quinta-feira, 31 de outubro de 2019

PROJECTAR #80


A octogésima sessão da actividade PROJECTAR, será dedicada a edifícios escolares, com a exibição de dois documentários, o primeiro sobre a Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, projectada pelo arquitecto Vítor Figueiredo com a colaboração de Eduardo Trigo de Sousa, e o segundo sobre a Escola Superior de Educação de Setúbal, do arquitecto Álvaro Siza, e realiza-se no próximo dia 14 de Novembro, pelas 19h00, no Auditório dos Paços do Concelho das Caldas da Rainha.



Ambos da série Ver Artes com autoria de Manuel Graça Dias e realizados por Edgar Feldman em 1995, o primeiro documentário a exibir, intitulado Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha, foi originalmente transmitido na RTP2, em 21 de Setembro de 1995:
Programa apresentado por Manuel Graça Dias sobre arquitectura, com destaque para o projecto arquitectónico do edifício da Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha, da autoria dos arquitectos Victor Figueiredo e Eduardo Trigo de Sousa.




O segundo documentário, intitulado Escola Superior de Educação de Setúbal foi originalmente transmitido na RTP2, em 9 de Novembro de 1995:
Programa apresentado por Manuel Graça Dias sobre arquitectura dedicado ao projecto da Escola Superior de Educação de Setúbal da responsabilidade do arquitecto Álvaro Siza Vieira.




Com estas sessões propõe-se esta Delegação da Ordem dos Arquitectos exibir documentários de Arquitectura, como forma de divulgar a vida e obra de arquitectos com importância na história e teoria da arquitectura, nacional e internacional, de várias épocas e movimentos, e assim contribuir para o enriquecimento da cultura arquitectónica na nossa região.

Estas sessões destinam-se, para além dos arquitectos da região, a outros técnicos e a todas as pessoas com curiosidade e interesse nestes temas, sendo de acesso livre mas limitadas à lotação do auditório dos Paços do Concelho das Caldas da Rainha, que está disponível para o efeito.

Apoio:
Município das Caldas da Rainha

PROGRAMA:

14 de Novembro, 19h00
Auditório dos Paços do Concelho das Caldas da Rainha
Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha
VÍTOR FIGUEIREDO
e EDUARDO TRIGO DE SOUSA
(1995, Edgar Feldman, 24')
Escola Superior de Educação de Setúbal
ÁLVARO SIZA

(1995, Edgar Feldman, 26')

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

ARQUITECTURA AO CENTRO #172



CASA ANSIÃO
ANSIÃO, ANSIÃO

Bruno Lucas Dias
com Humberto Lopes, Joana Zuna, Eugénia Gomes
Bruno Dias Arquitectura
2017

No centro histórico da Vila de Ansião, uma casa existente com algum valor histórico, pontua e delimita a frente do terreno da implantação.
À nossa vista, encontramos duas arquiteturas distantes, não só separadas pelo tempo, mas também pela diferença na forma de edificação. Procurando-se estabelecer uma simbiose entre as duas, através do respeito que mantém pelo existente. Esta relação surge de uma forma tão natural, que nos faz pensar que uma nunca existiria uma sem a outra.
O terreno, é delimitado por muros e construções que lhe são adjacentes, desta forma a opção de criar um pátio interior, para onde todos os compartimentos desaguam, atribuindo à casa um caracter intimista que vive para o interior, garantindo mais privacidade. Assim, a implantação surge não só a partir das características do local, mas também com base na proporção de ouro. Isto porque, o corpo humano é a ilustração mais notável e óbvia da regra de ouro, e a presença humana é o elemento essencial na definição de Casa.
A procura por cores e materiais mais quentes no interior proporciona um maior conforto espacial.
Já no espaço exterior, e tendo como base os materiais pré-existentes, são destacadas as linhas originais da casa e mantem-se a mesma linguagem no novo volume, conferindo assim um caracter unitário e uniforme a toda intervenção.

site: brunodiasarquitectura.pt

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sábado, 26 de outubro de 2019

ARQUITECTURA AO CENTRO #171



CASA SP
CALDAS DA RAINHA, SALIR DO PORTO

Gonçalo Duarte Pacheco
com Luis Câmara Pestana e Tomé Gouveia
Gonçalo Duarte Pacheco
2018

