sexta-feira, 16 de março de 2018

ARQUITECTURA AO CENTRO #57



LOJA E TEATRO RENOVA
TORRES NOVAS, ALMONDA

Paulo Henrique Durão
com Daniel Gil Tomé, Inês Belmarço, Inês Sá, João Ricardo Dias, Raul Serra, Tânia Figueiredo Dias
Phyd Arquitectura
2014

Time Capturing Machine – Store & Theatre RENOVA
“Let's indulge in a little science fiction for a moment. Time travel movies often feature a vast, energy‐hungry machine. The machine creates a path through the fourth dimension, a tunnel through time. A time traveller, a brave, perhaps foolhardy individual, prepared for who knows what, steps into the time tunnel and emerges who knows when. The concept may be far‐fetched, and the reality may be very different from this, but the idea itself is not so crazy.”
Stephen Hawking

Existia desde o início, a determinação em trabalhar o projecto como uma máquina, como uma MÁQUINA DE CAPTAR TEMPO. Naturalmente esta condição era resultante do sítio, do contexto e do espírito industrial, que se embrenhava no imaginário. Condição a que acrescia a vontade de captar o tempo e o seu discorrer, no projecto. Um discorrer de tempo e luz nos espaços, que permitisse afirmar ‐ a arquitectura capta tempo, a arquitectura captura o discorrer do tempo.
Vontade que originava diferentes questões. Como é possível, que matérias tão pouco densas, como o ar e a luz, consigam captar o tempo dentro de um espaço? Será o tempo, passível de ser capturado através da Arquitectura? Ou serão estas reflexões abusivas, apropriando‐se indevidamente de elementos não relacionáveis entre si? Espaço, Tempo e Arquitectura. Como será possível, através da Arquitectura articular estes diferentes conceitos?
A solução tomou corpo, a partir do momento em que encaramos a possibilidade de a Arquitectura ser uma MÁQUINA DE CAPTAR TEMPO, decisão que exigia uma metodologia de abordagem própria nas decisões do projecto. Por este fato, constituía‐se fundamental dividir esta questão em duas grandes áreas de actuação, SUPERFÍCIE e PERFURAÇÃO.
Pensar o projecto através da superfície, conferindo continuidade e expressão antagónica, demarcando com precisão os limites das suas superfícies fundamentais do projecto, interior e exterior. Demarcação efectuada através da matéria e da sua expressão própria, mas também através do desenho e da aferição do ponto de transição entre as duas SUPERFÍCIES. Consideramos que a superfície exterior seria construída e caracterizada, pela expressão própria do aço. Por oposição, a superfície interior seria caracterizada pela cor e pela sua expressão. O uso contínuo, de uma mesma cor ou de uma mesma matéria atribui ao projecto elevado nível de abstracção. Qualificando-o de duas superfícies, de carácter antagónico, que conferem contraste e simultaneamente enfatizam a outra premissa fundamental, a perfuração.
Perfuração sobre a superfície, que se obtém através de dois mecanismos diferentes, o corte e a perfuração propriamente dita. O corte verifica-se, nos seccionamentos efectuados na nave industrial pré-existente, resultando dessa acção as extremidades transparentes do espaço. O mecanismo da PERFURAÇÃO verifica-se nas restantes operações, variando apenas a sua escala e dimensão, consoante a qualificação pretendida nos espaços.
Procuramos através da arquitectura e desta máquina do tempo, construir espaços em que as pessoas pudessem experienciar a leveza e densidade do tempo e das suas diferentes temporalidades.

site: phydarquitectura.com

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