segunda-feira, 30 de março de 2020

ARQUITECTURA AO CENTRO #213



CASA TOJAL
PORTO DE MÓS, TOJAL

Joel Esperança, Ruben Vaz e Eurico Sousa
Contaminar Arquitectos
2019

De um terreno acentuado e rodeado de oliveiras surge tímida e bucólica a Casa Tojal. Num gesto rasgado, nasce como parte integrante da sua paisagem, debruça-se sobre o vale e socalca o jardim que a envolve. Os desafios e requisitos que nortearam o projeto passaram principalmente pela questão da orientação solar, pelo enquadramento da melhor vista (Norte/Poente) e por uma preocupação com a rotina diária do casal numa lógica de acessos diferenciados, ausência de obstáculos e fluidez de circulação.
Do ponto de vista formal, a moradia unifamiliar atravessa o terreno da sua cota mais alta à mais baixa, e, num acto de continuidade geométrica, esconde-se e revela-se pela relação que cria com a topografia do local. O seu desenho depurado procura sempre uma integração ora subtil ora contrastante, num jogo de equilíbrio pleno deste objeto construído na paisagem.
A edificação de um só piso é em forma de "L". A entrada separa os dois volumes em betão, um que emerge do terreno e alberga a garagem e zonas técnicas, e outro perpendicular que ocupa a largura total do lote mas que, dado o seu carácter permeável e transparente, permite uma total continuidade do desenrolar da colina que atravessa e ao mesmo tempo que se fecha para a rua e se abre para a paisagem.
A circulação é feita por dois corredores paralelos e opostos de articulação espacial que se estendem a todo o comprimento da casa. Um corredor exterior que é o alpendre na fachada sul e um corredor interior que espelha e acompanha o alpendre da fachada envidraçada voltada a norte. Esta solução permite uma distribuição fluida que estimula a dinâmica da casa ao proporcionar uma distribuição pelos espaços banhada pelo sol e com usufruto das vistas generosas.
O programa acontece ao longo deste miolo central, garantindo que todas as divisões ganham igualmente com a solução criada, uniformizando assim o balanço entre sol, vistas, privacidade e ócio. As amplas áreas sociais, a cozinha e os quartos, tiram proveito desta relação directa entre fachadas. A casa desenvolve-se com um carácter progressivo que evolui das zonas técnicas e funcionais para as sociais e privadas.
No exterior, a inclinação das palas maximiza a luminosidade nos corredores e o betão torna-se o material proeminente com linhas horizontais que contrastam com a verticalidade dos elementos de madeira aparente que pontuam as fachadas. O projeto assume uma plasticidade simples, riqueza de detalhes e pormenores marcantes. Responde harmoniosamente à necessidade de espaços de conforto e tranquilidade que se enquadram subtilmente no seu contexto paisagístico e topográfico sem perder a poética e personalidade que a caracteriza.

site: contaminar.pt

ver mais sobre o projecto:
archdaily.com
archdaily.com.br
archello.com
archidiaries.com
designboom.com
espacodearquitetura.com
homeworlddesign.com
metalocus.es
plataformaarquitectura.cl
publico.pt
ultimasreportagens.com

sexta-feira, 27 de março de 2020

ARQUITECTURA AO CENTRO #212



OCULISTA LENA ÓPTICA
ANSIÃO, ANSIÃO

Bruno Lucas Dias
com Kevin Lopes
Bruno Dias Arquitectura
2019

É no centro Ansião, mais concretamente na Rua Conselheiro António José da Silva, que surge um projeto de arquitetura para um Oculista.
Representando a Lena Óptica um papel principal nas necessidades da população, sentiu-se necessário atualizar o espaço existente, que se encontrava descaracterizado e descatolizado, não acompanhando assim a contemporaneidade.
O projecto é baseado na ideia de uniformizar um espaço pré-existente, recortado e angular, através da conceção de mobiliário, que por sua vez respeita a escala dos óculos e desta forma criando um ritmo constante. Para além de mobiliário conferir ao espaço uma leitura contemporânea, contribui também para o melhor aproveitamento do espaço quer ao nível de circulação quer ao nível da arrumação. Genericamente, o mobiliário criado funciona como uma quadricula, que nas vitrines permitem a entrada de luz e a visibilidade do interior para o exterior e vice-versa.
Contrapondo o ritmo estático gerado pelo mobiliário é criado uma abobada de berço que, no campo espacial, faz a ligação entre as duas linhas de mobiliário (vitrine e exposição).
A circulação na Óptica é feita ao redor de duas bancadas/móveis de arrumação dispostos paralelamente e a eixo com a vitrine e a zona de exposição, criando assim uma circulação fluída e variada. Quanto à materialidade, apostou-se em utilizar a cor branca em toda a marcenaria e pinturas.

