quinta-feira, 30 de maio de 2019

PROJECTAR #76


Com a septuagésima sexta sessão da actividade PROJECTAR, pretendemos homenagear o recentemente falecido arquitecto Manuel Graça Dias, com a exibição de dois documentários da sua autoria, o primeiro da série Magazine de Arquitectura e Decoração no qual nos apresenta a sua definição de Arquitectura e em que é que esta se distingue da simples Construção, e o segundo sobre o arquitecto Manuel Vicente, com quem iniciou a sua actividade em 1977, em Macau, e que terá lugar no Auditório Municipal de Sobral de Monte Agraço no próximo dia 13 de Junho, pelas 19h00.



Ambos da série Magazine de Arquitectura e Decoração com autoria de Isabel Colaço e Manuel Graça Dias e realizados por Edgar Feldman em 1992, o primeiro documentário a exibir será dedicado à distinção entre Arquitectura e Construção:
Programa apresentado pelo arquiteto Manuel Graça Dias, dedicado à distinção entre os conceitos de Arquitetura e de Construção.



Manuel Vicente será o arquitecto em foco no segundo documentário:
Programa apresentado pelo arquitecto Manuel Graça Dias, dedicado ao arquitecto Manuel Vicente. Referência à sua vasta obra em Portugal, Macau e Hong-Kong, alguns dados biográficos e entrevista com o próprio.



Com estas sessões propõe-se esta Delegação da Ordem dos Arquitectos exibir documentários de Arquitectura, como forma de divulgar a vida e obra de arquitectos com importância na história e teoria da arquitectura, nacional e internacional, de várias épocas e movimentos, e assim contribuir para o enriquecimento da cultura arquitectónica na nossa região.

Estas sessões destinam-se, para além dos arquitectos da região, a outros técnicos e a todas as pessoas com curiosidade e interesse nestes temas, sendo de acesso livre mas limitadas à lotação do Auditório Municipal de Sobral de Monte Agraço, que está disponível para o efeito.

Apoio:
Município de Sobral de Monte Agraço

PROGRAMA:

13 de Junho, 19h00
Auditório Municipal de Sobral de Monte Agraço
Arquitetura/Construção
MANUEL GRAÇA DIAS

(1992, Edgar Feldman, 23')
MANUEL VICENTE
(1993, Edgar Feldman, 21')

ARQUITECTURA AO CENTRO #140



TERMINAL RODOVIÁRIO
CASTELO BRANCO, CASTELO BRANCO

Jorge Estriga, Nuno Lourenço e Bernardo Falcão
RISCO
2013

O novo terminal rodoviário de Castelo Branco será construído junto da principal estação ferroviária da cidade.
Esta nova infra-estrutura permitirá criar uma necessária interface de transportes públicos, em conjunto com a estação de comboios e com um novo parque de estacionamento, também para ser construído. O terreno disponível consiste num lote comprido e estreito, encravado entre a linha do comboio e a Rua Poeta João Roiz.
Assim sendo, o equipamento urbano concebido é pensado como uma estrutura em dois níveis: o parque de estacionamento, com capacidade para 100 veículos, coberto mas aberto para sul, fica localizado no piso inferior, à mesma cota que a estação de comboios; acima deste, o terminal rodoviário desenvolve-se adjacente à Rua Poeta João Roiz e na continuidade do seu espaço público.
O edifício do terminal pode ser descrito como uma laje de betão suspensa, sob a qual se lozalizam quer os espaços operacionais encerrados - sala de espera, bilheteiras, sala de mercadorias e instalações sanitárias - quer a plataforma de embarque aberta, com capacidade para 10 autocarros.
O projecto também prevê a reestruturação do espaço público envolvente com cerca de 23.000 metros quadrados. Para além dos necessários ajustamentos das ruas às novas solicitações de tráfego, o traçado viário é redesenhado de modo a criar uma clara continuidade pedonal entre o Largo D. Carlos I - em frente à estação de comboios - e as áreas recentemente densificadas a este e sul da cidade.
Basicamente, a intervenção consiste em redesenhar os pavimentos - incluindo ajustamentos no perfil da Rua Poeta João Roiz - várias demolições de edifícios abandonados, projectar novas áreas pedonais e áreas verdes, a modernização de infra-estruturas urbanas subterrâneas existentes, nova iluminação pública e susbtituição de mobiliário urbano.
A intervenção também inclui a substituição da ponte da Carapalha, para este; esta atravessa a linha de comboio e actua como uma ligação muito importante entre o centro da cidade e os seus mais recentes bairros para sul. Este trabalho é necessário devido a alterações significativas propostas para o desenho viário dentro da área de intervenção. Tendo em conta a importância do elemento notável na paisagem urbana do centro da cidade, este trabalho revela-se como uma oportunidade significativa uma vez que permite enriquecer a imagética da cidade.

