A vigésima primeira sessão da actividade PROJECTAR será dedicada ao arquitecto CASSIANO BRANCO e terá lugar no próximo dia 22 de Maio, a partir das 18h30, na SERTÃ.
Cassiano Branco (1897-1970)
Cassiano Viriato Branco nasceu em Lisboa, em 13 de Agosto de 1897. Foi o único filho de Maria de Assunção Viriato e Cassiano José Branco, pequeno industrial de Alcácer do Sal. Ingressa na Escola de Belas-Artes de Lisboa, com 15 anos, que abandona em 1914, descontente com o ensino praticado, e passa a frequentar o Ensino Técnico-Industrial, que conclui em 1919. Paralelamente, trabalha com o pai na gestão de uma fábrica de perfumaria e num banco.
Em 1917 casa com Maria Elisa, com quem tem uma filha, em 1918, a que dão o mesmo nome da mãe. Efectua várias viagens ao estrangeiro, a Paris e Bruxelas em 1919 e a Amesterdão em 1921, onde adquire o Tratado de Vitrúvio, da edição de Pérrault, de 1681.
De regresso a Lisboa, recomeça o seu Curso de Arquitectura na Escola de Belas-Artes de Lisboa em 1921, concluindo-o no final do ano lectivo de 1926/27, obtendo o diploma de Arquitectura em 1932, após a conclusão do seu tirocínio. Em 1925 inicia o estudo para o projecto da Câmara Municipal da Sertã (que conclui em 1927), e vai a Paris à Exposição Universal de Artes Decorativas. Em 1926 entra para a Maçonaria através da "loja" de rito francês "Madrugada", sob o cognome de Vitrúvio. Visita Paris, Espanha e Inglaterra.
Os primeiros projectos realizados, para o Stand Rios de Oliveira na Av. da Liberdade em Lisboa, em 1928 (já demolido), as várias propostas para o Teatro (depois também cinema) Eden (1929, 1930 e 1931-32), bem como as propostas visionárias para a urbanização da Costa da Caparica e uma Cidade do Filme Português em Cascais (1930), começam a evidenciar a sua individualidade arquitectónica.
Influenciado pelas tendências Art Déco e pelo modernismo europeu, a década de 1930 fica marcada pelos seus projectos de moradias e prédios de rendimento em Lisboa, dos quais se destaca o do Hotel Vitória (1934-36) na Avenida da Liberdade, e no Porto com o edifício do Coliseu (1939) na Rua Passos Manuel, obra que abandona em 1940 por divergências relativas à qualidade dos materiais e processos construtivos.
Num registo diferente, projecta para Coimbra o parque temático Portugal dos Pequenitos, desenvolvido em três fases, a primeira inaugurada em 1940, e que acompanhará ao longo de grande parte da sua vida (1937-1962), e o Grande Hotel do Luso (1938-40).
Embora opositor declarado do Estado Novo de Salazar, o que lhe valeu ser excluído das encomendas públicas de maior visibilidade, foi convidado pelo seu amigo Cottinelli Telmo, Arquitecto-Chefe da Exposição do Mundo Português, para projectar o respectivo Plano de Urbanização (1939-40).
Desenvolveu também projectos para várias barragens como o do edifício da de Santa Catarina, no Vale do Sado (1936), a para o Rio Ponsul, em Idanha-a-Nova (1937), a do Vale do Gaio, Estremadura (1937), o plano de urbanização, projectos para moradias dos diversos escalões do pessoal administrativo e edifício da Central Hidroeléctrica de Belver (1947) e o arranjo urbanístico e moradias para o pessoal administrativo da Barragem da Pracana (1952).
Na década de 1940 destacam-se as propostas e construção do café Cristal (1940), as várias propostas rejeitadas para a Cervejaria Portugália (1940), a proposta de um arranha-céus na Av. da Liberdade (1943), prédios de habitação na Av. António Augusto de Aguiar (1944), e os projectos não aprovados para o Cinema Império (1947-48), todos em Lisboa.
Nos anos seguintes a quantidade de obras realizadas continua a decrescer, contando-se entre os projectos realizados uma moradia para o n.º 166 da Av. Gago Coutinho (1950), o prédio na Praça de Londres (1951) ou o edifício para a sede da Junta Nacional do Vinho (1957), em Lisboa, e a proposta para uma ponte sobre o Rio Tejo (1958).
Em 1958 apoiou a candidatura do general Humberto Delgado à Presidência da República, o que o levou a ser detido pela PIDE.
Nos últimos anos da sua vida são poucos os projectos que se realizam, vindo Cassiano Branco a falecer a 24 de Abril de 1970, em Lisboa, com 72 anos.