O projeto da Casa SP insere-se na área urbana da pequena localidade de Salir do Porto, a 2km da Baía de São Martinho do Porto. A habitação define-se no limite urbano a sul, projectando-se para uma zona de planície composta por árvores de fruto.
O posicionamento da casa teve em conta a inclinação acentuada do terreno, marcado por um declive de três metros. Definiu-se a implantação na parte plana do terreno, revelando a casa em dois níveis e, consequentemente, em quatro volumes: um no nível superior e três no nível inferior. Definida a habitação pela forma e posicionamento dos volumes mais baixos, surgem duas áreas exteriores que incorporam simultaneamente a piscina no lado sul e um poço pré-existente, no lado norte.
Esta intenção de manter a inclinação do terreno permitiu a criação de uma entrada singular, definida por uma ponte, que estabelece a ligação entre o plano de rua e o plano superior da habitação, onde se situam a sala e a cozinha, ligadas à paisagem através da abertura estratégica de dois vãos e do terraço que funciona como prolongamento da habitação para a paisagem.
No plano inferior, surgem os quartos, a garagem, e uma segunda sala de estar virada a norte enfatizada por uma luz zenital que nos revela uma relação mais intimista da habitação, uma vez que unifica os dois pisos e destaca a existência de um poço antigo artesanal, construído em pedra e uma árvore pré-existente.

site: goncaloduartepacheco.pt

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quinta-feira, 24 de outubro de 2019

PROJECTAR NAS CALDAS DA RAINHA


Regressamos às Caldas da Rainha para mais uma sessão dupla da actividade PROJECTAR, desta vez no auditório dos Paços do Concelho, com a exibição de dois documentários, o primeiro dedicado à Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, do arquitecto Vítor Figueiredo, e o segundo sobre a Escola Superior de Educação de Setúbal, do arquitecto Álvaro Siza, no próximo dia 14 de Novembro, pelas 19h00.



Mais informações em breve.

