MOURÕES

Sandrine Maia e Susana Venâncio
Cubic Office
2010

Inserida numa área residencial com um forte crescimento na última década, a casa CC está inserida num lote de 2.000 m2, desfrutando de uma exposição solar generosa e com proximidade com a Serra e a Cidade. A análise das formas tradicionais construídas, os padrões de uso e códigos de desenvolvimento levaram a uma estratégia de fornecer uma interpretação contemporânea dos volumes. Com as directrizes de design locais que requerem telhado inclinado, formou-se a nova arquitectura, surgindo das formas reconhecíveis tradicionalmente triangulares associadas aos telhados de quatro águas.
Um forte volume cinza escuro, onde as aberturas são esculpidas criando entradas de luz e pátios, melhoram a intensificação das relações com o exterior e especialmente com a luz do Sul e Oeste. As formas de dobragem criam um dossel que fornece sombreamento no verão e permite que o sol do Norte penetre no espaço para aquecimento passivo no Inverno, e o desenho da cobertura aumenta a capacidade de recolha de água.
O corpo da garagem foi integrado na casa, criando um pátio de serviço no lado Oeste e uma passagem protegida para a entrada da casa, permitindo que o lado Sul fosse ocupado pelo bloco da entrada.
A casa é dividida em dois andares e meio, sendo o piso intermédio destinado ao hall e garagem. No andar inferior temos as salas, cozinha, lavandaria e escritório, o nível superior é mais íntimo com as áreas reservadas, trazendo um terraço ajardinado a Oeste como benefício.

site: cubicoffice.pt

ver mais sobre o projecto:
archilovers.com
architizer.com
sanindusa.pt

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

ARQUITECTURA AO CENTRO #37



PALHEIROS DE SÃO DÂMASO
OFICINAS DE ARQUEOLOGIA E RESIDÊNCIA DE ESTUDANTES
IDANHA-A-NOVA, IDANHA-A-VELHA

Alexandre Alves Costa e Sérgio Fernandez
Atelier 15
1999

A necessidade de se montar uma estrutura de apoio aos trabalhos arqueológicos levou a Câmara Municipal a programar a reutilização de um grupo de palheiros situados na Rua de São Dâmaso, aparentemente implantados do lado exterior da muralha, não visível nesse local. Deveria, ainda, prever-se, para além dos espaços laboratoriais, a existência de um dormitório, uma pequena cozinha, zona de estar, instalações sanitárias e banho. O levantamento fornecido permitiu avaliar da viabilidade do programa proposto para o local.
Nesta perspectiva, foram iniciados os trabalhos de pesquisa arqueológica que vieram a determinar alterações de fundo na situação de partida, tornando o projecto muito mais complexo mas, também, muito mais rico de implicações formais e de conteúdo. De facto, o aparecimento, no interior dos palheiros, da base da muralha romana, incluindo um torreão semicircular, uma área do seu extradorso mostrando um belíssimo aparelho e, ainda, vestígios de outras construções e enterramentos, provocaram uma drástica reconsideração do projecto que se tinha afigurado de resolução muito simples.
Apesar de se considerar que a maior parte dos vestígios poderiam ser de novo encobertos, mantendo-se a área a que correspondem como área utilizável, a superfície da muralha romana que, essa sim, deveria ficar aparente, corresponde a uma importante parcela a subtrair à área total.
A ideia do projecto baseou-se na tentativa de formalizar duas intenções que, sem serem contraditórias, deveriam manter alguma autonomia. A primeira foi a de restaurar a imagem exterior dos palheiros, mantendo a sua modulação interna através das paredes transversais que os separam. A imagem global destes palheiros é uma imagem serena, com continuidade a norte e a sul, apenas com pequenas variações de escala, correspondente a um uso de infra-estrutura rural que manteve durante muitos anos e que, ainda, corresponde ao carácter dominante da aldeia. A segunda é, não só manter visível a base da muralha, como figurar no seu exterior o seu volume, a sua escala, o seu desenho. Prolongando virtualmente a muralha, até ao limite previsível da sua altura, revestida de cobre, bem distinto da pedra, dando dela como que uma imagem cenográfica, nunca confundível com um restauro que mimetizasse a sua construção primitiva. Visível por dentro, a continuidade da base da muralha vai obrigar a abrir as paredes que separaram as diversas unidades dos palheiros, permitindo a comunicação interior, sem destruir completamente a prévia sectorização dos espaços.
O programa proposto inicialmente veio a ser ligeiramente comprimido, dada a exiguidade de área disponível, apesar da ocupação, em piso, correspondente ao “interior da muralha”. Assim, no rés-do-chão, foi possível criar quatro espaços laboratoriais. A porta do extremo sul do conjunto dos palheiros, assinalada por alguns degraus que estabelecem a ligação directa entre o exterior e a cota da muralha, constitui o acesso, por escada, ao andar de cima. Este, cuja área corresponde à projecção da base da muralha e desenha exteriormente a sua volumetria, será ocupado pelo programa residencial. O pavimento deste piso tem um rasgo, com correspondência na cobertura, que permite uma entrada de luz zenital que incidirá privilegiadamente sobre a base romana, enfatizando a sua forma e a textura dos materiais que a constituem.
A cobertura será visitável pelo exterior, como remate de um passeio pedestre de visita à aldeia. Daqui se desfruta de uma interessante panorâmica sobre o Rio Ponsul e a sua ponte romana, bem como sobre um vasto território da outra margem.
Foi gratificante terem-se encontrado, posteriormente, imagens semelhantes à desejada em construções realizadas em Lugo ou Leon. Imagens que, certamente, estariam subconscientemente memorizadas e que, mais do que confirmação posterior, devem ter estado na própria origem da ideia.

site: ---

ver mais sobre o projecto:
estudogeral.sib.uc.pt
guiasdearquitectura.com
patrimoniocultural.gov.pt
ultimasreportagens.com

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

ARQUITECTURA AO CENTRO #36



CASA GMG
TORRES VEDRAS, TORRES VEDRAS

Pedro Gadanho
com Sara Silva Natária
Pedro Gadanho
2010

Um homem cuja cabeça de facto explodiu atraiu a restrita e ávida atenção dos tablóides locais e regionais no início dos anos oitenta. Ele era um artista desconhecido, até alegar que foi minimalista, conceptual e pop, tudo antes desses movimentos. Sua fantástica e assustadora história ganhou espaço na música pop alternativa por volta de 1982. Como a música que o imortalizou diz, o roteirista o seguia onde fosse, o autor de telenovelas o acompanhava usando suas jóias no horário nobre.
Como relatou para o seu colega de bar Jim Ballard, aos doze anos ele pediu ao seu pai que lhe construísse uma versão gigante das pílulas que tomava para a epilepsia para que se lembrasse das convulsões sempre eminentes. Ele instalou esta no canto de seu quarto, para depois ser convertida numa das suas diversas latrinas personalizadas. Esse objecto expandido foi posicionado ao lado de uma grande maleta poliédrica que usava como "armário-e-museu-de-miniaturas" para as suas primeiras produções escultóricas. Esse foi o início de um estranho universo desfraldado num apartamento do fim do século XIX de outro modo banal.
Pessoas passavam na rua onde esta casa anonimamente se localizava e permaneciam alheias às estranhas experiências conduzidas no seu interior. Ele fazia objectos ampliados que dispunha absurdamente de acordo com as suas crescentes necessidades imaginárias. Ele duplicou escadarias e criou novos pavimentos inteiros. Ele escavou novos cômodos subterrâneos e criou uma piscina longa e estreita. Ele transformou quartos em anfiteatros que seriam depois transformados em bibliotecas. Ele converteu poços de elevador vazios em monstruosos violões de uma corda. Ele replicou espaços até fantasmagóricas, infinitas perspectivas.
Ele assassinou tipologias e ressuscitou-as novamente em novas formas híbridas. Ele soldou o novo no velho e o estranho no ordinário. Para seu minúsculo, absurdo espaço onde pensar erigiu uma alta estrutura de assento num corredor, próximo de uma janela pequena e alta. A inadequada abertura pertencia tanto a cenários obsoletos da era espacial quanto a dramas expressionistas alemães retro-futuristas. Ali era o lugar onde manteria os seus pensamentos mornos. Ele famosamente alega que David Lynch inventou a sua abominável Mulher do Aquecedor após o visitar nos anos setenta enquanto estava no seu pequeno estúdio.
O homem cuja cabeça se expandiu nunca sentiu necessidade de abandonar o seu laboratório. Ele raramente recebia pessoas. Na última vez que permitiu que alguém fotografasse os seus domínios, a casa ainda estava bastante vazia. Segundo a lenda, ele seguiu criando tantos objectos que a casa se tornou impenetrável e labiríntica. Ele seguiu mudando espaços até eles se tornarem retorcidos e piranesianos. A casa deveria ser ocupada por todo o seu repertório, até que a sua cabeça não pudesse mais conter a proliferação cancerosa das suas ideias. Logo antes de morrer, o homem cuja cabeça se expandiu pensou que deveria ter processado David Lynch, Damien Hirst e Mark E. Smith.
(Traduzido por Murilo Arruda / archdaily.com.br)