site: risco.org

ver mais sobre o projecto:
issuu.com/bernardomenezesfalcao
joaomorgado.com

domingo, 26 de maio de 2019

ARQUITECTURA AO CENTRO #139



COMPLEXO CULTURAL E MUSEU DA LEVADA
TOMAR, TOMAR

Cândido Chuva Gomes
CCG Arquitectos
2004-2017

A proposta alicerça-se no aprofundado estudo de museologia realizado à priori, com intenção clara de evitar protagonismos formais despropositados, por forma a não destruir a unidade da imagem arquitectónica e ambiental do conjunto industrial da Levada. A área de intervenção, que confina com o tecido antigo e com o Rio Nabão, consiste na “reabilitação” das antigas indústrias, transformando-as num complexo museológico. O Conjunto Industrial apresenta três núcleos de edifícios, arquitectónicamente coerentes e homogéneos, nomeadamente os Lagares, as Centrais Eléctricas, e as Moagens. Ao conferir coerência e unidade a todo este conjunto, há a considerar o dinâmico plano líquido – a Levada.
Para além dos núcleos a musealizar, havia a preocupação de se instalar uma sala multiusos, bem como reservar-se um outro espaço para a instalação de um Núcleo Interpretativo. O Complexo Cultural da Levada ainda deverá possuir uma galeria de exposições, uma cafetaria e todo um conjunto de espaços públicos, semi-públicos e privados do museu, devidamente organizados de forma à correcta fruição pelos visitantes e adequados a um eficaz modelo de gestão.
Para todo o conjunto estão previstos acessos e percursos próprios para visitas distintas aos diversos espaços musealizados, sendo que todos têm como ponto de partida o núcleo central do complexo. O seu posicionamento em todo o conjunto facilita uma distribuição funcional dos serviços internos do museu, a autonomização das áreas de exposição, administrativas e espaço multiusos. A possibilidade de, através de uma ponte pedonal, se aceder ao museu a partir do estacionamento localizado na outra margem do Nabão, propicia uma nova leitura do conjunto industrial da levada.
Agregado ao átrio existe um conjunto de espaços comerciais, bilheteira, loja do museu e cafetaria, e é a partir desta “praça” do museu que se iniciam dois eixos de articulação com as restantes valências do complexo museológico. A Central Eléctrica irá compatibilizar a função museológica com a de central técnica, onde ficará instalada uma futura mini-hídrica. Na nave industrial confinante, o piso térreo é reservado para galeria de exposições. O piso superior está reservado para um centro de documentação, resultado da construção de um piso intermédio. Os edifícios dos moínhos e moagem serão alvo de musealização e da instalação de um Núcleo Interpretativo das Moagens. Do lado oposto é possível aceder ao Lagar o Novo, onde funcionará a Sala Polivalente (ou multiusos). Com acesso próprio pelo exterior, poder-se-à visitar a Serralharia /Fundição e por fim, no edifício do Lagar do Alcaide Mor, será instalada a administração do Complexo. Os percursos de visita consistem numa estrutura composta por elementos metálicos, cujos pavimentos serão em réguas de madeira, uniformizando cotas internas, já que cada unidade tem a sua própria cota de soleira.
Do ponto de vista da intervenção arquitectónica, poder-se-à resumir a intervenção ao desejo de fazer permanecer a realidade actual, produzindo apenas uma acção requalificadora dos objectos arquitectónicos existentes, isto é, pretende-se que através de uma intervenção “invisível”, se valorize o património construído. No que se refere às acções a empreender sobre o conjunto edificado, toda a proposta está ancorada na recuperação integral dos diversos edifícios, introduzindo um novo volume correspondente ao núcleo central do complexo museológico. Na fachada sobre a levada, pretendeu-se que a leitura da nova entrada fosse produzida através de um “sinal” simples e subtil, resultante de um mero recuo do plano marginal e a introdução de uma dissimulada rampa de acesso. De resto, tendo em vista a melhor integração neste contexto formal, o plano de fachada proposto mantém a opacidade das restantes edificações.