site: brunodiasarquitectura.pt

ver mais sobre o projecto:
archdaily.com
archdaily.com.br
archello.com
disup.com
divisare.com
es.architectsense.com
espacodearquitetura.com
interiors.jidipi.com
rushi.net

terça-feira, 24 de março de 2020

ARQUITECTURA AO CENTRO #211



CASA DE NEIL E KATE ROWNTREE
FIGUEIRÓ DOS VINHOS, VALE VICENTE

Tiago Mota Saraiva
com Andreia Salavessa, Paula Miranda, Marta Vieira, Cristina Romão, Mariana Robalo, Diana Amaral, Adriana Gil, Carolina Battle Y Font, Ana Rita Nunes, Raquel Coronel, Rita Rodrigues, Ana Catarino
Ateliermob
2019

A 17 de Junho de 2017 um grande incêndio deflagrou em Pedrógão Grande e espalhou-se pela floresta até Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pêra, Sertã, Penela, Góis e Pampilhosa da Serra, afectando cerca de 500 casas (259 das quais eram primeiras habitações). 64 pessoas morreram ao tentar escapar dos incêndios.
Depois da tragédia, cidadãos e instituições fizeram donativos para ajudar à reconstrução das casas e vidas afectadas pelos incêndios. A Fundação Calouste Gulbenkian, responsável por um dos maiores fundos, contratou a Cooperativa Trabalhar com os 99% crl., para providenciar assistencia técnica no processo de reconstrução, no qual o ateliermob fez projecto para 7 casas.
Mais do que a simples reconstrução das casas perdidas, o objectivo principal foi o de melhorar as condições de vida destas comunidades, com uma atenção particular para o facto de, na sua maioria, se tratar de população envelhecida.
O projecto consiste na reconstrução dos dois pisos da casa, com pequenas adições no perímetro da construção existente. A entrada principal é feita a partir do piso superior, por uma rampa, garantindo o acesso a pessoas de mobilidade condicionada. Neste caso, foi possível manter as paredes estruturais de pedra. Reorganizámos a distribuição do programa colocando as áreas sociais no piso superior e deixando o piso térreo para o uso privado. Assim, foi possível criar nos quartos e nas instalações sanitárias novas relações com o exterior, através de diferentes vãos.

site: ateliermob.com

ver mais sobre o projecto:
archdaily.com.br
espacodearquitetura.com
plataformaarquitectura.cl
workingwiththe99.com

sábado, 21 de março de 2020

ARQUITECTURA AO CENTRO #210



CASA VALE DA CATARINA 2
LEIRIA, VALE DA CATARINA

Sara Oliveira e Marco Guarda
A2+ Arquitectos
2012

A casa Vale da Catarina 2 insere-se no coração de uma pequena aldeia de Leiria. A moradia assume-se com forte presença, acompanhando e adaptando-se às formas enviesadas e estreitas predominantes no terreno. Às linhas simples de carácter rigoroso aliam-se as formas e os planos inclinados, proporcionando ao conjunto uma grande optimização da exposição solar, das vistas para toda a área rural da aldeia e da própria morfologia do terreno.
Numa envolvente de carácter rural predominam, nos alçados complexos e ricos em formas, materiais puros e simples, a consonância entre o branco, madeira e a ardósia encaixa-se na perfeição na serenidade predominante e característica do local.
Valorizando a funcionalidade a harmonia com o espaço exterior e todos os desejos dos proprietários a moradia coabita na perfeição com o calmaria sentida na envolvente, transportando-a para o interior através do pátio/jardim. Este pátio/jardim para além de transpor para o interior a calma, serve de elemento separador entre a área privada e a área social.

site: a2mais.com

ver mais sobre o projecto:
behance.net
facebook.com/pg/a2mais
homify.com
homify.pt

quarta-feira, 18 de março de 2020

domingo, 15 de março de 2020

quinta-feira, 12 de março de 2020

ARQUITECTURA AO CENTRO #207



NÚCLEO INTERPRETATIVO DA SINAGOGA DE TOMAR
E MUSEU LUSO-HEBRAICO ABRAÃO ZACUTO

TOMAR, TOMAR

Fernando Sanchez Salvador e Margarida Grácio Nunes
FSSMGN Arquitectos
2019







site: fssmgn.com

ver mais sobre o projecto:
facebook.com/pg/FernandoSanchezSalvadorMargaridaGracioNunes
ultimasreportagens.com

segunda-feira, 9 de março de 2020

ARQUITECTURA AO CENTRO #206



CASA EM ALENQUER
ALENQUER, ALENQUER

Manuel Aires Mateus e Francisco Aires Mateus
com Jorge P. Silva, Gabriela Gonçalves, Nuno Marques e Cristina Fuertes Miquel
Aires Mateus & Associados
2002

Da casa antiga recuperou-se apenas as paredes exteriores. Limites ambíguos e transponíveis, postos a nu em todo o seu peso, os muros geraram um espaço de forte carácter. O recinto, simultaneamente interno e externo, foi em seguida ocupado: de um lado, escavou-se um tanque adjacente aos muros, do outro, implantou-se um volume autónomo contendo os espaços encerrados. Reduzidos a dimensões mínimas, estes apresentam-se como puros paralelipípedos habitáveis, abertos sobre o muro exterior através da transparência de uma das faces. A tensão do projecto acumula-se entre fachadas. O espaço intersticial molda-se no confronto dos dois corpos, das duas geometrias, dos dois tempos. Em mais do que um sentido, propõe-se um habitar entre limites.