site: facebook.com/pedro.gadanho

ver mais sobre o projecto:
archdaily.com
archdaily.com.br
design-milk.com
blessthisstuff.com
etvonweb.be
flodeau.com
gessato.com
habitarportugal.org
issuu.com
journal-du-design.fr
plataformaarquitectura.cl
revarqa.com
themodernhouse.com
ultimasreportagens.com
yatzer.com

domingo, 17 de dezembro de 2017

ARQUITECTURA AO CENTRO #35



REQUALIFICAÇÃO DA FÁBRICA DE RESINAGEM PARA NÚCLEO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO MUSEU DO VIDRO
MARINHA GRANDE, MARINHA GRANDE

Roberto Cremascoli, Edison Okumura e Marta Rodrigues
COR Arquitectos
2013

A relevância da estrutura a ser requalificada - o Mercado, de enorme importância histórica e quase uma passagem diária obrigatória -, a existência de várias áreas verdes e o programa funcional previsto para o lugar (escritórios, comércios, um museu e um auditório) definiram o conceito básico do projecto: uma aproximação à composição original do edifício. Foi decidido, então, descobrir o pátio central e locar parte do programa no subsolo.
O pátio central foi transformado em uma grande "praça pública" interna que pode receber diferentes usos; além da óbvia função de servir com uma área de socialização aberta ele pode abrigar eventos culturais e desportivos.
A intervenção principal consiste na construção de um novo edifício (NAC - Contemporary Art Nucleus), que "envolve" o antigo e se torna um símbolo da cidade. Essa nova edificação se materializa sob a forma de uma caixa de vidro, símbolo material da Marinha Grande, capital nacional do vidro.

site: corarquitectos.com

ver mais sobre o projecto:
archdaily.com
archdaily.com.br
archdaily.com.br
archello.com
archello.com
archilovers.com
atelierxyz.info
divisare.com
metalocus.es

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

ARQUITECTURA AO CENTRO #34



MODERNIZAÇÃO DA ESCOLA SECUNDÁRIA DOMINGOS SEQUEIRA
LEIRIA, LEIRIA

Francisco Amaral Pólvora,
Bernardo Campos Pereira e José Amaral Pólvora
com Júlio Senra, Pedro Viana, Diogo Andrade e Sousa, Nuno Lucas, Ana Rita Oliveira, Pedro Prata
BFJ Arquitectos
2010

O projeto de modernização da Escola Secundária Domingos Sequeira faz parte do programa de modernização das escolas do ensino secundário promovido pela Parque Escolar, EPE, e pode ser resumido nas seguintes opções:
1. Construção de um novo edifício que vai funcionar como nova entrada na escola e que pela sua localização e configuração funcione como rótula e interligação dos edifícios existentes. Este novo edifício vai integrar os espaços de utilização diária que permitam uma maior integração e interacção entre os diferentes utilizadores da escola, criando uma nova centralidade. Para além dos espaços administrativos e de direcção vai integrar a nova biblioteca e centro de recursos da escola em conjunto com espaços com vocação mais lúdica como sejam: a loja de conveniência, a reprografia, a associação de estudantes e a cafetaria que vai funcionar em complemento com o actual refeitório;
O Átrio central da escola é um espaço amplo com iluminação natural que serve de ponto de encontro para a comunidade escolar. Todo o átrio é decorado por pinturas feitas pelos próprios alunos da escola.
2. Remodelação dos edifícios existentes de forma a valorizar e potenciar as suas qualidades a nível espacial e construtivo, garantido a satisfação das atuais exigências de conforto, segurança e acessibilidade;
3. Construção de um novo campo de jogos coberto com instalações desportivas de apoio (balneários, vestiários e espaços de apoio);
4. Remodelação dos espaços exteriores da escola e separação entre zonas de acesso pedonal e zonas de acesso automóvel estacionamento.

site: bfj.pt

ver mais sobre o projecto:
archdaily.com
archdaily.com.br
archello.com
joaomorgado.com
plataformaarquitectura.cl
ultimasreportagens.com

domingo, 10 de dezembro de 2017

PROJECTAR COM CARME PINÓS



A próxima sessão dupla da actividade PROJECTAR termina com um documentário sobre o cemitério de Igualada, próximo de Barcelona, da dupla de arquitectos catalães, Enric Miralles e Carme Pinós, que terá lugar no Auditório Municipal de Proença-a-Nova no dia 14 de Dezembro, pelas 19h00.

CARME PINÓS (1954- )

Carme Pinós i Desplat, nasceu em Barcelona a 23 de Junho de 1954, filha de Tomas Pinós, médico e director de Patologia Digestiva no Hospital de Sant Pau de Barcelona, que a teve com a idade de sessenta anos.

Estudou na Escola Técnica Superior de Arquitectura (ETSAB) da Universitat Politècnica de Catalunya (UPC), completando o curso em 1979 e onde regressou em 1981 para estudar urbanismo. Enquanto estudante, ajudou a sua mãe a dirigir a propriedade agrícola que tinham em Balaguer (Lleida).

Em 1984, após vários prémios em concursos de arquitectura, fundou um gabinete em Barcelona com o seu marido, o arquitecto Enric Miralles, que conduziram juntos até à sua separação, em 1991.

Destacam-se desta parceria os projectos para o cemitério de Igualada (1985-1994), o Centro Social de Hostalets de Balenyà, Barcelona (1986-1992), o colégio interno em Morella, Castelló (1986-1993), e as pérgolas do Passeig Nova Icària, na Vila Olímpica de Barcelona (1990-1992).

Em 1991 fundou o seu próprio gabinete Estudio Carme Pinós, onde continuou a desenvolver vários projectos iniciados na anterior parceria e que se demarca a partir de 1996, quando vence o concurso para o Passeio marítimo de Torrevieja, Alicante (1996-1999).

Entre os seus projectos mais relevantes destacam-se o Instituto de Educação Secundária La Serra, Mollerussa (2001), o Parque Ses Estacions e a Praça Espanya em Palma de Maiorca (2002), as Torres Cubo e Cubo II em Guadalajara, México (2005 e 2014), ou a Escola Primária Lluís Vives em Castelldefels, Barcelona (2006).

E mais recentemente, o edifício Departement 4 para a Vienna University of Economics and Business, Viena (2013), o Centro Cultural e de Exposições CaixaForum de Zaragoza (2014), o Crematório do Cemitério de Igualada (2016), o conjunto de intervenções em torno da Plaza de la Gardunya, incluindo esta, a Escola Massana, um edifício de apartamentos e a fachada posterior do Mercado de La Boqueria, em Barcelona (2015-em curso), e o Plano Geral do centro histórico de Saint Dizier, França (em curso), incluindo diversas intervenções em espaços públicos.

Carme Pinós concilia a sua actividade como arquitecta com o ensino. Neste campo, foi professora convidada na University of Illinois at Urbana-Champaign, E.U.A. (1994-1995), na Kunstakademie de Dusseldorf, Alemanha (1996-1997), na Columbia University de Nova Iorque, (1999), na École Polytechnique Fédérale de Lausanne, Suiça (2001-2002), na Harvard University Graduate School of Design (2003), na Accademia di Archittetura di Mendrisio, Suiça (2005-2006), na Università di Roma Tre, Itália (2007-2008), na Università Iuav di Venezia, Itália (2016), e na Berkeley University, Estados Unidos (2018).