site: ccg-arquitectos.pt

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aeccafe.com
archinect.com
ultimasreportagens.com

quinta-feira, 23 de maio de 2019

PROJECTAR EM SOBRAL DE MONTE AGRAÇO


É a vez de Sobral de Monte Agraço acolher a actividade PROJECTAR, cuja septuagésima sexta sessão vai ter lugar no Auditório Municipal, no edifício da Câmara Municipal, pelas 19h00 do próximo dia 13 de Junho, quinta-feira, para uma sessão de homenagem ao arquitecto recentemente falecido Manuel Graça Dias.



Mais informações em breve.

quarta-feira, 22 de maio de 2019

ARQUITECTURA AO CENTRO #138



ESCOLA DA BOAVISTA
LEIRIA, BOA VISTA

José Marini Bragança
com Inês Vicente
JMB Sociedade de Arquitectos Lda
2008

A Escola da Boavista localiza-se nos arredores da cidade de Leiria, num ambiente rural, entre a floresta e uma estrada. Havia dois edifícios, lado a lado, que ocupavam metade do terreno. O primeiro tinha sido construído nos anos 50's, e o segundo tem 20 anos de idade, e foi projectado pelo arquitecto José Marini Bragança. Agora há um terceiro edifício, projectado pelo mesmo arquitecto.
O novo edifício foi desenvolvido com a intenção de ser utilizado pelos alunos da Escola da Boavista e também pelos alunos de outras escolas próximas. O edifício teve de respeitar o seguinte programa: uma cozinha, instalações sanitárias divididas por idades e género dos alunos e outra para os funcionários, a cantina, uma sala multiusos e uma área de lazer.
Quando se entra pelo novo portão, deparamos com três corpos; os primeiros dois alinhados e o terceiro um pouco recuado. O segundo corpo tem o maior pé-direito. Uma vez que os primeiros dois edifícios existentes estavam alinhados e paralelos, o arquitecto decidiu compor o novo edifício em fragmentos, para assim equilibrar proporcionalmente a unidade, em detrimento de um único bloco. A nova escola foi dividida de acordo com aspectos funcionais: a entrada, a cozinha e a cantina estão localizados no primeiro corpo, a sala multiusos e as instalações sanitárias situam-se no segundo corpo e a área de lazer e os gabinetes dos professores no terceiro corpo.
O arquitecto teve cuidado com os interiores do edifício e sua compartimentação, tendo em conta as diversas necessidades dos alunos. Pequenos corredores entre as salas ajudam a organizar o espaço e como a altura do tecto dos corredores é inferior aos das salas de aulas isto acentua a grandeza destas. Os tectos dos corredores foram revestidos com grelhas de madeira e as paredes com armários feitos com as mesmas grelhas de madeira. Estes armários ocupam uma das paredes sem encobrirem a luz natural.
Um banco num alpendre marca a entrada do edifício. O átrio de entrada é composto por um corredor com outro banco que antecede a cozinha e a área da cantina. É também o local onde os alunos das escolas vizinhas podem deixar as suas mochilas. A cantina é espaçosa e bem iluminada. As grandes janelas dão para um estreito pátio interior.
A altura do tecto da sala multiusos é o dobro da altura normal. Este espaço tem uma forte ligação com o exterior graças às suas grandes janelas que dão para o recreio e para o horizonte.
José Marini Bragança revestiu a parede maior com grelhas que se estendem para as outras duas salas e servem de portas dos armários que cobrem a maior parte da parede. Acima da grelha está suspenso um candeeiro em forma de lua cheia. Outro elemento lúdico são as cordas que balançam do tecto oscilando para cá e para lá, criando um efeito agradável.
