quarta-feira, 31 de maio de 2017

5 ANOS A PROJECTAR


Em 31 de Maio de 2012 realizou-se, na sede da Delegação de Abrantes da Ordem dos Arquitectos - Secção Regional do Sul, a primeira sessão da actividade PROJECTAR com o objectivo de divulgar a vida e obra de arquitectos com importância na história e teoria da arquitectura, nacional e internacional, de várias épocas e movimentos, pela exibição de documentários sobre arquitectura, e assim contribuir para o enriquecimento da cultura arquitectónica na região.

A apresentação da Delegação de Abrantes, recém constituída após a extinção do Núcleo do Médio Tejo, tinha decorrido no dia 15 de Abril de 2012 já sob o signo do cinema, com uma homenagem ao realizador Manoel de Oliveira e a exibição do filme "Oliveira, o Arquitecto", de Paulo Rocha, com a colaboração do Espalhafitas, Secção de Cinema da Associação Cultural Palha de Abrantes.

Nessa primeira sessão, foram exibidos os documentários da série ARCHITECTURES, dedicados ao Edifício Johnson, de Frank Lloyd Wright, à Villa dall'Ava, de Rem Koolhaas, e à Casa Milá, de Antoni Gaudi, realizados por Frédéric Compain e Richard Copans (versões narradas em inglês com legendas em português), da qual aqui se pode ver o resumo:



Cinco anos depois, ao ritmo aproximado de uma sessão por mês, contam-se a realização de 53 sessões com a exibição de 76 documentários, que vão desde um spot turístico de 5 minutos sobre as obras de Le Corbusier em Firminy-Vert a um documentário em duas partes sobre Miguel Ângelo com a duração de quase duas horas, num total acumulado de 3234 minutos.

Fixada na noite da última quinta-feira de cada mês, as cinco primeiras sessões ocorreram na sede da Delegação em Abrantes, mas cedo se entendeu que o melhor meio de atingir o objectivo proposto (e dada a característica ligeira da actividade) seria promover a sua itinerância pelas sedes dos dezanove concelhos da área de intervenção desta Delegação, e assim a sexta sessão já se realizou no Centro Cultural Gil Vicente, no Sardoal.

Também o horário das sessões foi objecto de adaptação a esta mobilidade, das sessões com início às 21h30 durante o primeiro ano passaram a ter início pelas 19h00, para possibilitar o encontro e convívio com os espectadores de cada sessão em jantar que se lhe seguia, conforme tinha sido já experimentado numa sessão em parceria com o Cineclube de Tomar.

Depois de completada a ronda por esses dezanove concelhos, com algumas repetições, ao fim de três anos, foi a vez da Delegação de Abrantes ser extinta e substituída pela Delegação do Centro da Ordem dos Arquitectos - Secção Regional do Sul, com nova área de influência alargada a 44 concelhos dos quais se mantiveram doze da anterior área.

A maior parte das vezes com o apoio dos Municípios que têm disponibilizado espaços para a realização destas sessões, mas também em colaboração com instituições de ensino superior como em Tomar, Caldas da Rainha ou Covilhã, ou culturais como o Museu Nacional Ferroviário ou o Mosteiro da Batalha, a actividade já percorreu 34 concelhos dos 51 que fazem ou fizeram parte da sua área geográfica.

Nestas 53 sessões chegámos a mais de seis centenas de espectadores, com uma média de 11,5 espectadores por sessão, tendo a sessão mais concorrida sido a dedicada ao arquitecto Manuel Taínha e comemorativa do 10.º aniversário de actividade desta estrutura descentralizada da Ordem dos Arquitectos, com mais de meia centena de espectadores, que decorreu no Instituto Politécnico de Tomar, obra deste arquitecto, e que contou com a exibição do filme "In Media Res - No Meio das Coisas" de Luciana Fina, seguido de uma conferência com a realizadora e os arquitectos Bartolomeu Costa Cabral e Alexandre Marques Pereira, co-autores deste projecto e colaboradores do homenageado, e ainda o lançamento de mais um número da publicação PAPELPAREDE.

Procurou-se estabelecer esta ligação entre o tema e o local várias vezes como na Sertã com o arquitecto Cassiano Branco (autor do projecto da Câmara Municipal), nas Caldas da Rainha com o arquitecto Vítor Figueiredo (autor da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha), no Entroncamento com a sessão dedicada a estações de comboios, na Marinha Grande com uma sessão dedicada à reabilitação no reabilitado Edifício da Resinagem, no Museu Nacional Ferroviário com o arquitecto Cottinelli Telmo (autor do armazém de víveres onde está instalada parte do Museu), ou a sessão dedicada ao Românico e ao Gótico no Mosteiro da Batalha.

Foram abordadas as vidas ou obras de 52 arquitectos (81,25% do total / 85,42% do tempo total) e de 8 arquitectas (12,50% / 10,68%) e ainda 4 movimentos ou tradições arquitectonicos (6,25% / 3,90%). Desses 52 arquitectos, 18 foram portugueses, num total 1072 minutos, cerca de um terço do tempo de exibições.

O arquitecto que esteve mais vezes em foco foi Nuno Teotónio Pereira, com quatro documentários em três sessões, num total de 215 minutos de tempo de exibição, seguido por Álvaro Siza em três sessões (125 minutos) e por Fernando Távora e Carrilho da Graça, entre os portugueses, e Oscar Niemeyer, Lina Bo Bardi, Frank Lloyd Wright, Alvar Aalto, Le Corbusier, Rem Koolhaas, Charles Rennie Mackintosh, Zaha Hadid e Peter Zumthor com dois cada.

Para além de Portugal, outros países marcaram a sua presença nestas sessões como a França com 9 arquitectos, o Reino Unido com 5, os EUA e o Japão (4 cada), a Espanha e a Itália (3 cada), Alemanha e Brasil (2 cada), e ainda da Áustria, Dinamarca, Finlândia, Holanda, Irlanda, Israel, e Suiça com um arquitecto de cada, embora estes números não traduzam a naturalidade de todos dada a naturalização de alguns dos arquitectos ao longo das suas vidas.

A grande maioria dos documentários foi dedicada a arquitectos da viragem do século XIX para o XX e até ao princípio do século XXI, tendo as excepções sido os documentários dedicados ao Românico, ao Gótico, a Miguel Ângelo, a uma casa tradicional japonesa, à Gare Saint-Pancras em Londres e à Ópera Garnier em Paris, tendo todos os documentários sido exibidos em português ou legendados em português.

Um resumo compacto de todas as sessões, da primeira à quinquagésima terceira pode ser visto de seguida:

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