terça-feira, 22 de outubro de 2019

ARQUITECTURA AO CENTRO #170



GINÁSIO MAISFITNESS
TORRES VEDRAS, TORRES VEDRAS

João Amaral e Manuela Tamborino
com Luís Correia
Estúdio AMATAM
2016

O que é ser MAIS FITNESS? Entender a mística por detrás da marca é compreender que são as pessoas que a definem. É a vontade de pertencer a esta “tribo” que faz com que as pessoas adiram e queiram fazer parte deste conceito de fitness. Deste conceito surge o mote para este novo ginásio em Torres Vedras, no qual se pretendia definir uma imagem espacial identitária para este e futuros ginásios MAIS FITNESS. Uma tribo comunica por símbolos e cores, e foi essa linguagem que procurámos identificar de modo a afirmar a identidade da marca MAIS FITNESS.
O edifício para a instalação deste ginásio era existente, pelo que grande parte do exercício formal passava pela aceitação das características do edificado e quando possível adaptá-las e reformulá-las, de modo a tirarmos o máximo partido da riqueza espacial em prole das qualidades que pretendiamos dotar a este ginásio.
Ao nível programático o exercício era simples. A mística do MAIS FITNESS está associada à energia positiva das pessoas, e à partilha dessa energia em aulas de grupo com o máximo número de praticantes. Assim, impunha-se um estúdio XXL – quanto maior, melhor! A definição do posicionamento deste espaço no layout do edificio existente, assim como a escada existente de acesso ao seu interior, foram os factores preponderantes na distribuição do programa. A colocação do balcão de recepção como ponto nevrálgico da dinâmica de circulação no interior do ginásio era um dos requisitos. Daí, a sua centralidade, permitir estabelecer relações com a área de lounge, os estúdios, o gabinete e área de atendimento, e até mesmo com os balneários.
Para a criação da identidade espacial da marca, procurámos explorar conceitos associados ao seu universo: a elegância e a energia, o preto e o amarelo, o – e o +. Explorando assim estes elementos em diferentes intensidades nos ambientes dos espaços, nas composições cromáticas e nos padrões gráficos, pretendemos transmitir uma identidade exclusiva, coerente, contemporânea e actual, indissociável do que representa o MAIS FITNESS. O posicionamento da marca ditou as restantes opções. Evitámos transmitir uma conotação Low Cost, mas antes um premium democrático. Os ambientes dos espaços, assim como a escolha de materiais reflete isso mesmo, elegância e bom gosto, com um toque de irreverêcia nos detalhes. Acreditamos que menos é mais, pelo que se procurou tirar partido de uma palete de materiais corente e limitada, de modo a transmitir unidade mas também diferenciação entre os diferentes usos do ginásio.
BALNEÁRIOS
Os balneários são dos espaços mais preponderantes na avaliação da qualidade de um ginásio. Pretendemos surpreender, criando um espaço acima de tudo contemporâneo para uma geração habituada a procurar novas referências todos os dias. Os tons primam pela elegância e com toques de irreverência através de apontamentos gráficos e da manipulação da estereotomia dos cerâmicos. O balneário Masculino e Feminino são iguais esteticamente, porque no fundo aqui não há homens nem mulheres, há pessoas a procurarem ser melhores!
ÁREAS SOCIAIS
Este é o core do ginásio! É aqui que a partilha começa, se descobrem cumplicidades e se fazem amizades. É aqui que se inicia o percurso no MAIS FITNESS e também onde acaba. Este é um espaço aglutinador e central, onde o convívio é constante. Evidenciar essa centralidade foi o mote para estruturar esta área. A aplicação de uma pintura de cor amarelo no pavimento estrutura todo o percurso desde a entrada até à recepção, potenciando o ambiente da marca e dando-lhe preponderância. O amarelo revela-se em todo o espaço, deambulando entre as paredes, o tecto, o mobiliário, contaminando com uma energia contagiante. O branco e o cinza acabam por fazer o justo equilíbrio, passando uma atmosfera de sofisticação. Graficamente, acrescentou-se uma outra layer, que procura através da simbologia gráfica do MAIS (+), evidenciar trajectos, direcções e a preponderância da energia dentro do ginásio, como se fosse um medidor táctil de intensidade!
No lounge o ambiente torna-se mais branco, oferecendo o destaque à vista fabulosa e aos elementos verdes que pontualmente são colocados, estimulando um certo relaxamento emocional e bem-estar associado a estes elementos e ao mobiliário confortável e descontraido.
CORREDOR
Com tanta energia por todo o lado, necessitamos de criar espaços neutros e de descompressão. Por isso apostámos neste corredor, que acaba por ser o ponto de preparação para um novo treino, ou para recuperar do último treino. É sempre um ponto de passagem entre momentos energéticos. O branco é a cor dominante. O efeito visual criado pelos espelhos leva-nos ao infinito, seja na mente como no espaço.
ESTÚDIO SPINNING
Esta modalidade transpira velocidade, movimento, vertigem… e foi com estes princípios que se definiu a estratégia conceptual para este estúdio. O efeito cénico de multiplicação criado pelos espelhos, que remetem para um ponto no infinito, assemelhando-se a um vortex acaba por intensificar o sentido de quem pedala em direcção a algo, Para tornar esse efeito mais dramático, exploraram-se linhas que enfatizam o movimento e a vontade de quem pretende alcançar o destino a que se propôs. Existe também alguma áurea de espaço de culto associado aos elementos gráficos, que se pretende que possam ser explorados na criação de uma certa mística associada às aulas desta modalidade.
ESTÚDIO FITNESS
Este é o local de culto do MAIS FITNESS. O motor de toda a energia. Aqui a intensidade sobe ao limite. Por isso não sentimos a necessidade de excessos visuais. Procurou-se tornar o espaço mais acolhedor através da pintura do tecto e parte das paredes em cinza, devido à sua grande dimensão vertical, e apostámos em enfatizar o sentido do palco através da horizontalidade dos planos brancos. Através da aplicação de uma pelicula colorida espelhada no pórtico da entrada, com características únicas a nível cromático, pretende-se criar um elemento surpresa único, capaz de acrescentar mais dinâmica aos momentos de treino. ESPAÇO UNDERGROUND
Aqui surge o lado obscuro do MAIS FITNESS. Um espaço com uma energia diferente…. Mais corrosiva… um espaço para quebrar barreiras e limites, para ir mais além. Para batalharmos com o nosso eu interior, em busca da perfeição. Um ambiente sombrio, intimidador, mas desafiante. Partindo dos ringues de luta como referência, aplicou-se rede na limitação dos diferentes espaços. A presença da cor amarela faz-nos nunca perder a noção que continuamos no MAIS FITNESS, e que basta seguir a cor para voltarmos à luz!

