domingo, 5 de junho de 2016

PROJECTAR COM OSCAR NIEMEYER

Pela segunda vez nestas sessões, OSCAR NIEMEYER será o arquitecto em foco no segundo documentário da próxima sessão dupla PROJECTAR, a realizar na quinta-feira, dia 9 de Junho, pelas 19h00, no auditório da Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes, em TORRES NOVAS.

OSCAR NIEMEYER (1907-2012)

Oscar Niemeyer, de nome completo Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho, nasceu a 15 de Dezembro de 1907 no Rio de Janeiro. Concluiu o ensino secundário em 1928, ano em que casa com Annita Baldo (1909-2004) e começa a trabalhar na tipografia do pai.

Em 1929 matricula-se no curso de Engenharia e Arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, obtendo o diploma de engenheiro arquitecto em 1934. Em 1930 nasce a sua única filha Anna Maria Niemeyer.

Inicia a sua vida profissional do escritório de Lúcio Costa em 1935, onde já estagiara em 1932. No ano seguinte insinua-se na equipa que desenvolve o projecto do Ministério da Educação e Saúde (MES), composta por Carlos Leão, Affonso Eduardo Reidy, Jorge M. Moreira e Ernani Vasconcelos, entre outros, e conhece Le Corbusier, chamado ao Rio de Janeiro como consultor nos projectos do MES e da Cidade Universitária a convite de Lucio Costa e Gustavo Capanema, ministro da Educação e Saúde, conseguindo Niemeyer destacar-se na equipa.

Em 1937 desenha a Obra do Berço, no Rio de Janeiro, seu primeiro projeto construído. No ano seguinte é convidado por Lucio Costa para desenvolver o projecto do Pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova Iorque em 1939, até onde viaja e é agraciado pelo Mayor da cidade.

Niemeyer conhece Juscelino Kubitschek em 1940, então prefeito de Belo Horizonte, que o convida a fazer o projecto do Conjunto da Pampulha, composto por um casino, um clube, um salão de dança, uma igreja e um hotel (este último não construído), concluído em 1943, que o tornou notado a nível internacional.

Ingressou no Partido Comunista Brasileiro em 1945, sendo a luta política um dos aspectos que marcou a sua vida, declarando-se sempre um comunista convicto. Esta posição veio mais tarde a cortar-lhe várias hipóteses de trabalho nos Estados Unidos, quer a nível de projectos, quer ao nível do ensino.

Mas ainda não em 1947, quando é convidado para participar na equipa internacional de arquitectos para elaborar o projecto da sede da ONU em Nova Iorque, sendo o seu esquema o escolhido mas, por pressão de Le Corbusier, vem junto com este apresentar a solução final, desenvolvida e pormenorizada posteriormente por Wallace Harrison e Max Abramovitz.

Para comemorar os 400 anos da cidade de São Paulo, em 1951, o Governo de São Paulo encomenda a Niemeyer o projecto para o Parque de Ibirapuera, concluído em 1955. Nesse período projecta e constrói inúmeras residências, das quais se destaca a sua própria, a Casa das Canoas, no Rio de Janeiro, em 1953, ano em que projecta também o edifício Copan, em São Paulo, que se tornará um símbolo da cidade.

Eleito presidente do Brasil em 1956, Juscelino Kubitschek chama Niemeyer para a realização de uma nova capital para o país. Este abre um concurso público para o Plano Piloto de Brasília, do qual sairá vencedor o apresentado por Lúcio Costa. Em 1957-58 projecta uma grande quantidade de edifícios entre os quais a residência do Presidente (Palácio da Alvorada), o Edifício do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal), a Catedral de Brasília, os prédios dos ministérios, a sede do governo (Palácio do Planalto) além de prédios residenciais e comerciais. Brasília é projectada, construída e inaugurada no espaço de um mandato presidencial, quatro anos.

Após a sua construção, Niemeyer torna-se coordenador da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Brasília. Em 1963, é agraciado com o prémio Lenin da Paz, da União Soviética, e é nomeado membro honorário do American Institute of Architects, dos Estados Unidos.

Em 1964, um golpe militar no Brasil surpreende Niemeyer em viagem de trabalho a Israel. De regresso ao seu país, é chamado a depor, e a sua posição de esquerda custa-lhe cara: a revista Módulo que fundara em 1955 e da qual era director vê a sua sede no Rio de Janeiro parcialmente destruída, o seu escritório é saqueado, e a invasão da Universidade de Brasília leva-o e a outros duzentos professores a demitirem-se.

