segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

ARQUITECTURA AO CENTRO #196



FÁBRICA DA CRIATIVIDADE
CASTELO BRANCO, CASTELO BRANCO

Mário Benjamim, Luís Lopes e João Antunes
MB Arquitectos
2019

PROJECTO
O projeto refere-se à reabilitação de uma antiga unidade de confecção situada na Alameda do Cansado em Castelo Branco, com o objetivo de implementar uma Fábrica de Criatividade, dando desta forma resposta às especificidades de algumas áreas artísticas e performativas como o teatro, dança, música, design e fotografia.
O edifício desempenhou um papel considerável quer no contexto industrial quer como referência da expansão urbana nesta zona. Os tipos de ocupação verificados são sintomáticos das diversas utilizações, fruto da escala do edifício e da sua posição privilegiada no topo de uma colina, junto a um dos acessos rodoviários da cidades.
O projeto inicial, não concluído, destinava-se a estabelecimento prisional, restando desta intenção a sua estrutura interna (pátio, arcada e 3 torreões) preservada nas várias alterações submetidas. O registo da primeira ocupação direciona-se para a manufaturação das colchas de bordados de Castelo Branco na década de 50, prosseguindo-se o uso do edifício para a Industria têxtil até final do século XX.
A proposta da reabilitação pretendeu responder ao programa especifico de instalação de um cluster de Industrias Criativas, atendendo essencialmente à localização e características espaciais do edifício, nomeadamente os grandes espaços vazios que resultaram quer do desmantelamento da unidade industrial quer da substituição da estrutura da cobertura após a aquisição do município.
Uma proposta de requalificação de um equipamento devoluto, que se traduz numa alavanca de regeneração urbana de um bairro periférico que se desenha ortogonalmente pelos limites do edifício e pela Alameda do Cansado.
CONCEITO
O conceito de intervenção procura a polivalência da utilização, tendo em atenção a interdisciplinaridade das várias áreas afetas ao espaço, que se completam e coordenam quer nas atividades diretamente relacionadas, quer na relação de abertura à comunidade e instituições através da cedência de espaços e oficinas, realização de eventos ou exposições temporárias.
O processo concetual segue esse principio, o espaço torna-se fluido, inusitadamente inacabado, nos materiais, na lógica de ocupação, assume-se na sua função de utilidade, assume-se a intervenção como um rescrever desse novo uso, evidenciando-se os diversos tempos que construíram o edifícios, memórias sociais patrimoniais e culturais que se convoca na (re)construção da sua identidade.

site: mb-arquitectos.pt

ver mais sobre o projecto:
archilovers.com
joaomorgado.com

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