A versatilidade da sala é reforçada pela sua localização. Esta área foi construída entre as três salas devido ao facto de a quantidade de alunos poder variar em função do apoio a dar às crianças das escolas vizinhas. Deste modo é possível ampliar rapidamente a cantina ou a área de lazer para esta área sempre que seja necessário.
A área de lazer é a mais isolada. A suave luz natural é filtrada pelas grelhas de madeira das janelas, resultando num ambiente sereno. O pátio que acompanha a fachada de vidro cria uma barreira com o recreio que protege a sala das brincadeiras das crianças. A ligação com o exterior é atenuada pelo pátio que é cercado e parcialmente coberto pelas grelhas de madeira. Deste modo torna-se uma extensão natural do interior sempre que as portas de correr estão abertas.
"Uma das razões pelas quais gostei de trabalhar neste projecto foi o conceito de escala; projectar para crianças é diferente de projectar para adultos. As crianças são o tema principal deste projecto. O espaço é deles; por isso todos os objectos são proporcionais permitindo às crianças identificarem-se naturalmente com eles. Há também uma relação entre o aspecto visual e a paisagem. Os adultos controlam o recreio enquanto os alunos apreciam a paisagem." É por isto que em todo o edifício as entradas de luz se fazem por grandes janelas ou por janelas horizontais compridas e baixas.
A área de serviço está voltada a norte, enquanto as áreas de lazer estão voltadas para sul. Por esse motivo, os materiais de revestimento escolhidos são diferentes. No lado norte, foram utilizados painéis de cimento pré-fabricados, reforçando assim a proteção. Este material tem um processo de envelhecimento interessante. No lado sul, o acabamento é feito com tinta. Com o tempo, o contraste vai acentuar-se, destacando as características estéticas do edifício, enquanto elementos naturais, como o musgo, se apropriam da estrutura.
Inicialmente, ambas as escolas estavam separadas por muros e a entrada era dividida por dois portões diferentes. Para unificar o espaço, o arquitecto decidiu demolir os muros. Agora, todas as actividades escolares são realizadas num único espaço.
Um conjunto de pérgulas na área que circunda o edifício unifica as diferentes fases de construção. Um detalhe interessante é a elevação do relvado ao lado da parede, o que diminui a altura, resultando numa escala proporcional para as crianças.
Em frente à nova escola foi construído um estacionamento. A razão pela qual a área da escola não é ampliada para a estrada principal é evitar a aproximação do recreio de uma casa vizinha. Ao criar essa área pública, todo o recreio fica limitado pela floresta e a casa vizinha confina com área pública.
Este equipamento foi pensado para o uso de crianças, e as soluções originais propostas pelo arquiteto têm o objectio de diferenciar o ambiente escolar do ambiente doméstico, expandindo assim os seus horizontes.

site: marinibraganca.com

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archdaily.com
facebook.com/pg/JMB-Sociedade-de-Arquitectos-Lda
jmsou.com

sábado, 18 de maio de 2019

ARQUITECTURA AO CENTRO #137



12 MORADIAS INDIVIDUAIS, LOTES 146-148, 166-168 E 171-176
ÓBIDOS, BOM SUCESSO

Manuel Aires Mateus e Francisco Aires Mateus
Aires Mateus & Associados
2003

O projecto propõe enfatizar as especificidades naturais do lugar como forma de potenciar o programa. Dispõe as casas a nascente do lote e as piscinas no lado poente, libertando ao máximo os jardins entre as duas ocupações. (...) Esta disposição transporta uma leitura da luz e percepção do espaço que reconhecemos, na nossa memória, de muros sólidos e pesados de casas de outro ou de todos os tempos.