Foi distinguida, entre outros, com os Prémios FAD em 1987 e em 1991, com o Prémio Nacional de Arquitectura de Espanha em 1995, o Primeiro Prémio do Conselho Superior de Arquitectos de Espanha na IX Bienal Espanhola de Arquitectura e Urbanismo e o Prémio Nacional de Arquitectura e Espaço Urbano do Departamento de Cultura da Generalitat da Catalunha em 2008. Foi nomeada Honorary Fellowship do American Institute of Architects em 2011 e International Fellowship do Royal Institute of British Architects em 2013.

Em 2016 foi distinguida com o Prémio Berkeley-Rupp de Berkeley University of California, pela sua contribuição na promoção da mulher na arquitectura e o seu compromisso com a comunidade, e com a Neutra Medal for Professional Excellence da California State Polytechnic University of Pomona, em reconhecimento pela sua trajectória profissional.

O seu trabalho tem sido exposto em várias galerias, museus e universidades, incluíndo a Kunstakademie em Estugarda (1995), o Architektur-Hochschule em Aachen (1995), a University of Illinois at Urbana-Champaign (1994), a Galeria AAM em Roma (1996), a Galeria Urania em Barcelona (1996), a Eight Plan Gallery em Nova Iorque, o Museu de Arte Contemporânea de Porto Rico (1997), a Fundação COAM de Madrid (1997) e os Colégios de Arquitectos de Ibiza (1996), Valência e Galiza (1997) e o Pavilhão de Espanha na Bienal de Arquitectura de Veneza (2006).

O Centro Pompidou adquiriu as maquetes dos projectos Caixaforum Zaragoza, do Hotel Pizota no México, e da Maison de l’Algérie de Paris, e desde 2006 a maquete da Torre Cubo faz parte da colecção permanente do MOMA.


Caixa Fórum, Zaragoza


Informações sobre os documentários aqui.
Mapa de localização do local onde decorrerá a sessão aqui.

Apoio:
Município de Proença-a-Nova

PROGRAMA:

14 de Dezembro, 19h00
Auditório Municipal, Proença-a-Nova
A Pirâmide do Rei Djoser em Saqqara
IMHOTEP

(2008, Stan Neumann, 26')
O Cemitério de Igualada
ENRIC MIRALLES & CARME PINÓS

(2010, Richard Copans, 26')

sábado, 9 de dezembro de 2017

PROJECTAR COM ENRIC MIRALLES



A próxima sessão dupla da actividade PROJECTAR termina com um documentário sobre o cemitério de Igualada, próximo de Barcelona, da dupla de arquitectos catalães, Enric Miralles e Carme Pinós, que terá lugar no Auditório Municipal de Proença-a-Nova no dia 14 de Dezembro, pelas 19h00.

ENRIC MIRALLES (1955-2000)

Enric Miralles Moya, nasceu em Barcelona a 12 de Fevereiro de 1955. Estudou na Escola Técnica Superior de Arquitectura (ETSAB) da Universitat Politècnica de Catalunya (UPC), completando o curso em 1978. Ainda estudante, de 1973 a 1978, trabalhou no gabinete dos arquitectos Albert Viaplana e Helio Piñón.

Em 1984, após vários prémios em concursos de arquitectura, fundou um gabinete em Barcelona com a sua primeira mulher, a arquitecta Carme Pinós, que conduziram juntos até à sua separação, em 1991.

Destacam-se desta parceria os projectos para o cemitério de Igualada (1985-1994), o Centro Social de Hostalets de Balenyà, Barcelona (1986-1992), o colégio interno em Morella, Castelló (1986-1993), e as pérgolas do Passeig Nova Icària, na Vila Olímpica de Barcelona (1990-1992).

Em 1993 Enric Miralles fundou um novo gabinete com a sua segunda mulher, a arquitecta italiana Benedetta Tagliabue, com o nome "EMBT Architects", que ela continuou sob o mesmo nome após a sua morte.

Os mais importantes projectos deste período foram a reconversão do Mercado de Santa Caterina, em Barcelona (1997-2001), o Edifício para o Parlamento da Escócia em Edimburgo (1998-2002) e a Torre Mare Nostrum para a sede da companhia Gas Natural, em Barcelona (1999-2006).

Enric Miralles foi professor na ETSAB a partir de 1985. Durante 1990 foi o responsável pela cadeira de Desenho Conceptual na Städelschule in Frankfurt am Main, na Alemanha. Em 1993 recebeu o convite da Universidade de Harvard para ocupar a cátedra Kenzo Tange. Ensinou como professor convidado na Columbia University em Nova Iorque, na Princeton University em New Jersey, na Architectural Association em Londres, no Berlage Instituut em Roterdão, na Mackintosh School of Architecture em Glasgow e nas Universidades de Buenos Aires e da Cidade do México.

Foi distinguido com os Prémios FAD em 1985 e em 1991, com o Prémio Nacional de Arquitectura de Espanha em 1995, com o Leão de Ouro da Bienal de Veneza em 1996. Após a sua morte, em 2002, com o "Bouwprijs" da Holanda, e em 2005 com o Prémio Stirling do Royal Institute of British Architects (RIBA) pelo Edifício do Parlamento Escocês.

Enric Miralles faleceu a 3 de Julho de 2000 em San Feliu de Codinas, Barcelona, vítima de um tumor cerebral.


Reconversão do Mercado de Santa Caterina, Barcelona


Informações sobre os documentários aqui.
Mapa de localização do local onde decorrerá a sessão aqui.

Apoio:
Município de Proença-a-Nova

PROGRAMA:

14 de Dezembro, 19h00
Auditório Municipal, Proença-a-Nova
A Pirâmide do Rei Djoser em Saqqara
IMHOTEP

(2008, Stan Neumann, 26')
O Cemitério de Igualada
ENRIC MIRALLES & CARME PINÓS

(2010, Richard Copans, 26')

ARQUITECTURA AO CENTRO #33



CASA VIDIGAL
LEIRIA, VIDIGAL

Joel Esperança e Ruben Vaz
Romeu Sousa (designer)
Frederico Louçano, Margarida Carrilho, Hugo Rainho
Contaminar Arquitectos
2010

Esta habitação unifamiliar está implantada num terreno quase triangular, junto a uma via rápida que atravessa uma extensa área verde, perto da cidade de Leiria.
A casa compõe-se por dois volumes que se intersectam em ângulo fechado, acompanhando a forma do lote. O volume maior, tem uma geometria marcada por linhas oblíquas, que se vão elevando do terreno. A escada, no ponto de intersecção, é a geradora dessa volumetria de três pisos, onde se organizam diferentes funcionalidades: em baixo, o estacionamento e arrumos na cave; em cima, as áreas sociais - sala no piso térreo e uma mezzanine no piso superior.
O outro volume, de menor dimensão, parece planar no ar. Uma caixa branca, ao nível do primeiro piso, está assente sobre a espessura de um bloco de concreto pigmentado de cinzento escuro, o que lhe confere essa sensação de leveza. O piso elevado acolhe a área privada, com três quartos, e o piso térreo contém a cozinha, aberta sobre uma área exterior coberta com zona de apoio.
A sala é o núcleo central da Casa Vidigal, expandindo-se sobre a envolvente através dos grandes vãos que dão forma às suas paredes. A vivência dos espaços é bastante fluída, com um interior inundado de luz natural.
(Traduzido por Victor Delaqua / archdaily.com.br)

site: contaminar.pt

ver mais sobre o projecto:
archdaily.com
archdaily.com.br
archello.com
archilovers.com
architizer.com
arqa.com
homify.pt
plataformaarquitectura.cl
ultimasreportagens.com

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

PROJECTAR COM IMHOTEP



A próxima sessão dupla da actividade PROJECTAR inicia-se com um documentário sobre a pirâmide de degraus em Saqqara, no Egipto, atribuída ao primeiro arquitecto conhecido, Imhotep, e terá lugar no Auditório Municipal de Proença-a-Nova no dia 14 de Dezembro, pelas 19h00.