site: estudioamatam.com

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sábado, 19 de outubro de 2019

ARQUITECTURA AO CENTRO #169



ADEGA 23
VILA VELHA DE RÓDÃO, SARNADAS DE RÓDÃO

Francisco Freitas, Luís Valente, Paulo Borralho, Rui Didier, Ana Tomé e Eliza Jabłońska
Atelier RUA
2017

O terreno, localizado em Sarnadas de Ródão, distrito de Castelo Branco tem uma área com cerca de 15 ha dos quais 10,5 ha serão para plantação de vinhas. É dividido pela auto-estrada A23 em duas parcelas com aproximadamente a mesma área. A Sul, o terreno é marcado sobretudo pela existência de uma barragem que alimenta o sistema de rega das vinhas. A Norte da A23, um pavilhão com aproximadamente 530 m2 e uma casa das máquinas à qual está associado um tanque para rega, pontuavam o terreno nas suas cotas mais elevadas. Uma passagem subterrânea (túnel) a Poente e uma passagem aérea (viaduto) a Nascente constituem-se como ligações viárias e pedonais entre as parcelas Norte e Sul.
A ideia de projeto passou por unificar a construção existente e a ampliação necessária para complementar o programa, transformando-os num único objecto. Desta dualidade entre pré-existência e nova construção surgem duas materialidades distintas que contrastam e se complementam. Por um lado, o revestimento das paredes existentes em painéis de cortiça; um material ligado a esta região e com excelentes características térmicas e acústicas. Reforçando esta preocupação em relação ao comportamento térmico do edifício, uma segunda pele metálica de cor dourada constitui-se como uma “cinta” que envolve o edifício existente e materializa os novos espaços da adega. Esta “cinta” provoca o ensombramento dos espaços técnicos permitindo a necessária regulação de temperatura e ventilação de forma natural. Esta solução permitiu também um desenho mais versátil e livre dos alçados de acordo com o programa definido.
Esta pele foi trabalhada do ponto de vista da textura através de módulos de chapa calandrada e micro perfurada que funcionam simultaneamente a escalas diferentes, uma textura perceptível da auto-estrada e outra lida numa situação de maior proximidade com uma aparência têxtil. A distribuição do programa funcional localiza as zonas de produção e de caracter mais técnico na zona correspondente ao pavilhão existente com um pé direito duplo de cerca de 6 metros e com uma área de aproximadamente 500 m2. Esta zona, em open-space, tem dois acessos exteriores através de dois portões. Um, na fachada Sul para as cargas e descargas do produto acabado e outro na fachada Nascente para receber as uvas. É também neste alçado (Nascente) que estão localizadas as máquinas de frio, a mesa de recolha, o tapete elevatório e o desengarçador.
No lado Norte surge uma ampliação do pavilhão existente para dar resposta ao programa social e de apoio à área de produção. O acesso a este núcleo, e ao nível do piso térreo faz-se através de uma galeria exterior coberta que se eleva progressivamente em relação à vinha à medida que nos aproximamos da entrada principal, aqui encontram-se: a recepção ao visitante, uma zona para exposição de vinho, escritório, laboratório, instalações sanitárias, balneários e arrumos. Estes dois últimos têm acesso directo à zona de produção. Ainda neste piso existe uma comunicação vertical através de escadas que liga este programa ao piso -1 e ao piso 1. No piso -1 está a Sala das Barricas, encarada como um cofre com uma grande montra e com paredes exteriores duplas constituídas por painéis de betão à vista, onde estão localizadas as cerca de 80 barricas de madeira. No piso 1 está o programa de caráter mais público: a copa, o quarto e a sala de provas (que se relaciona directamente com a vista sul- poente sobre a vinha através de uma varanda coberta).

site: atelierrua.com

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segunda-feira, 14 de outubro de 2019