site: airesmateus.com

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afasiaarchzine.com
afasiaarchzine.com
bomsucesso.com.pt
divisare.com
leonardofinotti.com

terça-feira, 14 de maio de 2019

ARQUITECTURA AO CENTRO #136



REMODELAÇÃO DO CENTRO ESCOLAR DE MURTEIRA
CADAVAL, MURTEIRA

Rui Dias
com Inês Sousa, Federica Marrone
NOZ Arquitectura
2015

A intervenção consistiu na recuperação e reconversão do edifício existente e construção de um novo edifício, adjacente, de modo a receber os novos espaços definidos pelo programa. Pretendeu-se manter uma leitura plena do edifício existente e a opção de construir em altura permitiu abranger todo o programa minimizando o impacto na área de recreio disponível.
A construção da Escola da Murteira integrou o “Plano dos Centenários”, que entre 1941 e 1974 desenvolveu o plano geral para construção da rede escolar de ensino primário do país, fazendo parte de um conjunto de projetos-tipo regionalizados, adaptados à arquitetura da região.
A ampliação foi concebida com uma linguagem marcadamente moderna sem contudo se sobrepor à arquitetura existente.
No piso térreo da nova construção localizam-se todas as áreas de apoio como as instalações sanitárias e a cozinha, sala de aula e sala de professores. O piso superior alberga três das novas salas, todas com ligação direta para o exterior.
No edifício existente as salas de aula foram convertidas para sala de Jardim de Infância. O alpendre original, agora localizado centralmente a todo o conjunto, serve de transição entre as salas existentes e a ampliação, tornando-se um espaço central de distribuição e funcionando como espaço coberto para diversas atividades.
Os espaços exteriores foram profundamente requalificados. Nos recreios existem jogos de pavimentos, equipamentos infantis, adaptados à várias faixas etárias, um espaço para jogos de bola, novas árvores para sombreamento e ainda uma pequena horta pedagógica.
Na ampliação, foi aplicado tijolo & face-à-vista; em panos de diversas cores separados por perfis metálicos transmitindo a ideia de uma estante de livros. Foram assentes tijolos de diferentes alturas obtendo um subtil variação da textura da superfície.
A nova construção contempla vãos de grandes dimensões, e claraboias, permitindo a ventilação cruzada dos espaços interiores e o aproveitamento da luz natural. A utilização de envidraçados de alto desempenho permitiu manter o equilíbrio da temperatura interior, dispensando a utilização de ar-condicionado para arrefecimento do espaço.

site: noz.com.pt

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sexta-feira, 10 de maio de 2019

ARQUITECTURA AO CENTRO #135



EDIFÍCIO PRAÇA EÇA DE QUEIROZ
LEIRIA, LEIRIA

Gonçalo Sousa Byrne
com Carla Lima Vieira, Luis Gomes, Patrícia Caldeira, Rodrigo Germano, Inês Nunes, Joana Sarmento, Miguel Pacheco, Rita Freitas, Telmo Cruz
Gonçalo Byrne Arquitectos
2012

No tecido urbano de origem e características medievais, de ruas estreitas e escassos espaços vazios, uma tipografia, abandonada há mais de cinquenta anos, desmorona-se, deixando livre um quarteirão, onde surge a possibilidade de criar um espaço público mais generoso para deixar respirar o centro histórico, densamente ocupado, mas em decadência e largamente desertificado, deixar penetrar o sol e criar diferentes ligações visuais com o casario envolvente próximo e com o icónico castelo, mais distante.
O quarteirão, redescoberto como imenso espaço vazio, é delimitado, a Poente, por uma das principais ruas da cidade medieval, a Rua Direita, que mantém ainda a sua expressão de espinha estruturante deste tecido urbano, ligando o adro da Sé e o largo do Terreiro. Quem passe nesta rua, actualmente, apercebe-se da maior luminosidade desse espaço, enquadrado pela sombra de um corpo suspenso, que acolhe uma mediateca, e uma praça, ligeiramente inclinada e elevada, que culmina no terraço de um café, que se esconde por detrás de uma fachada rectangular envidraçada.
O novo edifício, para além da praça, contém um programa do município que se insere na estratégia de reabilitação do centro histórico bastante desabitado e onde predomina uma população idosa. Uma academia sénior, com cursos e outras actividades didácticas, ocupa os três pisos a Nascente, incluindo o café e esplanada entregues à gestão daquela. Do lado da rua Direita, um salão de actividades para jovens, cuja presença interessa à regeneração desta área histórica da cidade, é acessível por uma rampa inversa à da praça, que, no entanto, prolonga o percurso por esta.

