ESCOLA DA BOAVISTA
LEIRIA, BOA VISTA
José Marini Bragança
com Inês Vicente
JMB Sociedade de Arquitectos Lda
2008
A Escola da Boavista localiza-se nos arredores da cidade de Leiria, num ambiente rural, entre a floresta e uma estrada. Havia dois edifícios, lado a lado, que ocupavam metade do terreno. O primeiro tinha sido construído nos anos 50's, e o segundo tem 20 anos de idade, e foi projectado pelo arquitecto José Marini Bragança. Agora há um terceiro edifício, projectado pelo mesmo arquitecto.
O novo edifício foi desenvolvido com a intenção de ser utilizado pelos alunos da Escola da Boavista e também pelos alunos de outras escolas próximas. O edifício teve de respeitar o seguinte programa: uma cozinha, instalações sanitárias divididas por idades e género dos alunos e outra para os funcionários, a cantina, uma sala multiusos e uma área de lazer.
Quando se entra pelo novo portão, deparamos com três corpos; os primeiros dois alinhados e o terceiro um pouco recuado. O segundo corpo tem o maior pé-direito. Uma vez que os primeiros dois edifícios existentes estavam alinhados e paralelos, o arquitecto decidiu compor o novo edifício em fragmentos, para assim equilibrar proporcionalmente a unidade, em detrimento de um único bloco. A nova escola foi dividida de acordo com aspectos funcionais: a entrada, a cozinha e a cantina estão localizados no primeiro corpo, a sala multiusos e as instalações sanitárias situam-se no segundo corpo e a área de lazer e os gabinetes dos professores no terceiro corpo.
O arquitecto teve cuidado com os interiores do edifício e sua compartimentação, tendo em conta as diversas necessidades dos alunos. Pequenos corredores entre as salas ajudam a organizar o espaço e como a altura do tecto dos corredores é inferior aos das salas de aulas isto acentua a grandeza destas. Os tectos dos corredores foram revestidos com grelhas de madeira e as paredes com armários feitos com as mesmas grelhas de madeira. Estes armários ocupam uma das paredes sem encobrirem a luz natural.
Um banco num alpendre marca a entrada do edifício. O átrio de entrada é composto por um corredor com outro banco que antecede a cozinha e a área da cantina. É também o local onde os alunos das escolas vizinhas podem deixar as suas mochilas. A cantina é espaçosa e bem iluminada. As grandes janelas dão para um estreito pátio interior.
A altura do tecto da sala multiusos é o dobro da altura normal. Este espaço tem uma forte ligação com o exterior graças às suas grandes janelas que dão para o recreio e para o horizonte.
José Marini Bragança revestiu a parede maior com grelhas que se estendem para as outras duas salas e servem de portas dos armários que cobrem a maior parte da parede. Acima da grelha está suspenso um candeeiro em forma de lua cheia. Outro elemento lúdico são as cordas que balançam do tecto oscilando para cá e para lá, criando um efeito agradável.
A versatilidade da sala é reforçada pela sua localização. Esta área foi construída entre as três salas devido ao facto de a quantidade de alunos poder variar em função do apoio a dar às crianças das escolas vizinhas. Deste modo é possível ampliar rapidamente a cantina ou a área de lazer para esta área sempre que seja necessário.
A área de lazer é a mais isolada. A suave luz natural é filtrada pelas grelhas de madeira das janelas, resultando num ambiente sereno. O pátio que acompanha a fachada de vidro cria uma barreira com o recreio que protege a sala das brincadeiras das crianças. A ligação com o exterior é atenuada pelo pátio que é cercado e parcialmente coberto pelas grelhas de madeira. Deste modo torna-se uma extensão natural do interior sempre que as portas de correr estão abertas.
"Uma das razões pelas quais gostei de trabalhar neste projecto foi o conceito de escala; projectar para crianças é diferente de projectar para adultos. As crianças são o tema principal deste projecto. O espaço é deles; por isso todos os objectos são proporcionais permitindo às crianças identificarem-se naturalmente com eles. Há também uma relação entre o aspecto visual e a paisagem. Os adultos controlam o recreio enquanto os alunos apreciam a paisagem." É por isto que em todo o edifício as entradas de luz se fazem por grandes janelas ou por janelas horizontais compridas e baixas.
A área de serviço está voltada a norte, enquanto as áreas de lazer estão voltadas para sul. Por esse motivo, os materiais de revestimento escolhidos são diferentes. No lado norte, foram utilizados painéis de cimento pré-fabricados, reforçando assim a proteção. Este material tem um processo de envelhecimento interessante. No lado sul, o acabamento é feito com tinta. Com o tempo, o contraste vai acentuar-se, destacando as características estéticas do edifício, enquanto elementos naturais, como o musgo, se apropriam da estrutura.
Inicialmente, ambas as escolas estavam separadas por muros e a entrada era dividida por dois portões diferentes. Para unificar o espaço, o arquitecto decidiu demolir os muros. Agora, todas as actividades escolares são realizadas num único espaço.
Um conjunto de pérgulas na área que circunda o edifício unifica as diferentes fases de construção. Um detalhe interessante é a elevação do relvado ao lado da parede, o que diminui a altura, resultando numa escala proporcional para as crianças.
Em frente à nova escola foi construído um estacionamento. A razão pela qual a área da escola não é ampliada para a estrada principal é evitar a aproximação do recreio de uma casa vizinha. Ao criar essa área pública, todo o recreio fica limitado pela floresta e a casa vizinha confina com área pública.