Cassiano Branco (1897-1970)
Cassiano Viriato Branco nasceu em Lisboa, em 13 de Agosto de 1897. Foi o único filho de Maria de Assunção Viriato e Cassiano José Branco, pequeno industrial de Alcácer do Sal. Ingressa na Escola de Belas-Artes de Lisboa, com 15 anos, que abandona em 1914, descontente com o ensino praticado, e passa a frequentar o Ensino Técnico-Industrial, que conclui em 1919. Paralelamente, trabalha com o pai na gestão de uma fábrica de perfumaria e num banco.
Em 1917 casa com Maria Elisa, com quem tem uma filha, em 1918, a que dão o mesmo nome da mãe. Efectua várias viagens ao estrangeiro, a Paris e Bruxelas em 1919 e a Amesterdão em 1921, onde adquire o Tratado de Vitrúvio, da edição de Pérrault, de 1681.
De regresso a Lisboa, recomeça o seu Curso de Arquitectura na Escola de Belas-Artes de Lisboa em 1921, concluindo-o no final do ano lectivo de 1926/27, obtendo o diploma de Arquitectura em 1932, após a conclusão do seu tirocínio. Em 1925 inicia o estudo para o projecto da Câmara Municipal da Sertã (que conclui em 1927), e vai a Paris à Exposição Universal de Artes Decorativas. Em 1926 entra para a Maçonaria através da "loja" de rito francês "Madrugada", sob o cognome de Vitrúvio. Visita Paris, Espanha e Inglaterra.
Os primeiros projectos realizados, para o Stand Rios de Oliveira na Av. da Liberdade em Lisboa, em 1928 (já demolido), as várias propostas para o Teatro (depois também cinema) Eden (1929, 1930 e 1931-32), bem como as propostas visionárias para a urbanização da Costa da Caparica e uma Cidade do Filme Português em Cascais (1930), começam a evidenciar a sua individualidade arquitectónica.
Influenciado pelas tendências Art Déco e pelo modernismo europeu, a década de 1930 fica marcada pelos seus projectos de moradias e prédios de rendimento em Lisboa, dos quais se destaca o do Hotel Vitória (1934-36) na Avenida da Liberdade, e no Porto com o edifício do Coliseu (1939) na Rua Passos Manuel, obra que abandona em 1940 por divergências relativas à qualidade dos materiais e processos construtivos.
Num registo diferente, projecta para Coimbra o parque temático Portugal dos Pequenitos, desenvolvido em três fases, a primeira inaugurada em 1940, e que acompanhará ao longo de grande parte da sua vida (1937-1962), e o Grande Hotel do Luso (1938-40).
Embora opositor declarado do Estado Novo de Salazar, o que lhe valeu ser excluído das encomendas públicas de maior visibilidade, foi convidado pelo seu amigo Cottinelli Telmo, Arquitecto-Chefe da Exposição do Mundo Português, para projectar o respectivo Plano de Urbanização (1939-40).
Desenvolveu também projectos para várias barragens como o do edifício da de Santa Catarina, no Vale do Sado (1936), a para o Rio Ponsul, em Idanha-a-Nova (1937), a do Vale do Gaio, Estremadura (1937), o plano de urbanização, projectos para moradias dos diversos escalões do pessoal administrativo e edifício da Central Hidroeléctrica de Belver (1947) e o arranjo urbanístico e moradias para o pessoal administrativo da Barragem da Pracana (1952).
Na década de 1940 destacam-se as propostas e construção do café Cristal (1940), as várias propostas rejeitadas para a Cervejaria Portugália (1940), a proposta de um arranha-céus na Av. da Liberdade (1943), prédios de habitação na Av. António Augusto de Aguiar (1944), e os projectos não aprovados para o Cinema Império (1947-48), todos em Lisboa.
Nos anos seguintes a quantidade de obras realizadas continua a decrescer, contando-se entre os projectos realizados uma moradia para o n.º 166 da Av. Gago Coutinho (1950), o prédio na Praça de Londres (1951) ou o edifício para a sede da Junta Nacional do Vinho (1957), em Lisboa, e a proposta para uma ponte sobre o Rio Tejo (1958).
Em 1958 apoiou a candidatura do general Humberto Delgado à Presidência da República, o que o levou a ser detido pela PIDE.
Nos últimos anos da sua vida são poucos os projectos que se realizam, vindo Cassiano Branco a falecer a 24 de Abril de 1970, em Lisboa, com 72 anos.
Informações sobre o documentário aqui.
Mapa de localização do local onde decorrerá a sessão aqui.
Apoio:
Município da Sertã
PROGRAMA:
22 de Maio, 18h30
Visita ao edifício da Câmara Municipal da Sertã
seguida da projecção do documentário na
Capela do Convento Hotel da Sertã
Vida e Obra de CASSIANO BRANCO
(1991, Edgar Pera, 56')
19 de Junho, 19h00
Cine-Teatro da Casa da Cultura de Mora
CLAUDE PARENT - Uma Utopia Secular
(1997, Jean-Louis André, 52')
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