IMHOTEP (século XXVII a.C., ca. 2655-2600 a.C.)

Imhotep, também referido como Immutef, Im-hotep ou Ii-em-Hotep, que literalmente significa "aquele que vem em paz", é considerado o primeiro arquitecto, engenheiro e médico da história antiga.

Historicamente pouco se sabe da sua vida, mas foi um dos poucos mortais a serem ilustrados como parte de uma estátua de um faraó. Serviu o faraó Djoser, da Terceira Dinastia, como Chanceler do Rei do Baixo Egipto, Primeiro na linhagem do Rei do Alto Egipto, Administrador do Grande Palácio, Nobre Hereditário, Sumo Sacerdote de Heliópolis, Construtor, Carpinteiro-Chefe, Escultor-Chefe, e Feitor-Chefe de Vasos, conforme consta numa inscrição na base de uma estátua de Djoser.

É-lhe atribuída a construção do complexo funerário de Saqqara para o faraó Djoser, no qual se inclui a pirâmide de degraus, a mais antiga pirâmide do mundo, embora esta estrutura não seja verdadeiramente uma pirâmide, pois resulta da sobreposição de cinco andares sobre a mastaba original, uma forma de túmulo egípcio antiga, formando seis degraus.

Terá sobrevivido ao faraó Djoser, como o testemunha uma inscrição na pirâmide inacabada de Sekhemkhet, que por isso também lhe é atribuída, outra pirâmide de degraus, que não foi terminada provavelmente devido ao curto reinado deste faraó.

Para além da invenção da pirâmide de degraus como túmulo, também lhe é atribuída a generalização da utilização da pedra talhada na construção de templos e túmulos funerários, bem como ter sido o primeiro a utilizar colunas de pedra como elementos portantes na arquitectura.

Foi um dos pouquíssimos plebeus a serem deificados após a morte, associado a Tot, deus do conhecimento e da escrita. na Época Baixa é divinizado e venerado sobretudo em Deir el-Bahari. O seu apogeu dá-se em Mênfis, onde destrona Nefertum para ser o filho do poderoso Ptá. Mais tarde ainda, acaba por o ultrapassar e recebe o título de deus de Mênfis, relegando Ptá para segundo plano.

Desconhece-se a localização do túmulo que Imhotep terá construído para si próprio, cuidadosamente dissimulado, apesar dos esforços para o encontrar, sendo consensual que está escondido algures em Saqqara.

Actualmente é referido como polímata, poeta, juiz, engenheiro, mago, escriba, astrónomo, astrólogo, e especialmente médico. Estes títulos resultam das lendas que floresceram nos milénios após a sua morte, e não em registos históricos. Nenhum texto seu contemporâneo menciona estas capacidades assim como nenhum menciona o seu nome nos primeiros 1.200 anos que se seguiram à sua morte.


Pirâmide de Djoser, Saqqara


Informações sobre os documentários aqui.
Mapa de localização do local onde decorrerá a sessão aqui.

Apoio:
Município de Proença-a-Nova

PROGRAMA:

14 de Dezembro, 19h00
Auditório Municipal, Proença-a-Nova
A Pirâmide do Rei Djoser em Saqqara
IMHOTEP

(2008, Stan Neumann, 26')
O Cemitério de Igualada
ENRIC MIRALLES & CARME PINÓS

(2010, Richard Copans, 26')

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

ARQUITECTURA AO CENTRO #32



CENTRO DE VISITANTES DO CASTELO DE POMBAL
POMBAL, POMBAL

Luís Miguel Correia, Nelson Mota e Susana Constantino
COMOCO Arquitectos
2014

O Castelo de Pombal é um testemunho do poder do tempo como actor principal na transformação do ambiente construído. O lugar tem sido sucessivamente ocupado desde o tempo do império romano e desde então já desempenhou vários papeis e foi palco de várias práticas espaciais e sociais. Evoluiu desde uma pequena comunidade no topo da colina até se assumir como uma estrutura militar vital numa rede defensiva à escala do território. Finalmente, nos últimos tempos, ganhou o estatuto de destino turístico e marca identitária para toda a região. Depois do projecto da Reorganização da Encosta da Castelo de Pombal, os Comoco Arquitectos foram encarregues de elaborar o projecto de um Centro de Visitantes no interior do castelo, incluindo os arranjos exteriores do recinto e a revitalização das instalações da Torre de Menagem.
O maior desafio do projecto esteve na definição de uma estratégia que não fosse ostensiva nem submissa em relação às múltiplas camadas de história que convivem no interior do recinto muralhado. Ou seja, era necessário encontrar uma posição adequada entre os vários artefactos que existem naquele espaço, na sua maioria ruínas, mas que são partes de uma memória colectiva que se pretende preservar e, mais ainda, realçar.
A estratégia de intervenção dividiu-se em três componentes. No projecto de arranjos exteriores, os pavimentos em calçada existentes foram consolidados e postos a descoberto e o restante espaço foi preenchido com gravilha; Na revitalização da Torre de Menagem foram introduzidas alterações pontuais no volume em aço corten e desenhado o mobiliário para o espaço servir como espaço expositivo. No entanto, o desafio mais complexo foi a introdução de um novo volume para servir de Centro de Visitantes que devia incluir o espaço de recepção, uma sala negra para projecções virtuais da história do castelo e uma área de arrumos.
Com um recinto relativamente reduzido (1200 m2) e povoado de inúmeros elementos, introduzir um novo volume significava uma inevitável confrontação com os elementos existentes que definem aquele espaço. Esta circunstância tornou-se, no entanto, o elemento fundamental para desenvolver o projecto: o novo volume devia ter uma certa ambiguidade. Por um lado devia fundir-se com os elementos existentes do recinto do castelo e, por outro, devia assumir-se como uma nova camada colocada sobre as pré-existências. Em síntese, procurou-se um diálogo criativo com a situação “as found”, tentando tirar partido da nova construção para activar experiências espaciais que se encontravam dormentes.
O programa foi compactado para dimensões mínimas e o volume desenhado de um modo tal que o tornasse num dispositivo espacial inspirado na tectónica do castelo, principalmente nas escadas que articulam as plataformas existentes no recinto. Na realidade, o novo volume cria ele próprio uma nova plataforma que possibilita o acesso ao nível da janela manuelina aberta na muralha.
A proposta para o Centro de Visitantes do Castelo de Pombal procura estabelecer uma deliberada condição de ambiguidade definindo um espaço liminar que recria a experiência espacial do castelo como um elemento de controlo sobre a paisagem e, ao mesmo tempo, como um local de abrigo.

site: comoco.eu

ver mais sobre o projecto:
archdaily.com
archdaily.com.br
arcoweb.com.br
dezeen.com
divisare.com
habitarportugal.org
metalocus.es
plataformaarquitectura.cl
ultimasreportagens.com

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

ARQUITECTURA AO CENTRO #31



COMPLEXO ESCOLAR DO FURADOURO
ÓBIDOS, AMOREIRA

Cláudio Sat
Pedro Cancela, Gisela Ferreira, Ricardo Porfírio
Cláudio Sat, Unipessoal, lda
2008