Impedido de trabalhar no Brasil, decide instalar-se em Paris em 1967, onde o próprio Presidente da República, o general De Gaulle lhe concede autorização para exercer a sua profissão em França. Aí projecta o edifício da sede do Partido Comunista Francês (1965-80). Na Itália, é convidado para realizar o projecto da sede da Editora Mondadori (1968), em Milão, e na Argélia a Universidade de Constantine (1969) e, em 1970, a mesquita de Argel.

Em 1972 abre o seu escritório nos Champs Elysées, em Paris e projecta a Bolsa do Trabalho de Bobigny e o Centro Cultural de Le Havre, ambos em França. Em 1975 projecta a sede da Fata Engeneering, na Itália, e é nomeado comendador da Ordem do Infante D. Henrique, de Portugal.

Nos anos 1980s regressa ao Brasil, no início da abertura política, e projecta o Memorial JK (1980) e o Museu do Índio (1982), ambos em Brasília, o prédio da Rede Manchete de Televisão (1983), o Sambódromo do Rio de Janeiro (1984), o projecto do Panteão da Pátria na Praça dos Três Poderes em Brasília (1985) e o Memorial da América Latina em São Paulo, em 1987. Neste ano, projecta também o edifício sede do jornal I’Humanité, em Paris.

Recebeu o Prémio Pritzker de Arquitectura em 1988, a que se seguiram muitos outros, entre os quais a Royal Gold Medal do Royal Institute of British Architects em 1998, o Prémio UNESCO 2001 na categoria Cultura, e o Praemium Imperiale da Japan Art Association em 2004.

Em 1991, aos 84 anos, projectou o Museu de Arte Contemporânea MAC em Niterói (1991-96), no Rio de Janeiro, considerado por muitos a sua obra-prima. Em 2002 foi inaugurado o complexo que abriga o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, conhecido por Museu do Olho ou Olho do Niemeyer. Em 2003 desenhou o pavilhão provisório na Serpentine Gallery, em Londres.

Em 2006, no dia do seu 99.º aniversário, é inaugurado o Complexo Cultural da República, em Brasília, com o Museu Nacional Honestino Guimarães e a Biblioteca Nacional Leonel de Moura Brizola, formando um dos maiores centros culturais do país. Viúvo desde 2004, volta a casar-se nesse ano com Vera Lúcia Cabreira (nascida em 1946) sua secretária.

Ainda neste ano projecta, para Espanha, o Centro Cultural Principado de Astúrias, em Avilés, baptizado Centro Cultural Internacional Oscar Niemeyer, projecto oferecido à Fundação Príncipe das Astúrias como agradecimento pela condecoração que recebeu, em 1989 (Prémio Príncipe das Astúrias das Artes) inaugurado na primavera de 2011.

Em 2007, pelo seu centésimo aniversário, recebeu a mais alta condecoração do governo francês pelo conjunto de sua obra, o título de Comendador da Ordem Nacional da Legião de Honra, e a condecoração da Ordem da Amizade conferida por Vladimir Putin, presidente da Rússia.

Perfeitamente lúcido e activo, entre as suas últimas obras há a destacar o projecto da Cidade Administrativa de Minas Gerais (2008-10), caracterizado por curvas, betão armado e o maior prédio suspenso do mundo. A Cidade Administrativa é considerada o projecto mais ousado de Oscar Niemeyer.

A poucos dias de completar 105 anos, Oscar Niemeyer morre no Rio de Janeiro a 5 de Dezembro de 2012 em resultado de uma infecção respiratória, seis meses depois da sua própria e única filha ter falecido com 82 anos.

adaptado a partir de pt.wikipedia.org, www.terra.com.br, www.archdaily.com.br e www.niemeyer.org.br


Informações sobre os documentários aqui.
Mapa de localização do local onde decorrerá a sessão aqui.

Apoio:
Município de Torres Novas

PROGRAMA:

9 de Junho, 19h00
Auditório da Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes, Torres Novas
O Palácio de Recepções e Congressos de Roma
ADALBERTO LIBERA
(2006, Richard Copans, 26')
A Sede do Partido Comunista Francês
OSCAR NIEMEYER
(2013, Richard Copans, 27')

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