ADALBERTO LIBERA será o arquitecto em foco no primeiro documentário da próxima sessão dupla PROJECTAR, a realizar na quinta-feira, dia 9 de Junho, pelas 19h00, no auditório da Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes, em TORRES NOVAS.
ADALBERTO LIBERA (1903-1963)
Adalberto Libera nasceu em 16 de Julho de 1903 em Villa Lagarina, então parte do império Austro-hungaro, no Trentino, norte de Itália. Aos onze anos, no alvor da Primeira Guerra Mundial, mudou-se com os pais para Parma, terra de origem da mãe.
Estuda matemática e diploma-se em arquitectura no Istituto d'arte di Parma em 1925, transferindo-se para a Regia Scuola Superiore di Architettura em Roma onde conclui o curso superior de arquitectura em 1928.
Libera conhece a vanguarda europeia através de artistas de Trento ligados ao futurismo, como F. Depero e L. Baldessari, e a pesquisa dos jovens milaneses do Gruppo 7, com dois dos quais (Pollini e Rava, sendo os restantes Terragni, Figini, Frette, Larco e Castagnoli) tinha efectuado uma viagem à Alemanha.
Ainda estudante, em 1927, foi convidado a fazer parte deste grupo, encontrando-se assim entre os pioneiros do movimento para a arquitectura moderna em Itália. Participa, no Gruppo 7, na elaboração do programa do racionalismo italiano, com alguns textos publicados na “Rassegna italiana” (Dezembro 1926 - Maio 1927).
A difusão dos princípios racionalistas leva-o a organizar a 1.ª Exposição Italiana de Arquitectura Racional (com G. Minnucci) em Roma, em 1928, e a fundar o grupo racionalista romano, convertido em 1930 no Movimento Italiano per l’Architettura Razionale (MIAR) do qual se torna secretário geral.
Em 1931 organiza a 2.ª Exposição Italiana de Arquitectura Racional, inaugurada por Mussolini na Galleria di Roma, a qual provoca uma acesa polémica entre a nova geração, que se pretende afirmar, e a cultura académica dominante, próxima do poder político, e que leva à extinção do MIAR.
São de 1931 as suas primeiras obras realizadas: a colonia Gil em Portocivitanova, a casa Nicoletti em Roma e a escola elementar «R. Sanzio» em Trento, terminada em 1934. Trabalha então como profissional independente, o que lhe enfraquece o empenho teórico e, em 1932, em resultado da estratégia de M. Piacentini de reunir os grupos opostos, é convidado com M. De Renzi a participar na Mostra do primeiro decénio da revolução fascista.
De novo com De Renzi, e ainda no campo da arquitectura efémera, realiza pavilhões para várias exposições, entre os quais o da Exposição Mundial de Chicago em 1933, da Exposição de Bruxelas em 1935, e no Circo Massimo em Roma (1937/1939). Na Itália fascista, o sector dos equipamentos expositivos era o único campo de trabalho possível para os arquitectos racionalistas, olhados com desconfiança e a uma prudente distância pelo regime.
Participa em concursos públicos lançados pelas autoridades de Roma e vence, e realiza com De Renzi, o Palácio dos Correios na Via Marmorata, no Ostiense, em Roma (1933-35), e é construído o edifício de habitação em Ostia (1932-34). Resulta também da vitória num concurso o projecto mais importante que realiza neste período, o do Palácio de Recepções e Congressos de Roma (1937-42) que apenas será concluído em 1953.
Em 1938 realiza o projecto da Villa Malaparte em Capri, obra arquitectónica de uma limpidez racional exemplar construída sobre o rochedo de um promontório, embora recentemente tenha sido posta em causa a sua autoria, por documentos que apontam para ter sido o próprio cliente a reformular o projecto após a rotura com o arquitecto.
Com a guerra e a queda do fascismo, Libera retira-se para a sua terra natal, Villa Lagarina, quase em exílio de 1943 a 1946, onde volta a dedicar-se a reflexões teóricas sobre arquitectura, a pesquisa sobre o alojamento colectivo e à sistematização de soluções para o habitar.
No pós-guerra, de regresso a Roma, trabalha com A. Foschini no programa Ina Casa e em 1949 assume a direcção do gabinete de projectos, que manterá até princípios dos anos 1950s, quando se torna consultor externo. Retoma a actividade profissional liberal, marcada com frequentes colaborações com alunos romanos (L. Calini ed E. Montuori, A. Spaccarelli e C. Ligini).
De 1950 a 1954 realiza em Roma a unidade de habitação horizontal de Tuscolano, numa experiência isolada influenciada por uma viagem a Marrocos. Pesquisa, experimentação tecnológica e grande escala marcam os projectos para o cinema Airone em Roma (1953-56), da Sede Regional de Trento (1954-62), do edifício de escritórios na Via Torino (1956-58) e os projectos para o INA e para o Ministério do Tesouro, em Roma.
Projecta a Catedral do Cristo Rei em La Spezia em 1956, para o qual aproveita a localização junto a uma praça para enfatizar a monumentalidade do edifício religioso. Em simultâneo com a sua pesquisa sobre a cidade, mostra grande crença no quarteirão residencial, que se traduz nos seus projectos para a Vila Olímpica de Roma (1957-60) e para o complexo residencial lncis a Decima (1960/1966).
Desenvolve também actividade académica a partir de 1951, quando é nomeado académico de San Luca. Em 1953 vence por concurso a cátedra de 'composição arquitectónica' da Faculdade de Arquitectura de Florença, e em Novembro de 1962 é convidado a ensinar na ‘La Sapienza’, em Roma.