Este complexo possui uma área construída de 6512 m² e ocupa um terreno que possui um suave declive para o sul, com uma excelente exposição solar. Antes da intervenção havia um denso bosque de eucaliptos, no centro deste havia uma clareira de formato triangular. Esta troca de informações sugeriu a proposta da arquitectura do edifício, que foi estruturado em torno de um pátio triangular, um espaço tranquilo, protegido do movimento da Autoestrada Nacional.
A proposta demonstra o agrupamento de três blocos (sistemas): o bloco pedagógico, formado pela administração, salas de aula e especiais voltadas para o oeste; o bloco de desportos, incluindo os vestiários, um pavilhão de jogos ao ar livre orientados para o leste; e, por último, o bloco social, numa posição central, formado pela sala do dentista, uma sala multiusos e outra de música, o restaurante e o bar.
O complexo, em geral, está articulado pelo átrio principal, localizado no eixo da fachada norte. A partir daí existe a opção para seguir em direcção aos espaços de desportos ou dos sistemas de ensino. Depois de entrar no átrio principal, à direita é vista a entrada com a recepção. Deste ponto podemos ir até à papelaria e o conjunto do centro de recursos, que funcionam como espaços dinâmicos nesta área, e em seguida as salas de aula e/ou especiais.
O centro de recursos é uma sala de aula especial, que é o espaço que mais se aproxima do átrio principal, facilitando o uso destas instalações pelos utentes mais diversos. Como é o caso dos blocos das salas de aula, onde também existe a possibilidade de expansão para o pátio onde os alunos podem realizar actividades ao ar livre. Pode-se dizer que o sistema social constitui um “centro cultural” pequeno, levando em consideração as características dos espaços que o compõem e os acessos que o limitam (o átrio principal e o átrio do pavilhão), factores que determinam uma grande autonomia funcional, o que significa que os seus subsistemas podem ser utilizados pela população, sem interferir no funcionamento normal das actividades específicas pedagógicas e desportivas da escola.
Igual ao complexo da escola Alvito, o restaurante e o bar pode ser ampliado como um terraço com vista para o pátio central, de modo que os utentes possam desfrutar dos espectáculos que venham a ocorrer no exterior da sala de usos múltiplos.
O salão multifuncional também se caracteriza por uma grande abertura para o sul, a qual se relaciona com o espaço interior com as melhores vistas da paisagem circundante. No lado norte, há outra janela que permite a iluminação e ventilação do espaço, sendo que existe um sistema de persianas que permite que estas áreas possam ser fechadas e escurecidas. No primeiro andar, na mesma forma que o Complexo dos Arcos, estão agrupados o sistema administrativo e quatro salas de aula, com saída para um pátio de jogos conectado com o átrio central por uma rampa, que ao mesmo tempo conecta as classes com uma zona coberta de recreação ao ar livre.
O sistema desportivo define a borda oriental do complexo com o pavilhão formado pelo subsistema principal. Agrupados em torno deste, está o átrio do pavilhão, e, as proporções de comprimento e largura, as quais correm ao longo do eixo Norte-Sul relacionando-se com o pavilhão, vestiários, salas multiusos, o bar e o restaurante. A área do campo de jogos completa o sistema.
Os espaços ao ar livre incluem recreios, área de acesso, que se apresenta para o átrio principal, estendendo-se para o átrio do pavilhão, o pátio central, que delimita o bloco social, ao oeste pelo bloco pedagógico que está aberto para o sul, com uma rampa que conecta o pátio de recreações ao nível 1.

site: claudiosat.pt

ver mais sobre o projecto:
archdaily.com
archdaily.com.br
espacodearquitetura.com
mdc.arq.br
plataformaarquitectura.cl
ultimasreportagens.com

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

PROJECTAR #60

A última etapa deste ano da actividade PROJECTAR será em Proença-a-Nova, com a 60.ª edição em mais uma sessão dupla, com dois documentários que nos levam das origens da arquitectura funerária com a pirâmide de Djoser, em Saqqara, no Egipto, do primeiro arquitecto de que se conhece o nome, Imhotep, até ao muito recente cemitério de Igualada, em Espanha, dos arquitectos Enric Miralles e Carme Pinós, que faz uma reinterpretação do tema com a integração na paisagem, e terá lugar no Auditório Municipal, no dia 14 de Dezembro, pelas 19h00.



Ambos da série Architectures, o primeiro é dedicado à pirâmide do Rei Djoser, do primeiro arquitecto de que se conhece o nome, Imhotep, e foi realizado por Stan Neumann em 2008:

A pirâmide do Rei Djoser, a mais antiga pirâmide egípcia, revela sem dúvida os primeiros passos daquilo que chamamos arquitectura, como prática erudita, distinta da simples construção.

A pirâmide do Rei Djoser, a mais antiga pirâmide egípcia - foi construída 2.600 anos antes de Cristo - revela sem dúvida os primeiros passos daquilo que chamamos arquitectura, como prática erudita, distinta da simples construção.
O sítio onde se opera ruptura é um monumento funerário, onde a função simbólica toma o lugar do simples uso. A arquitectura, à sua nascença, afirma-se de imediato não como função mas como símbolo.
A trinta quilómetros a sul do Cairo, a este do vale do Nilo, Saqqara foi a necrópole de Memphis, a primeira capital do Antigo Egipto da qual não resta senão este imenso cemitério dominado pelso sessenta metros da pirâmide de degraus de Djoser.




O segundo documentário sobre o cemitério de Igualada, próximo de Barcelona, dos arquitectos Enric Miralles e Carme Pinós, foi realizado por Richard Copans em 2010:

Que fazer dos nossos mortos? Incinerá-los? Enterrá-los? Fazê-los desaparecer? Guardá-los ao alcance de uma visita? E quantos metros quadrados lhes consagrar? Estamos a 70 km de Barcelona, atrás do Montserrat, em Igualada, uma cidade de 40.000 habitantes.

Aqui, como em toda a Espanha, não se enterram os mortos. São empilhados em nichos, em jazigos sobrepostos, em alinhamentos de três ou quatro níveis. No final dos anos 1970, o cemitério de Igualada, concelho situado a cerca de sessenta quilómetros de Barcelona, estava saturado. O município toma posse de um terreno declivoso para instalar o novo cemitério. Em 1985, os arquitectos catalães Enric Miralles e Carme Pinós iniciam o estaleiro que verá sair da terra 240 jazigos, uma capela (inacabada), locais técnicos e uma sala de autópsias fundidos na paisagem.





Com estas sessões propõe-se esta Delegação da Ordem dos Arquitectos exibir documentários de Arquitectura, como forma de divulgar a vida e obra de arquitectos com importância na história e teoria da arquitectura, nacional e internacional, de várias épocas e movimentos, e assim contribuir para o enriquecimento da cultura arquitectónica na nossa região.

Estas sessões destinam-se, para além dos arquitectos da região, a outros técnicos e a todas as pessoas com curiosidade e interesse nestes temas, sendo de acesso livre mas limitadas à lotação do Auditório Municipal de Proença-a-Nova, que está disponível para o efeito.

Apoio:
Município de Proença-a-Nova

PROGRAMA:

14 de Dezembro, 19h00
Auditório Municipal, Proença-a-Nova
A Pirâmide do Rei Djoser em Saqqara
IMHOTEP

(2008, Stan Neumann, 26')
O Cemitério de Igualada
ENRIC MIRALLES & CARME PINÓS

(2010, Richard Copans, 26')

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

ARQUITECTURA AO CENTRO #30



PARQUE DE SÃO ROMÃO
LEIRIA, LEIRIA

João Nunes e Carlos Ribas
Margarida Quelhas, Iñaki Zoilo, Mariana Sargo, Ana Paiva, Márcia Cruz e Silva, Mafalda Silva Meirinho, António de Magalhães Carvalho
PROAP
arquitectura: António Garcia Arquitectos
2006

O Parque de São Romão abrange a margem direita do Rio Lis até à Ponte de São Romão. Insere-se numa estratégia de intervenção definida por um território urbano periférico, em que a persistência de um carácter rural extravasa uma simples expressão residual, tantas vezes característica das situações de periferia urbana.
A proposta orienta-se pela procura de criação de um percurso contínuo, qualificado e dotado de estadias equipadas, que permita percorrer o Rio Lis de uma forma confortável, dando primazia aos circuitos pedonais e cicláveis como forma de permitir desfrutar dos motivos de interesse cénicos e ambientais que se encontram, sequencialmente, ao longo desse traçado. Paralelamente, surgem situações particulares que pressupõem um tratamento específico adequado às funções que lhes foram atribuídas; nomeadamente uma área para parqueamento automóvel, um espaço conduzido no sentido de criar amplas áreas de recreio informal ao ar livre e áreas para a prática de desportos “radicais”, a protecção e requalificação da envolvente da ETAR e ainda o reperfilamento de um arruamento pré-existente. As soluções propostas visam potencializar o desempenho do sítio em termos das suas funções urbanas e sociais, simultaneamente reforçando o seu valor paisagístico e ecológico, através da preservação do material vegetal na totalidade das áreas.

site: proap.pt

ver mais sobre o projecto:
ultimasreportagens.com

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

PROJECTAR EM PROENÇA-A-NOVA

Proença-a-Nova recebe a última etapa da itinerância da actividade PROJECTAR deste ano, no próximo dia 14 de Dezembro, para a sexagésima sessão, que nos levará das origens da arquitectura funerária com a pirâmide de Djoser, em Saqqara, no Egipto, até ao muito recente cemitério de Igualada, em Espanha, que faz uma reinterpretação do tema com a integração na paisagem, e que decorrerá pelas 19h00 no Auditório Municipal.