ARQUITECTURA AO CENTRO #168



CASA O: 10 MORADIAS INDIVIDUAIS, LOTES 127 A 130 E 137 A 142
ÓBIDOS, BOM SUCESSO

Madalena Cardoso de Menezes e Francisco Teixeira Bastos
com Ana Botelho, Sérgio Hipólito, Sofia Tavares da Silva, Sérgio Xavier
Atelier dos Remédios
2009

Este projecto teve a sua génese na procura de uma forma de habitar todos os espaços componentes de uma casa e na interdependência destes com um espaço central multiforme.
Traçamos uma linha longitudinal, com a direcção Este/Oeste, no ponto médio da largura do lote. Tratou-se de um desejo de uma ocupação em extensão, permitindo a manutenção de uma área livre paralela à construção com as mesmas dimensões desta. Encostámos à extrema Nascente com 3m de afastamento, a faixa de área construída, no pressuposto de atribuir à fachada Nascente o lugar dos quartos e à fachada Poente a zona das salas. o topo Norte é ocupado pela entrada e estacionamento e o topo Sul pela cozinha.
A ocupação da cozinha no quadrante sudeste, num lugar privilegiado da casa, não se tratou de uma consequência mas de uma atribuição a este espaço, que se demonstra dos mais habitados no quotidiano familiar, de uma situação invulgar, mais confortável e mais central da habitação.
Decidimos separar a sala de estar da sala de jantar e dispô-las numa relação espacial de canto entre elas e em que ambas partilham o mesmo espaço exterior. Deste modo conseguimos não ocupar o quadrante Sudoeste da casa, dotando-o de um pátio coberto que se por um lado fracciona a construção permitindo entradas de luz Sul e Poente no interior da habitação, por outro repõe a unidade da construção ao nível do plano de cobertura que percorrerá os espaços sociais.
Uma outra decisão conceptual apontou a distribuição dos espaços desta casa. Quisemos que a suite se tornasse o refúgio dos seus futuros donos. Deste modo tornámo-la o elemento mais destacado desta construção, o que se encontra numa cota elevada em relação ao resto da casa, o que se procura – o lugar onde se vai. Por outro lado jogámos com a subversão deste valor ao encostar a área de esplanada da piscina e fazer da sua fachada o pano de fundo desta, trata-se de uma reposição programática de sentido comunitário que regulou todo este projecto.
Com a vontade de um espaço central de distribuição e com o cumprimento de todas as linhas anteriormente referidas, acedemos a esta moradia por uma entrada recolhida e entalada entre dois corpos dispostos com um ângulo de 10º entre eles. Um primeiro espaço de entrada mais baixo 50cm dá acesso ao espaço de distribuição por excelência através de 3 degraus. No hall central encontram-se todos os espaços de distribuição e direcções apontadas, trata-se de um espaço centrífugo embora dotado de um suplemento de área “supérflua” que permite a informalidade de encontros, actividades ocupações etc.
Acede-se aos quartos, suite, sala de estar, lavabo, lavandaria e cozinha através de câmaras dispostas de ambos os lados deste hall central, sendo a sala de jantar a única excepção a esta regra e que terá acesso directo na ponta oposta à da entrada na habitação, no ponto mais estreito do hall.
O corpo da suite e sala de estar teve uma rotação de 10º em relação ao alinhamento original (N/S) de modo a poder estabelecer uma fuga visual do corpo da sala de jantar e por outro lado definir mais concisamente zonas de estar no jardim, nomeadamente zona de estar frente ao pátio, zona à frente da sala de estar e zona da piscina.
A piscina será implantada no quadrante Noroeste do lote num plateau situado a uma cota de 55cm mais elevada em relação à cota do arruamento respectivo. Toda a casa aposta numa arquitectura de volumes, que provocam espaços encerrados em si mesmos mas que na composição entre eles vão provocando espaços ambíguos de exterior interior que trarão uma disposição singular de espaço e de iluminação natural.