Este equipamento foi pensado para o uso de crianças, e as soluções originais propostas pelo arquiteto têm o objectio de diferenciar o ambiente escolar do ambiente doméstico, expandindo assim os seus horizontes.
O novo edifício foi desenvolvido com a intenção de ser utilizado pelos alunos da Escola da Boavista e também pelos alunos de outras escolas próximas. O edifício teve de respeitar o seguinte programa: uma cozinha, instalações sanitárias divididas por idades e género dos alunos e outra para os funcionários, a cantina, uma sala multiusos e uma área de lazer.
Quando se entra pelo novo portão, deparamos com três corpos; os primeiros dois alinhados e o terceiro um pouco recuado. O segundo corpo tem o maior pé-direito. Uma vez que os primeiros dois edifícios existentes estavam alinhados e paralelos, o arquitecto decidiu compor o novo edifício em fragmentos, para assim equilibrar proporcionalmente a unidade, em detrimento de um único bloco. A nova escola foi dividida de acordo com aspectos funcionais: a entrada, a cozinha e a cantina estão localizados no primeiro corpo, a sala multiusos e as instalações sanitárias situam-se no segundo corpo e a área de lazer e os gabinetes dos professores no terceiro corpo.
O arquitecto teve cuidado com os interiores do edifício e sua compartimentação, tendo em conta as diversas necessidades dos alunos. Pequenos corredores entre as salas ajudam a organizar o espaço e como a altura do tecto dos corredores é inferior aos das salas de aulas isto acentua a grandeza destas. Os tectos dos corredores foram revestidos com grelhas de madeira e as paredes com armários feitos com as mesmas grelhas de madeira. Estes armários ocupam uma das paredes sem encobrirem a luz natural.
Um banco num alpendre marca a entrada do edifício. O átrio de entrada é composto por um corredor com outro banco que antecede a cozinha e a área da cantina. É também o local onde os alunos das escolas vizinhas podem deixar as suas mochilas. A cantina é espaçosa e bem iluminada. As grandes janelas dão para um estreito pátio interior.
A altura do tecto da sala multiusos é o dobro da altura normal. Este espaço tem uma forte ligação com o exterior graças às suas grandes janelas que dão para o recreio e para o horizonte.
José Marini Bragança revestiu a parede maior com grelhas que se estendem para as outras duas salas e servem de portas dos armários que cobrem a maior parte da parede. Acima da grelha está suspenso um candeeiro em forma de lua cheia. Outro elemento lúdico são as cordas que balançam do tecto oscilando para cá e para lá, criando um efeito agradável.
A versatilidade da sala é reforçada pela sua localização. Esta área foi construída entre as três salas devido ao facto de a quantidade de alunos poder variar em função do apoio a dar às crianças das escolas vizinhas. Deste modo é possível ampliar rapidamente a cantina ou a área de lazer para esta área sempre que seja necessário.
A área de lazer é a mais isolada. A suave luz natural é filtrada pelas grelhas de madeira das janelas, resultando num ambiente sereno. O pátio que acompanha a fachada de vidro cria uma barreira com o recreio que protege a sala das brincadeiras das crianças. A ligação com o exterior é atenuada pelo pátio que é cercado e parcialmente coberto pelas grelhas de madeira. Deste modo torna-se uma extensão natural do interior sempre que as portas de correr estão abertas.
"Uma das razões pelas quais gostei de trabalhar neste projecto foi o conceito de escala; projectar para crianças é diferente de projectar para adultos. As crianças são o tema principal deste projecto. O espaço é deles; por isso todos os objectos são proporcionais permitindo às crianças identificarem-se naturalmente com eles. Há também uma relação entre o aspecto visual e a paisagem. Os adultos controlam o recreio enquanto os alunos apreciam a paisagem." É por isto que em todo o edifício as entradas de luz se fazem por grandes janelas ou por janelas horizontais compridas e baixas.
A área de serviço está voltada a norte, enquanto as áreas de lazer estão voltadas para sul. Por esse motivo, os materiais de revestimento escolhidos são diferentes. No lado norte, foram utilizados painéis de cimento pré-fabricados, reforçando assim a proteção. Este material tem um processo de envelhecimento interessante. No lado sul, o acabamento é feito com tinta. Com o tempo, o contraste vai acentuar-se, destacando as características estéticas do edifício, enquanto elementos naturais, como o musgo, se apropriam da estrutura.
Inicialmente, ambas as escolas estavam separadas por muros e a entrada era dividida por dois portões diferentes. Para unificar o espaço, o arquitecto decidiu demolir os muros. Agora, todas as actividades escolares são realizadas num único espaço.
Um conjunto de pérgulas na área que circunda o edifício unifica as diferentes fases de construção. Um detalhe interessante é a elevação do relvado ao lado da parede, o que diminui a altura, resultando numa escala proporcional para as crianças.
Em frente à nova escola foi construído um estacionamento. A razão pela qual a área da escola não é ampliada para a estrada principal é evitar a aproximação do recreio de uma casa vizinha. Ao criar essa área pública, todo o recreio fica limitado pela floresta e a casa vizinha confina com área pública.
Este equipamento foi pensado para o uso de crianças, e as soluções originais propostas pelo arquiteto têm o objectio de diferenciar o ambiente escolar do ambiente doméstico, expandindo assim os seus horizontes.
site: marinibraganca.com
ver mais sobre o projecto:
archdaily.com
facebook.com/pg/JMB-Sociedade-de-Arquitectos-Lda
jmsou.com
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