Mais informações em breve.

ARQUITECTURA AO CENTRO #29



CASA PÓ
BOMBARRAL, PÓ

Ricardo Silva Carvalho
Ricardo Silva Carvalho Arquitectos
2013

Localizada na Costa Oeste de Portugal numa zona agrícola relativamente próxima ao mar, surge esta nova habitação, numa aldeia de características bastante heterogéneas.
Com o intuito de aproveitar ao máximo o sol e minimizar os constrangimentos da envolvente, a implantação distancia-se dos seus limites, tendo, no entanto, relações com as construções contíguas, de modo a potencializar-se e não entrar em rotura com o existente, contribuído deste modo para um melhor desenho da morfologia urbana.
A intenção foi conceber um espaço simples, claro e interactivo do ponto de vista funcional e na relação com os seus usuários, reflectindo apenas o essencial, com as particularidades e necessidades projectais inerentes enquanto espaço, com utilizações e funções específicas para desempenhar todos os requisitos que lhe estão propostos, criando adequadas condições de funcionamento, conforto e ambiente.
Nesse sentido, o desenho da organização espacial da planta rectangular, serviu como princípio para o projecto, partindo da ideia de criar circulações de “luz” em volta de todos os espaços.
Assumindo-se todos os espaços como acessíveis a partir do logradouro que envolve a habitação e com entrada principal através de um pátio coberto, resultante da união das duas águas da cobertura em forma de “borboleta”, delimitado por um recorte em forma de elipse, para assim deixar transparecer a única luz existente/incidente de sul.
Adentrando a habitação, esta caracteriza-se por uma sucessão de espaços que aparecem misteriosamente entre volumes que nunca tocam os seus limites e que se deixam desvendar através da continuidade do tecto que vai aumentando de escala com a nobreza dos espaços de convivência humana, até aos quartos que se dividem em altura e deixam revelar um pequeno mezanino que olha sobranceiro para todos os espaços da casa.
Na área de entrada e com uma utilização mais frequente existe uma zona de refeições apoiada por um balcão de preparação e confecção existente num armário técnico que se abre nas laterais e que dum lado contem uma instalação sanitária social e do outro um arrumo técnico que divide esta zona da zona de estar.
A área de estar que se prolonga para o exterior através de grandes panos de vidro que desde a entrada nos vão iluminando e ampliando a relação da casa com o exterior, é delimitada por um segundo armário que lhe faz frente e oculta a zona mais privada da habitação, os quartos.
Este segundo armário contém, de um lado, uma instalação sanitária de apoio às áreas dos dormitórios, e do outro, uma escada onde se pode aceder ao mezanino por cima dos quartos com um pé direito mais baixo.
Do outro lado do pátio da entrada existe um estacionamento e uma cobertura de apoio às áreas externas.

site: linkedin.com/in/ricardo-silva-carvalho

ver mais sobre o projecto:
archdaily.com
archdaily.com.br
architizer.com
disenoyarquitectura.net
homedsgn.com
inhabitat.com
metalocus.es
neo-arquitectura.com
plataformaarquitectura.cl
ultimasreportagens.com

domingo, 19 de novembro de 2017

ARQUITECTURA AO CENTRO #28



ESCRITÓRIOS EDP
LEIRIA, LEIRIA

Regino Cruz
Célide Cruz, Filipe Balestra, Sara Göransson, Rafael Balestra, Hugo Ricardo, Ruben Mateus e Luís Pestana
Regino Cruz Arquitectos
2015

Decorria o ano de 2008 e o nosso cliente era a EDP, a maior empresa de energia de Portugal.
O primeiro desafio passava por conceber um projecto para o terreno difícil que tínhamos em mãos: um declive com uma envolvente industrial e um modesto bosque.
O progresso da nossa ideia levou a um conceito que valorizasse a área, no entanto, com a crise económica europeia, a situação financeira estagnou, e Portugal tornou-se um dos 5 países europeus mais afectados.
Volvidos 3 anos (já no final de 2011) surge outro desafio: o nosso orçamento de construção foi cortado para um terço do que tinha sido definido anteriormente e assim, o projecto teria de ser reduzido.
Em colaboração com os concept designers da Urban Nouveau, encontramos uma solução viável para corresponder às novas condicionantes financeiras que nos foram impostas. Refizemos o projecto, diminuímos o edifício e recolocamo-lo numa zona menos central do site, junto ao bosque. A simplificação da ideia consistiu em transformar a paisagem de carácter industrial numa mais agradável. Para isso o nosso projecto reage como uma ponte entre estes dois elementos:
Natureza – indústria, árvores – asfalto, feminino – masculino.
Então, inspirados pelo Metabolismo Japonês e pela obra de Kenzo Tange – o mestre que, através da arquitectura, deu uma importante lição sobre esperança na mentalidade do Pós-2ª Guerra Mundial – celebramos a relação simbiótica entre a Energia Natural e o Homem.
Com uma planta rectangular, o edifício faz referência a uma centopeia e o seu programa permite que ambas as suas funções operem de maneira independente.
Por um lado, temos a sede administrativa da EDP em Leiria. A entrada principal é pelo lado Leste que nos leva a um corredor e um hall. O corredor faz-nos chegar aos escritórios open space, permitindo ao staff encarar ambas as paisagens, a Leste e a Oeste do seu espaço de trabalho. Pelo recanto a Sudoeste temos uma escada que liga o edifício directamente ao bosque para um almoço piquenique, um pequeno passeio para arejar as ideias ou uma conversa telefónica mais privada. Através do hall podemos ver um túnel e uma escada em espiral. O primeiro consiste numa forma neutra que nos direcciona a uma contrastante caixa de vidro concebida para brainstorming e reuniões. Sendo um corpo independente, tem uma vibe serena e faz da camuflagem do bosque a sua privacidade. A escada em espiral leva-nos ao piso térreo onde podemos encontrar vestiários num extremo, e no outro uma zona de descanso com uma copa para o staff. Pela porta saímos em direcção ao parking através das pernas na centopeia.
Por outro lado, temos a Clínica EDP Sãvida. Desde a fase inicial que o cliente mostrou vontade em ter no mesmo edifício um espaço com a vertente de saúde para o staff e as suas famílias que funcionasse independentemente. O acesso à clínica é feito por uma ponte a Noroeste. Usufruindo da luz natural, a linguagem clean do interior é mantida desde a recepção e sala de espera até aos consultórios médicos, preservando a forte ligação ao arvoredo.

site: reginocruz.com

ver mais sobre o projecto:
archdaily.com
archdaily.com.br
architizer.com
architonic.com
designboom.com
dezeen.com
plataformaarquitectura.cl
ultimasreportagens.com

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

ARQUITECTURA AO CENTRO #27



MERCADO MUNICIPAL
ABRANTES, ABRANTES

José Mateus e Nuno Mateus
Ricardo Guerreiro, Fábio Cortês, Ana Fontes, Bruno Martins, Filipe Cardoso, João Dantas, Marc Anguill, Sofia Raposo, Miguel Torres
ARX Portugal Arquitectos
2015