site: byrnearq.com

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joaomorgado.com

segunda-feira, 6 de maio de 2019

ARQUITECTURA AO CENTRO #134



13 MORADIAS INDIVIDUAIS, LOTES 53 A 64 E 79
ÓBIDOS, BOM SUCESSO

Nuno Graça Moura
com Luísa Rosas, Vicente Brito, Cátia Bernardo, Rita Machado, Carlos Castro, Pedro Gonçalves
Nuno Graça Moura, Arq. Lda.
2010

Numa encosta voltada a Norte, projectam-se diversas habitações. O conjunto é o essencial. As casas dispõem-se perpendiculares às vias de acesso, que seguem a topografia. São massas cravadas na encosta, abertas para o espaço de paisagem a Poente, com vista para o golfe e mar. Pátios interiores completam a necessidade de luz e intimidade em diversos espaços. Todas as construções serão caiadas à cor verde água e as coberturas terão revestimento vegetal, conforme definido no plano.

site: nunogracamoura.com

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bomsucesso.com.pt
facebook.com/pg/Nuno-Graça-Moura-Arquitecto-Lda
leonardofinotti.com

quinta-feira, 2 de maio de 2019

ARQUITECTURA AO CENTRO #133



ESCOLA SECUNDÁRIA DE JÁCOME RATTON
TOMAR, TOMAR

Fernando Bagulho
Atelier do Chiado
2011

A Escola Secundária Jácome Ratton está inserida no segundo período das construções escolares, correspondente a uma antiga escola industrial (inaugurada em 1958).
Como princípio geral para a remodelação, a entrada principal foi deslocada para o portão de acesso, sito na rua Professor Andrade, criando um adro escolar, e dotando o átrio com capacidade para constituir uma entrada única, funcionando como pólo distribuidor dos vários órgãos componentes da escola. A biblioteca ocupa uma posição privilegiada sobre o átrio da entrada, ligando visualmente os dois espaços.
A partir do novo átrio, a distribuição por todos os espaços letivos e de apoio é feita através de galerias cobertas, comunicando com os restantes corpos ao nível do piso térreo e por galerias exteriores ao nível do piso 1, tendo o átrio principal ligação direta com os espaços sociais e de ensino informal.
O corpo de aulas mantém as funções de núcleo de ensino formal (salas de aulas), espaços administrativos e de gestão e zonas para pessoal docente e funcionários, tendo-se procedido a uma redistribuição espacial. Ao corpo oficinal foram acrescentados os espaços laboratoriais, redimensionando e reorganizando o conjunto.
Foi criada uma nova área museológica dotada de espaço expositivo para elementos de equipamento e maquinaria pesada, que integram o espólio da escola, e para elementos leves, de natureza gráfica, que irão constituir os conteúdos das ações a divulgar. Integrando esta nova área, existe um espaço polivalente com anfiteatro, com capacidade para cerca de 200 lugares sentados.
Procedeu-se à criação de um novo corpo que integra o átrio principal, biblioteca, zonas comuns destinadas aos alunos, assim como o refeitório. Além destas funções, serve também este corpo para o necessário aumento da capacidade de espaços de ensino formal, nomeadamente no que respeita às salas de tecnologias de informação e comunicação, salas de pequenos grupos e salas de aula polivalentes.
A intervenção incluiu ainda a recuperação de toda a área livre envolvente, reinstalando a pista de atletismo e a caixa de saltos, e criando um novo espaço arborizado interno.

site: atelierchiado.pt

ver mais sobre o projecto:
issuu.com/fdig1
joaomorgado.com
laqre.com
martasassetti.com
parque-escolar.pt