Faleceu em Roma a 17 de Março de 1963.
adaptado a partir de www.pabaac.beniculturali.it, it.wikipedia.org e de www.windoweb.it
Estuda matemática e diploma-se em arquitectura no Istituto d'arte di Parma em 1925, transferindo-se para a Regia Scuola Superiore di Architettura em Roma onde conclui o curso superior de arquitectura em 1928.
Libera conhece a vanguarda europeia através de artistas de Trento ligados ao futurismo, como F. Depero e L. Baldessari, e a pesquisa dos jovens milaneses do Gruppo 7, com dois dos quais (Pollini e Rava, sendo os restantes Terragni, Figini, Frette, Larco e Castagnoli) tinha efectuado uma viagem à Alemanha.
Ainda estudante, em 1927, foi convidado a fazer parte deste grupo, encontrando-se assim entre os pioneiros do movimento para a arquitectura moderna em Itália. Participa, no Gruppo 7, na elaboração do programa do racionalismo italiano, com alguns textos publicados na “Rassegna italiana” (Dezembro 1926 - Maio 1927).
A difusão dos princípios racionalistas leva-o a organizar a 1.ª Exposição Italiana de Arquitectura Racional (com G. Minnucci) em Roma, em 1928, e a fundar o grupo racionalista romano, convertido em 1930 no Movimento Italiano per l’Architettura Razionale (MIAR) do qual se torna secretário geral.
Em 1931 organiza a 2.ª Exposição Italiana de Arquitectura Racional, inaugurada por Mussolini na Galleria di Roma, a qual provoca uma acesa polémica entre a nova geração, que se pretende afirmar, e a cultura académica dominante, próxima do poder político, e que leva à extinção do MIAR.
São de 1931 as suas primeiras obras realizadas: a colonia Gil em Portocivitanova, a casa Nicoletti em Roma e a escola elementar «R. Sanzio» em Trento, terminada em 1934. Trabalha então como profissional independente, o que lhe enfraquece o empenho teórico e, em 1932, em resultado da estratégia de M. Piacentini de reunir os grupos opostos, é convidado com M. De Renzi a participar na Mostra do primeiro decénio da revolução fascista.
De novo com De Renzi, e ainda no campo da arquitectura efémera, realiza pavilhões para várias exposições, entre os quais o da Exposição Mundial de Chicago em 1933, da Exposição de Bruxelas em 1935, e no Circo Massimo em Roma (1937/1939). Na Itália fascista, o sector dos equipamentos expositivos era o único campo de trabalho possível para os arquitectos racionalistas, olhados com desconfiança e a uma prudente distância pelo regime.
Participa em concursos públicos lançados pelas autoridades de Roma e vence, e realiza com De Renzi, o Palácio dos Correios na Via Marmorata, no Ostiense, em Roma (1933-35), e é construído o edifício de habitação em Ostia (1932-34). Resulta também da vitória num concurso o projecto mais importante que realiza neste período, o do Palácio de Recepções e Congressos de Roma (1937-42) que apenas será concluído em 1953.
Em 1938 realiza o projecto da Villa Malaparte em Capri, obra arquitectónica de uma limpidez racional exemplar construída sobre o rochedo de um promontório, embora recentemente tenha sido posta em causa a sua autoria, por documentos que apontam para ter sido o próprio cliente a reformular o projecto após a rotura com o arquitecto.
Com a guerra e a queda do fascismo, Libera retira-se para a sua terra natal, Villa Lagarina, quase em exílio de 1943 a 1946, onde volta a dedicar-se a reflexões teóricas sobre arquitectura, a pesquisa sobre o alojamento colectivo e à sistematização de soluções para o habitar.
No pós-guerra, de regresso a Roma, trabalha com A. Foschini no programa Ina Casa e em 1949 assume a direcção do gabinete de projectos, que manterá até princípios dos anos 1950s, quando se torna consultor externo. Retoma a actividade profissional liberal, marcada com frequentes colaborações com alunos romanos (L. Calini ed E. Montuori, A. Spaccarelli e C. Ligini).
De 1950 a 1954 realiza em Roma a unidade de habitação horizontal de Tuscolano, numa experiência isolada influenciada por uma viagem a Marrocos. Pesquisa, experimentação tecnológica e grande escala marcam os projectos para o cinema Airone em Roma (1953-56), da Sede Regional de Trento (1954-62), do edifício de escritórios na Via Torino (1956-58) e os projectos para o INA e para o Ministério do Tesouro, em Roma.
Projecta a Catedral do Cristo Rei em La Spezia em 1956, para o qual aproveita a localização junto a uma praça para enfatizar a monumentalidade do edifício religioso. Em simultâneo com a sua pesquisa sobre a cidade, mostra grande crença no quarteirão residencial, que se traduz nos seus projectos para a Vila Olímpica de Roma (1957-60) e para o complexo residencial lncis a Decima (1960/1966).
Desenvolve também actividade académica a partir de 1951, quando é nomeado académico de San Luca. Em 1953 vence por concurso a cátedra de 'composição arquitectónica' da Faculdade de Arquitectura de Florença, e em Novembro de 1962 é convidado a ensinar na ‘La Sapienza’, em Roma.
Faleceu em Roma a 17 de Março de 1963.
adaptado a partir de www.pabaac.beniculturali.it, it.wikipedia.org e de www.windoweb.it
Informações sobre os documentários aqui.
Mapa de localização do local onde decorrerá a sessão aqui.
Apoio:
Município de Torres Novas
PROGRAMA:
9 de Junho, 19h00
Auditório da Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes, Torres Novas
O Palácio de Recepções e Congressos de Roma
ADALBERTO LIBERA
(2006, Richard Copans, 26')
A Sede do Partido Comunista Francês
OSCAR NIEMEYER
(2013, Richard Copans, 27')
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