O Mercado Municipal de Abrantes localiza-se na transição para o centro histórico, no espaço das antigas oficinas da Rodoviária do Tejo, cujo avançado estado de ruína recomendou a sua total demolição. Trata-se de um lote urbano situado entre duas ruas a cotas diferentes: em baixo (a poente) o Largo do Tribunal, e em cima a nascente, a rua Nossa Senhora da Conceição. É um lote extraordinariamente estreito para o programa em causa, que marca decisivamente o projecto desenhado.
Programaticamente sugeria-se a importância de proceder à ligação dessas ruas, criando um caminho ascendente em direcção ao Museu Ibérico de Arqueologia e Arte, que se pretende construir no Convento de S. Domingos implantado na cota mais alta da cidade. Adicionalmente, uma leitura do local revelou a importância de reflectir sobre o impacto deste novo edifício no seio do casario envolvente, heterogéneo na qualidade arquitectónica e nos tempos de construção, mas também de escala consideravelmente menor, quando observado a partir de poente.
Do ponto de vista tipológico, um mercado é um edifício onde a ideia de espaço público é levada ao extremo. No limite, como ainda acontece em diversas civilizações, o mercado acontece na própria rua onde os comerciantes vendem a quem passa os seus produtos em bancas e coberturas improvisadas, numa diluição ou coincidência total do espaço ‘mercado’ no espaço urbano.
O novo Mercado de Abrantes é simultaneamente edifício e rua. Através dele passa-se de uma rua para outra, seja de forma directa através da escada que se abre no limite norte, ou deambulando entre bancas e a escada em espiral situada no limite sul. No fundo, trata-se fundamentalmente de uma rua conformada e coberta por uma casca de concreto aparente pintada a branco.
No coroamento do edifício dois volumes captam a luz solar que flui para aos pisos inferiores através de aberturas nas lajes dos vários andares, iluminando suavemente os espaços, sublinhando a textura do concreto e marcando a cadência temporal dos dias.

site: arx.pt

ver mais sobre o projecto:
archdaily.com
archdaily.com.br
archello.com
archilovers.com
architizer.com
architizer.com
arqa.com
dezeen.com
divisare.com
divisare.com
espacodearquitetura.com
espacodearquitetura.com
metalocus.es
plataformaarquitectura.cl
ultimasreportagens.com
worldarchitecturenews.com


sábado, 11 de novembro de 2017

PROJECTAR COM RAFAEL MONEO




A abrir a próxima sessão dupla da actividade PROJECTAR teremos um documentário sobre Álvaro Siza, pela quarta vez nestas sessões e cuja biografia pode ser consultada aqui, seguindo-se um sobre o arquitecto espanhol Rafael Moneo, que terá lugar no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Ferreira do Zêzere no dia 16 de Novembro, pelas 19h00.

RAFAEL MONEO (1937- )

José Rafael Moneo Vallés nasceu em Tudela, Navarra, em 9 de Maio de 1937. A sua mãe, Teresa, era filha de um magistrado de Aragão, e o seu pai, Rafael, cuja família tinha raízes em Tudela, era engenheiro industrial. Tem uma irmã, Teresa, que estudou filosofia e literatura e um irmão mais novo, Mariano, que estudou engenharia. Depois de uma primeira atracção pela filosofia e pela pintura, Rafael inclinou-se para a arquitectura influenciado pelo interesse do seu pai na matéria.

Em 1954 deixou a família, com algum sacrifício, para ir estudar para Madrid, na Escola Técnica Superior de Arquitectura, onde concluiu o curso de arquitectura em 1961, do qual destaca a influência do professor de história da arquitectura Leopoldo Torres Balbás. Durante os seus estudos, colaborou em vários projectos com o arquitecto Francisco Javier Sáenz de Oiza.

Recém formado, partiu para Hellebaeck, na Dinamarca, para trabalhar com Jørn Utzon, que estava nessa altura a trabalhar no projecto da Ópera de Sydney, Australia. Antes de regressar a Espanha em 1962, viajou pelos países escandinavos onde teve a afortunada oportunidade de ser recebido por Alvar Aalto em Helsinquia.

Uma vez em Madrid, ganhou uma bolsa de estudos na Academia Espanhola em Roma, para aí passar dois anos, que conseguiu conciliar com a sua lua-de-mel com Belén Feduchi, filha do arquitecto Luis Feduchi. Este período foi de fundamental importância na carreira de Moneo, pelo impacto que a cidade de Roma teve na sua educação como arquitecto e pela oportunidade de contacto com importantes arquitectos italianos como Paolo Portoghesi, Bruno Zevi e Manfredo Tafuri.

Quando regressaram a Madrid em 1965 instalaram-se numa casa-estúdio no bairro de El Viso, onde tiveram a sua primeira filha, Belén. Nesse ano obteve a sua primeira encomenda importante, a construção da Fábrica Diestre em Saragoça. No ano seguinte começou a leccionar (e até 1970) como professor adjunto na Escola de Arquitectura da Universidade de Madrid, e a publicar artigos sobre arquitectura.

Em 1968, recebeu a sua segunda encomenda importante, o Projecto Urumea (1969-1973), um edifício de apartamentos em San Sebastián. Foi o ano em que teve também a sua segunda filha, Teresa. A sua terceira filha, Clara Matilde, viria a nascer em 1975. Foi ainda nesta altura que, com um grupo de arquitectos, fundou a revista Arquitectura Bis onde publicou muitos dos seus textos.

Leccionou na Escola Técnica Superior de Arquitectura de Barcelona a cadeira de Elementos de Composição de 1971 a 1980, voltando nesse ano a dar aulas em Madrid a cadeira de Composição, cargo que ocupou até 1985. Nesta altura recebe a encomenda para projectar um importante edifício a construir em Madrid, a ampliação da sede do Bankinter (1973-1976) em colaboração com o arquitecto Ramón Bescós, no Paseo de la Castellana, logo seguida do projecto para os Paços do Concelho de Logronho (1973-1981).

Em 1976 foi convidado como professor visitante por um ano no Institute for Architecture and Urban Studies e na Cooper Union School of Architecture, ambas em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Nos anos seguintes deu aulas também em Princeton e Harvard e no departamento de Arquitectura da Escola Politécnica Federal de Lausana (Suiça).

O princípios dos anos 80 ficam marcados por dois projectos em particular, o do Museu de Arte Romana (1980-1986), em Mérida, pelo qual recebeu o Prémio da I Bienal Espanhola de Arquitectura e Urbanismo, e o da sede da Previsión Española (1982-1987), em Sevilha.

Em 1984 foi nomeado director do departamento de arquitectura da Harvard University Graduate School of Design, cargo que ocupou até 1990, período em que se mudou com a família para Cambridge. Durante este período viajou regularmente para Espanha, para desenvolver o projecto para a Estação de Comboios de Atocha (1985-88), em Madrid, que ganhou em concurso.

Embora desejasse prolongar a sua permanência em Harvard, Rafael Moneo voltou para Madrid para dar resposta à quantidade de projectos que surgiram para a celebração de Espanha'92, sendo eles: o novo terminal do Aeroporto San Pablo (1989-92), em Sevilha; a remodelação do Palácio Villahermosa para abrigar a colecção de arte Thyssen-Bornemisza (1992), em Madrid; e o edifício L'illa Diagonal (1986-93) em colaboração com o arquitecto Manuel de Solà-Morales, em Barcelona.

Reinstalado em Madrid, Rafael Moneo transferiu o seu escritório da sua casa para um edifício próximo, para melhor poder desenvolver todos aqueles projectos, a que se juntaram a Sala de Concertos e Centro Cultural Kursaal (1990-99), em San Sebastián, e o Museu de Arte Moderna e Centro de Arquitectura e Design da Suécia (1991-98) em Estocolmo, ambos resultantes de concursos que venceu. Destaque ainda para a Fundação Pilar y Joan Miró (1987-1992), em Palma de Mallorca.

Seguem-se os projectos para os Paços do Concelho de Múrcia (1991-98), as Adegas Julián Chivite (1991-2002), em Estella, o refeitório do Mosteiro de Santa Maria de Guadalupe (1991-94), em Barcelona, o Edifício Audrey Jones Beck, Museu de Arte em Houston (1992-2000), o Centro Cultural Don Benito (1995-1998) em Badajoz, ou a Catedral de Nossa Senhora de Los Angeles (1996-2002), na Califórnia, E.U.A., ou ainda a Biblioteca da Universidade de Aremberg (1997-2002) em Lovaina, Bélgica.

