domingo, 22 de junho de 2014

PROJECTAR COM CLAUDE PARENT


A vigésima segunda sessão da actividade PROJECTAR vai debruçar-se sobre a vida e obra do arquitecto francês CLAUDE PARENT e vai decorrer no próximo dia 26 de Junho no Cine-Teatro da Casa da Cultura de MORA.

Claude Parent nasceu a 23 de Fevereiro de 1923 em Neuilly-sur-Seine, França. Após estudos de greco-latim e de matemática, em 1936, ingressa no atelier de Noël Le Maresquier nas Beaux-Arts de Toulouse, e depois arquitectura na École de Beaux-Arts de Paris (em 1942), onde não chega a obter o diploma. Efectua estágios em numerosos ateliers, entre os quais se destacam os de Jean Trouvelot e de Le Corbusier (por um breve período em 1952).

Estabelece-se por conta própria em 1953, associado a Ionel Schein. Datam desta época obras como a casa Gosselin em Ville d'Avray, a casa Morpain em La Celle sur Seine, ou a casa Le Jeannic em Issy les Moulineaux.

Conhece André Bloc, relação que se traduz numa colaboração de dez anos, que dará lugar, entre outras, à realização da casa experimental em Cap d'Antibes (1959) e à Casa do Irão (actualmente Fundação Avicenne) na Cidade Universitária de Paris em 1962. Graças à revista «L'Architecture d'Aujourd'hui», da qual se torna colaborador, Claude Parent entra em contacto com os movimentos artísticos de vanguarda - neo-plasticismo, abstracção geométrica, síntese das artes, arquitectura-escultura - e participa no grupo Espace.

A relação de Claude Parent com o meio artístico, leva-o também a participar em obras para o teatro, com colaborações com Sylvain Dhomme, Polieri ou Marc'O. Realiza nesta época a cenografia de várias exposições de pintura e de escultura. Paralelamente, desenvolve com Nicolas Schöffer trabalhos sobre «La ville spatiodynamique» e com Lionel Mirabaud sobre «les Villes-Cônes» (1960), no sentido da procura de uma Arquitectura Utópica. Duas casas são características deste período: a Villa Drush em Versailles (1963) e a Villa Bordeaux le Pecq (1963-64) em Bois le Roi.

É neste ambiente que se dá o encontro com Paul Virilio. Em 1964 cria-se, em volta da redescoberta de princípios arquitectónicos oblíquos ou transversais, uma associação que toma o nome de «Architecture Principe». Desta base teórica surge em 1964 um monumento manifesto: a Igreja Sainte Bernadette du Banlay em Nevers, que se desenvolve em torno da forma dos bunkers, do uso de massas em consola, da exaltação da verdade dos materiais e pelo uso de planos inclinados. Esta colaboração manifesta-se em vários projectos, algumas obras, publicações e conferências, até que, após os acontecimentos de Maio de 1968, os percursos de Claude Parent e de Paul Virilio de afastam, e Parent continua o seu trabalho individualmente no respeito pelos princípios e reflexão comum que tinham desenvolvido.

Em 1970, foi nomeado comissário da participação francesa na 35.ª Bienal de Veneza, dando aos artistas uma composição de pavimentos inclinados como programa único de trabalho: tratava-se de confrontar a sensibilidade dos pintores, escultores e fotógrafos com um universo de referências espaciais inclinadas. Este habitáculo-programa inscrevia-se numa série de construções de espaços oblíquos concebidos para as Casas da Cultura: no Havre (1969), em Nevers (1971), em Amiens (1972), em Douai (1973) e em Châlons-sur-Saône (1973).

A Partir de 1964, a arquitectura de Claude Parent foca-se numa «mise en dynamique de la forme» e para se concretizar na «fracture du monolithe»: nos grandes hipermercados de 1968 a 1970, nas centrais nucleares de 1974 a 1984, nos imóveis de escritórios de níveis intercalados como o do Septen em Lyon (1984) procedendo desse duplo apadrinhamento: movimento e fractura do volume.

Os últimos trabalhos, Roissy-Pôle (1995) ou o Hôtel de Ville de Lillebonne (1993-1998) evidenciam uma deslocação mais agressiva da forma global; a obra exprime uma dosagem bem calculada entre a procura da unidade e a individualização das partes autónomas: ela tira a a sua expressividade das próprias contradições que estão na sua concepção.

Entre outras distinções, foi agraciado com o Grand Prix National d'Architecture (1979) e como Officier de la Légion d’honneur em 1990. Em 2005, Claude Parent foi eleito membro da Académie des Beaux-Arts.

Fontes:
http://www.academie-des-beaux-arts.fr/membres/actuel/architecture/Parent/fiche.htm
http://archiwebture.citechaillot.fr/fonds/FRAPN02_PARCL.


Informações sobre o documentário aqui.
Mapa de localização do local onde decorrerá a sessão aqui.

Apoio:
Município de Mora

PROGRAMA:

26 de Junho, 19h00
Cine-Teatro da Casa da Cultura de Mora
CLAUDE PARENT - Uma Utopia Secular
(1997, Jean-Louis André, 52')

17 de Julho, 19h00
Vila Nova da Barquinha
(Filme a anunciar)

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