site: atrem.eu

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thehardt.com

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

ARQUITECTURA AO CENTRO #167



CAPELA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
IDANHA-A-NOVA, CNAE-CENTRO DE ACTIVIDADES ESCUTISTAS

Pedro Ferreira e Helena Vieira
com João Martins
Plano Humano Arquitectos
2017

Em plena região centro de Portugal, no concelho de Idanha a Nova, a construção deste edifício surgiu da vontade de ter no Centro Nacional de Atividades Escutistas (CNAE) uma capela aquando do XXIII Acampamento Nacional de Escuteiros Católicos Portugueses, que envolveu cerca de 22000 participantes, e para se juntar às demais construções definitivas que este centro escutista dispõe.
A localização escolhida é privilegiada, numa área de planalto, central no CNAE, em ambiente rural e natural, com um sistema de vistas extraordinário, que impulsionou a conceção do edifício.
A vivência espacial inicia-se com o percurso de acesso à capela, um momento de passagem gradual para o ambiente mais recolhido deste recinto, criado por uma divisória em postes de madeira tratada, suficiente para delimitar o espaço, mas propositadamente aberta, mostrando uma capela disponível para todos os que passam. A coroar a entrada, pregão da vida do povo cristão, um sino, alusivo ao Corpo Nacional de Escutas e ao XXIII Acampamento Nacional.
A inspiração para esta construção, dedicada a Nossa Senhora de Fátima, nasceu do âmago da experiência escutista: a vida ao ar livre, o acampamento, a tenda, a sobriedade e simplicidade das construções e estilo de vida. Também as extremas do edifício, de forma pontiaguda, fazem uma alusão ao lenço escutista, símbolo da promessa e compromisso neste movimento.
Pensámos a capela como uma grande tenda, de portas abertas a todos, e em todos os momentos. Um ponto de acolhimento, abrigo e encontro. A sua forma muito simples, semelhante a uma tenda canadiana, estabelece-se em duas águas, que se moldam à utilização dos seus visitantes. A estrutura aproxima-se às pessoas na zona da entrada, onde o volume é mais baixo e mais estreito, mais próximo da escala humana, e alonga-se para a frente e para o alto, elevando o utilizador para algo superior, com uma paisagem deslumbrante como pano de fundo, que amplifica estas sensações. O espaço envolve, acalma, e convida-nos a contemplar a imensidão da paisagem. O contexto intimista do local alia-se ao espírito escutista e cristão de comunhão com a natureza.
A orientação Nascente / Poente da capela potencia que o nascer do sol ilumine o seu espaço interior, mas é ao pôr-do-Sol que se usufrui de uma imensidão de cores, tons e ambiências, que envolvem o olhar e legitimam também toda a composição arquitetónica.
No outono e inverno, a luz, mais crua, destaca a tranquilidade do local, e a simbiose de desadorno entre o edifício e a paisagem.
O ponto de entrada, onde o edifício se assemelha ao lenço escutista, e à forma como este assenta no pescoço, é também marcado pela presença da água, que aqui “nasce”, formalizando um início, que convida à entrada na capela e no Mistério que celebra, evocando a longa e rica simbologia bíblica e litúrgica.
A água atravessa todo o espaço da capela, num caminho que se desenvolve até ao altar – lugar central de qualquer espaço celebrativo cristão - e posteriormente para a paisagem, encaminhando o utilizador para a cruz, que fora da capela, no mesmo alinhamento, pontua a paisagem e consolida a sensação de amplitude e projeção para o Divino.
A grande cruz, implantada na paisagem, com a sua forma imponente e ao mesmo tempo delicada, que se aligeira à medida que ganha altura, testemunha e corrobora a solenidade do local.
O alinhamento destes elementos litúrgicos, dispostos segundo um caminho protegido pela forma arquitetónica, que ao abrigar projeta também o utilizador para o alto e para a paisagem, unificam os propósitos da conceção formal e conceptual do edifício.
A estrutura de madeira e zinco confere um aspeto exterior simples e protetor ao templo, e um ambiente confortável e acolhedor no interior, onde a estrutura de 12 vigas, numa alusão aos Apóstolos, foi deixada à vista, mostrando a verdade e simplicidade construtiva.
Com um comprimento total de 12m, a estrutura atinge o seu ponto mais alto aos 9m, após o Altar, onde o elevar da viga principal aumenta a profundidade do espaço e destaca este ponto sacro. Toda a estrutura é ligada ao chão através de rótulas metálicas.
Os materiais escolhidos integram o edifício na envolvente, na prática escutista, e no conceito arquitetónico. A madeira é um material muito utilizado pelos escuteiros nas suas construções. É um material natural e tradicional, que confere solidez e conforto. O zinco, material também tradicional, aqui eleito pelas suas excelentes qualidades de estanquicidade, e também pela sensação de proteção que confere.
O altar, a fonte e o caminho de percurso da água, são elementos fixos do edifício, e são constituídos em pedra, material natural e nobre.
A cátedra, o ambão, o suporte do círio, a base da imagem de Nossa Senhora de Fátima e os bancos da assembleia são móveis, feitos em madeira maciça, trabalhada de forma simples, quase tosca, depurada de acabamentos adicionais, deixando a função sobrepor-se à decoração.
A luz, importante tema na arquitetura e na expressão religiosa, foi pensada de forma a realçar a expressividade de todo o espaço, interior e exterior. Pela sua localização, em ambiente rural, e no centro da prática escutista, a iluminação artificial eleita é discreta, harmoniosamente distribuída, destacando e enquadrando o edifício com a natureza sempre que a noite cai, deixando contudo sobressair as estrelas. É uma iluminação que parte de baixo e se projeta no conjunto edificado, e na grande cruz, que valoriza as dimensões da arquitetura, conferindo-lhe também dimensões etéreas. Um único ponto de luz destaca-se da restante iluminação, e cai do alto do eixo da estrutura, no topo do altar, consagrando em reverência este elemento.
A capela está ao serviço da comunidade escutista, e permite que em celebrações para maior número de pessoas a assembleia possa ficar no exterior, ficando o celebrante virado para a paisagem, passando desta forma a capela a funcionar como um Altar.
Este é um lugar espiritual, uma existência simples, sagrada, que convida a recolher, em diálogo pessoal, em encontro com a fé, e a voltar a olhar para a frente, para um horizonte mais alto.