Nos anos mais recentes destacam-se o Museu da Ciência em Valladolid (2001-2003) em colaboração com Enrique de Teresa, a ampliação do Museu do Prado (2001-2007), em Madrid, a Igreja de Iesu (2001-2011), em San Sebastián, a reabilitação e Museu do Teatro Romano de Cartagena (2008), a Nova Biblioteca da Universidade de Deusto (2009), em Bilbao, a Torre Puig (2010-2013) em Hospitalet de Llobregat, Barcelona, ou o Museu da Universidade de Navarra (2015), em Pamplona.

Entre os vários prémios com que foi agraciado, destacam-se o Prémio Pritzker e a Medalha de Ouro da União Internacional de Arquitectos (ambos em 1996), o Prêmio de Arquitectura Contemporânea Mies van der Rohe em 2001, a Medalha de Ouro do Royal Institute of British Architects (RIBA) em 2003, a Medalha de Ouro da Arquitectura do Consejo Superior de los Colegios de Arquitectos de España (CSCAE) em 2006, o Prémio Príncipe de Astúrias das Artes em 2012, o Prémio Nacional de Arquitectura de Espanha em 2015 e, este ano (2017), o Praemium Imperiale atribuído pela família imperial japonesa em nome da Associação de Artes do Japão.

Rafael Moneo é membro da American Academy of Arts and Sciences e da Accademia di San Luca di Roma. É Membro Honorário do American Institute of Architects e do Royal Institute of British Architects.

O seu trabalho tem sido exposto em várias cidade do mundo, como Chicago, Lugano, Madrid, Viena, Basileia, Estocolmo ou Helsíquia. A exposição retrospectiva intitulada Uma reflexão teórica a partir da profissão. Materiais de arquivo (1961-2013) organizada pela Fundação Barrié, esteve em Vigo em 2013-2014, passou por Lisboa no Centro Cultural de Belém em 2014, e esteve depois na Cidade do México, Hong Kong e Madrid.

Para além dos textos publicados nas revistas Oppositions, Lotus, e Arquitectura Bis, reunidos posteriormente em colectâneas, publicou também Inquietação Teórica e Estratégia Projectual, importante obra no campo do projecto arquitectónico no qual faz uma compilação de algumas das suas principais aulas em Harvard.


Museu de Arte Romana, Mérida


Informações sobre os documentários aqui.
Mapa de localização do local onde decorrerá a sessão aqui.

Apoio:
Município de Ferreira do Zêzere

PROGRAMA:

16 de Novembro, 19h00
Salão Nobre dos Paços do Concelho de Ferreira do Zêzere
ÁLVARO SIZA
Ordem no caos

(2003, Adolfo Dufour Andía, 30')
RAFAEL MONEO
Coragem e convicção

(2003, José Manuel Castillejo, 33')

ARQUITECTURA AO CENTRO #26



CASA EM ALCOBAÇA
ALCOBAÇA, ALCOBAÇA

Manuel Aires Mateus e Francisco Aires Mateus
com Catarina Bello
Aires Mateus
2011

A casa que se desenha no centro histórico de Alcobaça é registo de vários tempos: Um pequeno edifício reconstruído para perpetuar a escala vernacular mais recorrente, e um muro criteriosamente desenhado para albergar uma serena extensão.
No edifício antigo trabalha-se um vazio a partir da espessura modelada das suas paredes periféricas. Liberta-se uma coluna de vazio que recebendo luz por um lanternim a oferece a uma nova atmosfera protegida e privada. Os compartimentos surgem como adições interiores, relacionando-se com o exterior através de aberturas reinterpretadas nas fachadas, mas defindo e criando um espaço interior inesperado.
A ampliação da casa surge como a ocupação de uma diferença de cotas, entre o nível de chegada da rua, e um jardim que se gera e se relaciona com o rio Baça. O perímetro do novo muro define pátios que mediam a escala do gesto contemplativo com o exterior. As zonas sociais, sem obstáculos, funcionam como um contínuo espacial que se estende e difunde entre os dois tempos do desenho.

site: airesmateus.com

ver mais sobre o projecto:
archdaily.com
archdaily.com.br
archello.com
architizer.com
dezeen.com
divisare.com
facebook.com/pg/architecturamagazine
juanrodriguezphotography.com
metalocus.es
plataformaarquitectura.cl
ultimasreportagens.com

terça-feira, 7 de novembro de 2017

ARQUITECTURA AO CENTRO #25



CASA DA MATA
ÓBIDOS, VAU

João Perloiro, João Luís Ferreira, Paulo Perloiro, Paulo Martins Barata, Pedro Appleton
Promontório Arquitectos
2007

Situada na freguesia do Vau, concelho de Óbidos, a habitação unifamiliar do Bom-Sucesso resulta da encomenda de um projecto feito em 1997, mas que só se veio a concluir em 2006.
Servida por eficientes acessos a Lisboa, e ao centro do País, a denominada zona Oeste, e muito particularmente a área em redor da Lagoa de Óbidos, tem sido eleita como destino privilegiado de fim-de-semana.
Se o programa se mostra um paradigma relativamente comum - com as tradicionais áreas sociais generosas, quartos para família alargada, piscina e anexo - já o lugar eleito para o edificar mostra-se invulgar.
Um lugar criteriosamente escolhido, retirado sobre uma natureza peculiar, isolado e enquadrado pela relação com a paisagem. Destacam-se a vista sobre o lugar do Sobral da Lagoa na vertente de uma colina, a mutante e surpreendente cor dos campos retalhados pela agricultura artesanal, e uma mata densa, alta e diversa.
Nesse promontório sobre a reserva agrícola nacional, a topografia preparou uma plataforma onde se veio a estabelecer a construção.
Na aproximação, avista-se primeiro, de cima, mais do que um edifício, um sistema. Um conjunto de módulos iguais forma um rectângulo. Os módulos, constituídos de pilares e vigas assemblados, criam uma matriz sobre a qual se declinam variações recorrentes sobre um tema classizante: um paramento cego; um vão; um vazio; uma pérgola.
O sistema tectónico expresso no carácter constitutivo dos elementos adquire uma solidez redobrada através da identidade material do betão, do ferro, da madeira ou do reboco cru, sem acabamentos, como que na expectativa de ser invadido pela própria natureza.
A casa produz uma fronteira entre os universos públio e privado. À zona de entrada corresponde um espaço de acolhimento confinado. Mas é trespassando a casa através da entrada que se acede à varanda, formalmente como uma loggia, sobre a vista a nascente e sul e o amplo relvado sobre a mata.
As pérgolas de madeira que preenchem alguns módulos da cobertura exploram a expressividade da luz solar na sombra própria e projectada sobre as paredes brancas, desenhando ao longo do dia e do ano, versões aparentemente distintas do mesmo que contêm.
A casa no Bom-Sucesso procura, no enquadramento rústico, reconhecer-se nos sinais de uma geometria exaustivamente procurada no ordenamento das pequenas parcelas de território agrícola. Na convivência coma natureza, com a paisagem do tempo em ciclos de expressão estival.

site: promontorio.net

ver mais sobre o projecto:
promontorio.net
ultimasreportagens.com

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

ARQUITECTURA AO CENTRO #24



CASA SOBRE ARMAZÉM
TORRES NOVAS, CHÍCHARO

Miguel Marcelino
Miguel Marcelino Arq lda
2012

O programa consistia em construir uma casa com três quartos em cima de um armazém, construído nos anos 80, onde parte da cobertura ficou com uma laje e uma pequena varanda, justamente com essa ideia de mais tarde construir a habitação.
Tendo em conta as condicionantes resultantes do armazém existente, a forma da casa acaba por estar automaticamente definida à partida: uma caixa que assenta na estrutura existente. Os quartos são colocados a nascente, as casas-de-banho viram-se a poente, bem como a cozinha que olha para uma oliveira centenária e uns choupos de grandes dimensões. A varanda existente será mantida e duplicada como pala. No lado sul fica a sala cuja esquina sul/nascente é cortada na diagonal, de modo a que a varanda possa alargar e oferecer uma área de estar exterior protegida do sol e da chuva, com vista sobre o vale que se prolonga no horizonte.

site: marcelino.pt

ver mais sobre o projecto:
archdaily.com
archdaily.com.br
archello.com
archilovers.com
architizer.com
arqa.com
dezeen.com
designboom.com
habitarportugal.org
homify.pt
joaomorgado.com
plataformaarquitectura.cl