site: airesmateus.com

ver mais sobre o projecto:
arquitecturadesignetc.blogspot.com
ciscopisco.blogs.sapo.pt
dimabenkeci.wordpress.com
facebook.com/pg/architecturamagazine
habitarportugal.org
juanrodriguezphotography.com
miesarch.com
re-habitar.blogspot.com
sensesofportugal.wordpress.com

sexta-feira, 6 de março de 2020

ARQUITECTURA AO CENTRO #205



INCUBADORA DE EMPRESAS INOV.POINT
ABRANTES, ALFERRAREDE

Rui Serrano, Pedro Costa, Ana Barral e Paulo Miguez
MODO Arquitectos Associados + Paulo Miguez Arquitectos
2009

Um antigo pavilhão industrial foi o ponto de partida, a pré-existência que daria lugar à transformada infraestrutura de incubação e desenvolvimento de empresas, vocacionada para o acolhimento e apoio ao arranque de iniciativas empresariais inovadoras e tecnológicas.
O Inov.Point resulta de uma intervenção que representa um dispositivo de carácter solido, impondo esse respeito, num interesse e curiosidade não intimidante. Esta intervenção sustentou-se no propósito de ser tambèm um convite ao conhecimento e inovação.
Por essa razão, o edifício è entendido como um grande bloco, não polido, áspero no exterior, transparente e comunicante no interior. Como uma ficha que conecta a pré-existência, activa uma dinâmica e reinventa um edifício que agora é referência e marca do Parque Tecnológico do Vale do Tejo.

site: modoassociados.com
        paulomiguezarquitectos.com

ver mais sobre o projecto:
architizer.com
facebook.com/pg/modoassociados

terça-feira, 3 de março de 2020

ARQUITECTURA AO CENTRO #204



CASA I: 6 MORADIAS INDIVIDUAIS, LOTES 183 A 188
ÓBIDOS, BOM SUCESSO

Madalena Cardoso de Menezes e Francisco Teixeira Bastos
com Ana Botelho, Sérgio Hipólito, Sofia Tavares da Silva, Sérgio Xavier
Atelier dos Remédios
2009

O projecto consiste numa moradia unifamiliar Tipo T3 com 185m2, que será repetida em seis concretizações similares, formando um conjunto uniforme ao longo do lado Sul da rua B7. Os lotes em que se inserem têm uma área média de 783m2.
A raiz deste projecto tem como objectivo demarcar e separar claramente a área de carácter social da área privada. A planta decorrente deste “tipo de casa” aparenta uma leitura linear sem resistências. Revela-se e domina-se à primeira vez.
Para este objectivo contribuiu também o facto de se tratar dos maiores lotes e mais compridos atribuídos a esta tipologia. Deste modo, a casa estende-se ao longo do lote no sentido Norte/Sul através de dois volumes rectangulares de 7.70mX15m em que o primeiro acolhe o programa dos serviços e salas e o segundo acolhe o programa privado da casa. Na intersecção destes dois corpos encontra-se a entrada da casa, hall e lavabo social. Esta opção de configuração da casa e de implantação no lote liberta a área Sul/Poente para jardim e piscina.
O primeiro corpo encontra-se encostado ao topo Norte e colocado sensivelmente no eixo longitudinal do lote. O segundo corpo alinha-se segundo a linha a Nascente dos 3m de afastamento ao lote contíguo e implanta-se a Sul do primeiro.
A entrada no lote faz-se junto ao quadrante NE. Uma pala ao longo da fachada Nascente fará o encaminhamento à entrada da casa. Uma descontinuidade no canto da casa NE (junto ao muro do pátio da roupa) fará a entrada de serviço e o estacionamento encontra-se junto ao topo NE do lote.
Da entrada na habitação acede-se à sala, à cozinha, lavabo e depois deste ao hall de distribuição dos quartos.
A sala dispõe-se segundo a orientação Norte/Sul, tendo grandes aberturas para Poente e Sul. Em ambas as fachadas um pátio fará a transição da casa para o terreno. A sala comum divide-se em duas áreas através do elemento da lareira que fará a passagem entre a sala de estar e a sala de jantar. Esta última terá uma ligação funcional com a cozinha que ocupa o canto NE da casa, bem como a lavandaria que lhe é contígua.
O corpo dos quartos encontra-se a uma cota de 72.5cm superior à cota do resto da habitação devido à pendente do terreno. Os quartos encontram-se dispostos ao longo da fachada Este e são servidos por um hall de distribuição que dá acesso a todos. Cada quarto dispõe de I.S. própria e de um pequeno terraço. Este corpo está afastado três metros da extrema Nascente do lote e encontra-se semienterrado no topo do terreno. A suite ocupará o topo Sul da construção junto à esplanada da piscina embora resguardada desta uma vez que as aberturas far-se-ão também para Nascente.
Trata-se de uma casa feita de sucessões de planos que a vão conformando, completados por um outro plano horizontal que é a cobertura ajardinada que a maioria das vezes a esconde e a recolhe.

site: atrem.eu

ver mais sobre o projecto:
bomsucesso.com.pt