site: planohumanoarquitectos.com

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domingo, 6 de outubro de 2019

ARQUITECTURA AO CENTRO #166



CASA NO VALE DAS ÁRVORES
MAÇÃO, VALE DAS ÁRVORES

Luís Valente Silva e Carla Figueiredo
Paralela-Arquitectos
2011

Projecto de arquitectura de uma habitação unifamiliar na Quinta do Vale das Árvores, Concelho de Mação.
O terreno está inserido num contexto rural de cultura arvense, cujo edificado envolvente caracteriza-se como sendo, construções tradicionais em pedra argamassada. Sob o pressuposto de se projectar uma casa que se identificasse com a simplicidade/riqueza do contexto rural, procurou-se um registo actual que estivesse simultaneamente atento às características morfológicas como às características volumétricas envolventes.
A proposta retoma, o lugar da antiga ruína, mantendo quer os princípios de implantação quer os de orientação, fazendo cumprir o desejo de pertencer ao lugar.
A casa desenvolve-se apenas ao nível térreo e o programa, que obedece às exigências de uma casa de campo, faz-se de forma a usufruir da vista desafogada sobre a paisagem agrícola. Procurou-se, conservar uma presença discreta mas também estabelecer uma relação directa com a paisagem através do Alpendre, permitindo a transparência e a continuidade espacial com a envolvente.
Apesar da sua estrutura marcante, procurou-se uma materialidade que fosse capaz de integrar a casa naturalmente na paisagem envolvente e assim se fundir com o terreno. Optando claramente por preservar a memória do espaço rural, foi utilizada a pedra da região na casa, nas áreas exteriores pavimentadas e nos muros de vedação que limitam a propriedade.

site: paralela-arquitectos.pt

ver mais sobre o projecto:
cargocollective.com/paralela-arquitectos
homify.com.br
homify.pt
homify.ua
paralela-arquitectos.blogspot.com

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

PROJECTAR #79


Com a septuagésima nona sessão, a actividade PROJECTAR volta à Covilhã para uma sessão dedicada à Casa Oyler, do arquitecto austríaco-americano Richard Neutra, desta vez em parceria com A Tentadora, cowork shop gallery, onde terá lugar no próximo dia 17 de Outubro, pelas 19h00.



Realizado em 2012 por Michael Dorsey, o filme a exibir tem por título "A Casa Oyler: o Retiro no Deserto de Richard Neutra":
Em 1959, um funcionário público chamado Richard Oyler, residente na pequena povoação do deserto Lone Pine, na Califórnia, pediu ao mundialmente famoso arquitecto Richard Neutra para projectar a sua modesta casa de família. Para surpresa de Oyler, Neutra aceitou. Assim começou uma improvável amizade que levou à concepção e construção de uma icónica obra-prima moderna de meados do século XX.
Considerado o "Pai da Arquitectura Moderna da Califórnia", a revista Time Magazine publicou Richard Neutra na sua capa em 1949, classificando-o em segundo lugar apenas atrás de Frank Lloyd Wright entre os maiores arquitectos americanos. A Casa Oyler: o Retiro no Deserto de Richard Neutra investiga como Neutra criou laços de amizade com esta modesta família de uma pequena terra, e como ele foi inspirado pelo deslumbrante cenário do deserto no local, o qual Neutra comparou com a imponência do místico Deserto de Gobi.
Actualmente propriedade da actriz Kelly Lynch e do seu marido, o argumentista-produtor Mitch Glazer, a casa de estilo pilares & vigas e a sua envolvente exótica brilham através de uma maravilhosa cinematografia, e a história ganha vida através de entrevistas com Richard Oyler, Kelly Lynch, o filho de Neutra, e o muito conhecido agente imobiliário de Los Angeles Crosby Doe, que tem representado casas de alguns dos maiores arquitectos modernos da história.




Com estas sessões propõe-se esta Delegação da Ordem dos Arquitectos exibir documentários de Arquitectura, como forma de divulgar a vida e obra de arquitectos com importância na história e teoria da arquitectura, nacional e internacional, de várias épocas e movimentos, e assim contribuir para o enriquecimento da cultura arquitectónica na nossa região.

Estas sessões destinam-se, para além dos arquitectos da região, a outros técnicos e a todas as pessoas com curiosidade e interesse nestes temas, sendo de acesso livre mas limitadas à lotação do auditório d'A Tentadora, cowork shop gallery, na Covilhã, que está disponível para o efeito.

Apoio:
A Tentadora, cowork shop gallery

PROGRAMA:

17 de Outubro, 19h00
A Tentadora, cowork shop gallery, Covilhã
A Casa Oyler:
o Retiro no Deserto de RICHARD NEUTRA

(2012, Michael Dorsey, 46')

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

ARQUITECTURA AO CENTRO #165



MUSEU DAMIÃO DE GÓIS E AS VÍTIMAS DA INQUISIÇÃO
ALENQUER, ALENQUER

Henrique Marques, Rui Dinis
com João Ortigão, Marco Santos, Tiago Maciel
spaceworkers
2017

Intervir num edifício existente é por si só um bom desafio, quando à pré-existência juntamos séculos de história o desafio é ainda maior. A intervenção centra-se na criação de uma estrutura expositiva, alusiva à vida e legado histórico de Damião de Góis, no interior de uma antiga igreja, recuperada, em Alenquer. A igreja, agora esvaziada dessa mesma função, funciona como um espaço “contentor” com uma identidade muito própria, marcada pela geometria dos seus tectos abobadados e pela textura das suas paredes de tijolo, de grande valor plástico.
A proposta procura, precisamente valorizar as características plásticas do espaço, e minimizar o seu impacto na pré-existência, respeitando o existente, afastando-se das paredes, procurando uma posição central no espaço, assumindo uma geometria que é familiar ao edifício, originada pelo paralelismo às formas do tecto e paredes, capturando a configuração do vazio existente numa espécie de núcleo, de cor escura, fragmentado, que recebe e organiza a exposição e os visitante.
Este núcleo, apesar de fragmentado, confere ao visitante uma ideia de continuidade virtual, onde os seus vazios são entendidos como momentos de pausa e de contemplação do existente e como momentos de penetração no interior do núcleo, explorando esta relação ancestral de interior e exterior, que nos fascinou desde o início do projecto.
O espaço expositivo assume-se como um elemento negro, delicado, que convida à sua descoberta e que se destaca do restante cromatismo do espaço existente, sem nunca se sobrepor a este mas sem perder as suas características espaciais.

site: spaceworkers.pt

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